História: Viva a tradição de luta do dia do trabalhador

| Makaiba – CST-PSOL/RJ

A tradição do 1º de Maio é de luta. Essa data representa um marco histórico da luta dos trabalhadores de todo o mundo contra a exploração e a opressão promovida pelos patrões, seus governos e sua justiça. Essa data foi criada no Congresso da II Internacional Socialista em Paris, como o Dia Mundial do Trabalhador, em memória dos mártires de Chicago (E.U.A), das reivindicações operárias que nesta cidade se desenvolveram em 1886 e por tudo o que esse dia significou na luta dos trabalhadores pelos seus direitos, servindo de exemplo para o mundo todo.

Milhares de trabalhadores foram às ruas de Chicago em maio de 1886 para protestar contra as condições de trabalho desumanas a que eram submetidos e exigir a redução da jornada de trabalho de 13 para 8 horas diárias. As manifestações, passeatas, piquetes e discursos movimentaram a cidade. Mas a repressão ao movimento foi dura: houve prisões, feridos e até mesmo mortos nos confrontos entre os operários e a polícia.

A repressão foi aumentando num crescendo sem fim: decretou-se “Estado de Sítio” e proibição de sair às ruas. Milhares de trabalhadores foram presos, muitas sedes de sindicatos incendiadas, criminosos e gângsters pagos pelos patrões invadiram casas de trabalhadores, espancando-os e destruindo seus pertences.

A justiça revelou seu caráter de classe, burguesa e anti-operária, quando levou a julgamento os líderes do movimento, August Spies, Sam Fieldem, Oscar Neeb, Adolph Fischer, Michel Shwab, Louis Lingg e Georg Engel. Com provas e testemunhas inventadas, condenaram Parsons, Engel, Fischer, Lingg e Spies à morte na forca; Fieldem e Schwab, à prisão perpétua e Neeb a quinze anos de prisão.

A data é, portanto, uma homenagem aos oito líderes trabalhistas norte-americanos que morreram enforcados em Chicago (EUA), em 1886. Eles foram presos e julgados sumariamente por dirigirem manifestações que tiveram início justamente no dia 1º de maio daquele ano. No Brasil, a data é comemorada desde 1895 e virou feriado nacional em setembro de 1925 por um decreto presidencial.

Mas, nem sempre o Dia do Trabalhador foi lembrado como manda a tradição de luta e de protesto. De alguns anos para cá essa data vinha sendo uma celebração festiva, promovida por centrais sindicais como Força Sindical e CUT, com sorteios de casa própria, carros e com shows de música popular, parecendo mais um festival de entretenimentos do que um dia de protesto e crítica a exploração e opressão que sofrem todos os trabalhadores nas mãos de seus patrões. O que celebram os dirigentes dessas centrais? Será que para eles os trabalhadores não são mais explorados e oprimidos? Que os patrões tornaram-se nossos amigos?

Pois muito bem. Nesse ando de 2015 não há clima para justificar qualquer tipo de festa no 1º de Maio. Com a crise mundial e os patrões e seus governos, como o do PT/PMDB, querendo jogar nas costas dos trabalhadores os prejuízos dessa crise que os próprios patrões criaram, a lembrança dos Mártires de Chicago volta a ser o emblema principal dessa data.

Enquanto os trabalhadores estão indo às ruas em manifestações, como a do dia 15 de abril, e às greves, como fizeram os garis, a peãozada do COMPERJ no Rio, os operários da Volks no ABC, e como fazem agora os professores de São Paulo, Paraná, Pará, etc, contra os ajustes econômicos dos governos federal, estaduais e municipais, e também contra a corrupção, a presidente Dilma passou o sábado, dia 25, inteiro, em reunião com treze ministros de Estado, no Palácio da Alvorada, discutindo um novo pacote de concessões à iniciativa privada para a privatização de aeroportos, estradas, ferrovias e portos. Ou seja, em vez de estar preocupada em resolver a situação com os trabalhadores e o povo em geral, Dilma está totalmente inclinada a cumprir, o mais rápido possível antes que seu governo desabe de vez, a sua tarefa de bem servir aos interesses dos grandes empresários.

Por isso, nesse 1º de Maio, para fazer jus a todos os trabalhadores que já pagaram com a própria vida a pena por lutar pelos seus irmãos de classe, os lutadores têm que usar essa data para convocar todas as categorias em luta a se unificarem para enfrentar o ajuste lançado pelo governo Dilma (PT/PMDB), o Congresso, os governadores, os prefeitos e os patrões. É possível derrotar esses planos de ajuste, para tanto, há que fortalecer e unificar as lutas em curso rumo à greve geral.

-VIVA O 1º DE MAIO DE LUTA!
-CONTRA A APROVAÇÃO DA PL 4330 DAS TERCEIRIZAÇÕES
-CONTRA O AJUSTE ECONÕMICO DE DILMA/LEVY
-UNIFICAR AS LUTAS EM CURSO RUMO À GREVE GERAL.