A CST é contra a entrada de Luiza Erundina no PSOL

Hoje, 10/03, a militância foi surpreendida pelas postagens nas redes sociais informando a filiação da deputada Luiza Erundina no PSOL. Questionamos a forma precária como a decisão foi tomada: através do grupo de Whatsapp da Executiva, sem debate na instância ou na base, “ad referendum da próxima executiva”. Um verdadeiro atentando a democracia partidária.

A CST (Corrente Socialista dos Trabalhadores) declara sua posição contrária a entrada de Erundina. Quando foi prefeita de São Paulo reprimiu os trabalhadores durante uma greve de rodoviários em 1992. Em seguida integrou o governo burguês de Itamar e em 1998 ingressou no PSB e lá permaneceu durante vários anos. Um partido que nunca foi de esquerda, tanto que em 2004 estava coligado ao PMDB na disputa da prefeitura de São Paulo, sendo a chapa encabeçada por Erundina e o vice ninguém menos que Michel Temer. Mais recentemente Erundina foi coordenadora da campanha da Marina Silva.

Há tempos questionamos a construção partidária centrada no ingresso de parlamentares, sem que exista um vinculo real com o programa fundacional do partido. Algo que ocorre mais em anos eleitorais. Discordamos da ideia de um partido-legenda, pois nele não há a mesma preocupação em enraizar o PSOL nas lutas, nas greves e nas ocupações.

Enquanto isso acontece, setores de esquerda são impedidos de entrar no PSOL. Os companheiros do Esquerda Marxista, por exemplo, estão há meses aguardando a reunião do Diretório Nacional para saber se entrarão ou não no PSOL. E isso expressa a seriedade por parte desses companheiros, e para eles não há agilidade. A convocação da reunião do Diretório Nacional para decidir sobre essa questão foi uma resolução do último Congresso do PSOL e que até agora não foi concretizada. Ou seja, a lógica está completamente invertida, pois atualmente a prioridade do PSOL é filiar parlamentares de partidos que não são de esquerda, em detrimento de uma corrente com inserção na classe trabalhadora. Afirmamos tudo isso, apesar das diferenças políticas que possuímos com os companheiros da Esquerda Marxista.

Vamos recorrer à executiva, ao diretório e à base partidária para reverter essa decisão. Defendemos que todas as filiações de parlamentares e figuras públicas sejam debatidas em plenária dos militantes e decididos pelo diretório nacional, em reunião presencial. Entendemos que esse diretório deve se reunir emergencialmente no mês de abril.

10 de Março de 2016 | Secretariado da CST – PSOL

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