Eleições 2016 | Em meio à crise de Belém e do país, construir uma candidatura do povo trabalhador, contra os partidos corruptos e grandes empresários

Em Belém, Edmilson Rodrigues do PSOL aparece em todas as pesquisas com possibilidades reais de vencer as eleições para a Prefeitura. Após anos de Duciomar (PTB) e Zenaldo (PSDB), há um anseio real de mudança no povo belenense, que em parte já enxerga Edmilson como um candidato real.

Nós, da Corrente Socialista dos Trabalhadores (CST-PSOL), corrente interna do PSOL, acreditamos que o nome do companheiro é o melhor na atual conjuntura, mas acreditamos que como em 2012, as suas alianças, seu programa e modelo de financiamento de campanha serão fundamentais para conquistar ou não o povo trabalhador para um projeto, onde se garanta os direitos da classe trabalhadora, do povo pobre e da juventude.

Por isso, acreditamos que os militantes do PSOL, os movimentos sociais e todo os que estão sofrendo com os governos de direita dos últimos anos devem fazer parte do debate sobre que outros 400 anos queremos para Belém. Para nós, trata-se de enfrentar os partidos corruptos e defensores dos interesses patrões do campo e da cidade, entre eles o PSDB, PMDB, PT, PCdoB, PV e seus aliados, como também os grandes empresários que vem governando a cidade nos últimos 12 anos, incentivando a organização e mobilização do povo pelas suas pautas.

Para garantir direitos, o governo do PSOL tem que contrariar os interesses dos ricos, enfrentar a LRF e o ajuste fiscal de Dilma, Jatene, PT, PSDB e PMDB

Para que e como queremos governar uma cidade? Avaliamos que os milhares que pretendem votar e fazer a campanha de Edmilson estão fartos do caos da saúde, educação, da sujeira, do trânsito infernal, da violência, dos péssimos serviços públicos, da corrupção escancarada como na obra do BRT, os altos valores das passagens e os péssimos serviços, da falta de democracia como na tentativa de imposição da obra do Ver-o-Peso.

Acreditamos que para responder aos anseios do povo, nosso programa deve partir de mais hospitais, mais escolas, valorizando os servidores públicos e ouvindo suas pautas – somos contra extinguir cargos e precarizar o contrato de ACE e ACS -, fazendo um plano para garantir saneamento básico para todos, construindo novas creches para as mães trabalhadoras, resolvendo o problema do trânsito, garantindo passe-livre para estudantes e desempregados e lutando rumo à estatização do transporte para termos tarifa zero e transporte de qualidade para todos. O PSOL vai ouvir os anseios dos trabalhadores do Ver-o-Peso e de qualquer setor antes de buscar fazer reformas, deve investir e financiar a cultura popular, ter políticas de combate à violência contra a mulher, contra o racismo e a homofobia.

Para aplicar esses anseios de mudança, um governo do PSOL precisará se apoiar na mobilização popular, na sua organização em conselhos populares, porque irá contrariar os interesses dos grandes empresários dos transportes, dos donos dos hospitais e das escolas privadas, e, acima de tudo, terá que enfrentar o governo Dilma e o Congresso Nacional, que aplicam um duro ajuste fiscal, atacando direitos da classe trabalhadora e estrangulando os orçamentos dos Estados e Municípios. Além, é claro, do enfrentamento à Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) que com o ajuste de Dilma limita ainda mais os gastos com os servidores e serviços públicos, atacando diretamente os direitos do povo. Uma prefeitura dirigida pelo PSOL precisa romper com a LRF para garantir dignidade ao povo. Saudamos a iniciativa de Edmilson como deputado federal, que conseguiu incluir no Plano Plurianual do país uma emenda que previa a auditoria da dívida pública, que hoje consome 40% dos nossos impostos. A presidenta Dilma, do PT, vetou a emenda de Edmilson a mando dos banqueiros. Numa prefeitura do PSOL, Edmilson deve impulsionar uma campanha nacional pela auditoria da dívida pública e a imediata suspensão do pagamento da mesma, pois essa dívida ilegítima garante os interesses dos banqueiros em prejuízo dos interesses do povo pobre e trabalhador do campo e da cidade.

