Repudiamos as condenações a morte de dirigentes políticos em Egito! Abaixo à ditadura cívico-militar!

| Unidade Internacional dos Trabalhadores – Quarta Internacional (UIT-QI)

O ex-presidente egípcio Mohamed Mursi foi condenado a morte de forma provisória no dia 16 de maio por um tribunal penal no Cairo, capital do país. O tribunal de apelações ratificou a decisão judicial em junho. Também foram sentenciados à pena de morte por espionagem o presidente do braço político da Irmandade Muçulmana, Saad Katani, seu vice-presidente, Esam al Erian, e o destacado pregador islamista Yusuf al Qaradaui, que foi julgado à revelia. Mursi foi condenado a morte junto a outros 105 membros da Irmandade Muçulmana. Mursi e os dirigentes da IM tem recebido acusações grosseiras que incluem denúncia de "receber" ajuda para uma suposta fuga de combatentes do Hamas e o Hezbolá.

Estas condenações estão avalizadas pela ditadura cívico-militar do general Abdelfatah al Sisi que tem perseguido aos simpatizantes, integrantes e líderes da Irmandade Muçulmana. Mas esta ditadura não somente persegue à IM, como também reprime as greves e toda forma de protesto juvenil e popular. Setores chaves na revolução de 2011 que derrubou o ditador Mubarak, como por exemplo o Movimento de jovens 6 de abril, foram declarados ilegais. Nós, socialistas revolucionários, dizíamos que era um grave erro dos setores da esquerda egípcia apoiar o golpe militar de 2013 e abrir uma confiança nos militares e em seu novo governo integrado por forças políticas e dirigentes políticos patronais e pró-imperialistas opostos à IM. Indicávamos que o aval da maioria da esquerda ao golpe militar – o que o legitimava diante das massas – teria um preço muito caro. Hoje estamos vendo esta triste realidade. Só o povo, seus trabalhadores, mulheres e a juventude revolucionária mobilizada e no poder podem garantir as mudanças de fundo que tem sido defendidas desde a revolução que se iniciou em 2011.

Desde à UIT-QI reiteramos que não temos nenhuma coincidência política com a Irmandade Muçulmana, mas rechaçamos estas condenações à morte de M. Mursi e de centenas de dirigentes e militantes da IM; exigimos sua anulação e a imediata libertação de todos os presos políticos em Egito. Não podemos conceder nenhum direito a esta ditadura assassina para julgar a ninguém. Será o povo trabalhador e a juventude, que iniciaram a revolução, os que poderão julgar ao ex-presidente Mursi, dirigente da IM, e também a estes militares assassinos que pretendem falar em nome da revolução quando são os agentes da contrarrevolução.

Chamamos aos trabalhadores e à juventude mundial a somar-se a todos os setores democráticos, populares e da esquerda árabe que repudiam esta aberrante condenação a morte de centenas de presos políticos. Convocamos a impulsionar pronunciamentos, petições e todo o tipo de ações unitárias exigindo que se reveja essa condenação a morte e se dê liberdade a todos os presos políticos em Egito.

Não às condenações a morte de dirigentes e militantes!
Liberdade a todos os presos políticos!
Abaixo à ditadura cívico-militar!

Unidade Internacional dos Trabalhadores- Quarta Internacional (UIT-QI)
Junho de 2015.