PSOL deve encabeçar uma frente de esquerda com PSTU, PCB, PCR/UP e o povo trabalhador para construir uma alternativa política

Em 2012, a candidatura de Edmilson aparecia nas pesquisas antes das eleições com possibilidades de ganhar no 1º turno. Apesar da compra de votos e de toda a máquina da burguesia e do governo do Estado estarem jogados para eleger Zenaldo (PSDB), acreditamos que alguns erros políticos foram fundamentais para a derrota do PSOL.

Primeiramente, a aliança com o corrupto e governista PCdoB, aliado do PSDB no Maranhão e de Cabral e Pezão do PMDB no Rio, mostrou o PSOL para setores do povo como capaz de qualquer aliança para chegar ao poder. E a desconfiança e a aversão aumentaram no segundo turno, quando todos viram os traidores e corruptos Lula e Dilma, do PT, no programa de TV da candidatura. Esse erro não podemos mais cometer, devemos nos aliar ao povo pobre e lutador, aos movimentos sociais e aos partidos de esquerda como PSTU, PCB e PCR/UP. Diante da crise política e do descrédito generalizado na política, o PSOL deve se aliar somente aos partidos que respondam aos interesses dos trabalhadores e setores explorados e oprimidos e que não têm nenhum comprometimento com esse ajuste fiscal a serviço dos ricaços e esses escândalos de corrupção, para mostrar ao povo a possibilidade de uma verdadeira alternativa da classe trabalhadora e do povo à falsa polarização entre petistas e tucanos, para mostrar que somos um “novo partido, contra a velha política”, como diz nosso slogan de fundação. O PSOL não pode se aliar a partidos que defendam os interesses dos patrões, pois não existe como conciliar: para garantir passe-livre e transporte de qualidade, nosso partido terá que enfrentar os empresários do transporte, não conciliar com eles.

As alianças com esses partidos corruptos e defensores dos interesses dos grandes empresários não pode ser referendada por causa de um aumento no tempo de tevê. Esses partidos são encarados hoje pela maioria do povo como inimigos, são aplicadores do ajuste fiscal e são corruptos. Se o PSOL se aliar somente por tempo de tevê ou por ter maior “espaço social”, para “ampliar a candidatura”, sem sombra de dúvidas seremos vistos pelo povo como governistas e como um partido igual aos outros, que se alia até com quem considera inimigo para ganhar um processo eleitoral. Acabaremos diminuindo nosso espaço de diálogo com o povo.

Financiamento da candidatura: criar um grande movimento popular para arrecadar dinheiro, sem receber um centavo de grandes empresários

A Operação Lava-Jato mostrou que grandes empresários financiam candidatos em troca de ganhos financeiros e políticos. Esse fato e toda a corrupção generalizada gerou um grande rechaço na população brasileira, que identifica no financiamento privado de campanha como um fator determinante para a corrupção. Por isso, as últimas pesquisas apontam que mais de 70% dos brasileiros são contra o financiamento de campanha por empresas.

O PSOL tem que se colar a esse sentimento e mostrar que também é diferente, por isso deve fazer um grande movimento de campanha financeira, para que o povo pobre e trabalhador, a juventude, as mulheres, a população LGBT, o povo negro, sejam os que financiem a nossa candidatura. Só assim teremos independência política e financeira para garantir que iremos lutar pelas reivindicações do povo, pois as grandes empresas e empresários não fazem doação, fazem investimento, e mais tarde querem cobrar a fatura.

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Este texto distribuímos em formato de panfleto no lançamento da pré-candidatura do Edmilson que ocorreu na segunda-feira (29), em Belém.

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