Nota da CST/PSOL sobre as eleições em Belo Horizonte | Fortalecer nas lutas e nas urnas um terceiro campo contra o PT, PMDB, PSDB, PSDB e PSB

No próximo dia 30 de abril o PSOL BH irá definir as diretrizes programáticas e suas pré-candidaturas frente às eleições municipais. O momento político vivido em Belo Horizonte, em Minas Gerais e no Brasil exige uma reflexão profunda sobre o papel do PSOL e da esquerda frente ao agravamento da crise econômica e política, além de ousadia para a construção de uma verdadeira alternativa que represente os anseios da classe trabalhadora, da juventude e do povo pobre.

O processo de votação do impeachment deixou clara a verdadeira face do regime político brasileiro. De um lado, o PT do Governo Dilma, que denúncia um suposto “golpe contra a democracia” ao mesmo tempo em que aplica um violento e criminoso ajuste contra os direitos da classe trabalhador e com repressão, via força nacional de segurança e lei-antiterrorismo. Do outro lado uma velha oposição de direita do PSDB/DEM (e agora também o PMDB) que acusa o PT de roubar o país, ao mesmo tempo em que estão envolvidos em diversos escândalos de corrupção e aplicando ajuste fiscal contra o povo onde governam.

Todos os partidos da ordem (PT, PMDB, PCdoB, PSDB, PSB, DEM e PV) têm unidade na aplicação do ajuste fiscal e na retirada de direitos dos trabalhadores, o plano de Michel Temer é o mesmo do governo do PT, um pacto de unidade para aplicar o ajuste que precisa a burguesia. Discordamos da posição da maioria da direção do PSOL que hoje compõe um bloco junto com governistas em defesa do mandato de Dilma, acreditamos que mais do que nunca é preciso que o PSOL não seja linha auxiliar do PT, denunciando esse governo que é odiado pela ampla maioria da população.

O PSOL deve apresentar um perfil claro contra tudo isso que está ai, sem nenhum centavo de empresas e empresários, para junto aos nossos aliados da esquerda (PSTU, PCB, UP e Brigadas) apresentar uma verdadeira alternativa que representante os interesses do povo trabalhador contra os políticos corruptos e esses partidos. A campanha do PSOL deve servir para ser um embrião que organize um terceiro campo, chamando os trabalhadores a unificar as lutas contra o ajuste e que ponha para Fora Dilma, Temer, Cunha, Renan e Aécio, fazendo alianças apenas com nossos aliados das lutas cotidianas (PSTU e PCB) sem alianças com partidos da ordem financiados por empresas, como a REDE.

 Belo Horizonte precisa de uma alternativa de esquerda contra todos os partidos do ajuste.

Em Belo Horizonte os oito anos de Lacerda (PSB-PSDB) foram de duros ataques contra a população que está cansada do caos social, a falsa “oposição” composta pelo PMDB, PCdoB e pelo PT não possui condições de apresentar uma proposta alternativa, pois onde governam praticam a mesma política de ajuste e repressão contra a classe trabalhadora, além de manterem relações promíscuas e corruptas com o empresariado. Para responder aos anseios do povo, nosso programa deve partir de garantir mais hospitais, mais escolas, valorização dos servidores públicos, saneamento básico para todos, creches para as mães trabalhadoras, resolver o problema do trânsito, passe-livre para estudantes e desempregados e lutando rumo à estatização do transporte para termos tarifa zero e transporte de qualidade. Uma prefeitura do PSOL deve ouvir os anseios dos trabalhadores das diferentes categorias, deve investir e financiar a cultura popular, ter políticas de combate à violência contra a mulher, contra o racismo e a homofobia

Para aplicar esses anseios de mudança, um governo do PSOL e da esquerda precisará se apoiar na mobilização popular, na sua organização em conselhos populares, porque irá contrariar os interesses dos grandes empresários dos transportes, dos donos dos hospitais e das escolas privadas, e, acima de tudo, terá que enfrentar o governo Dilma, o Congresso Nacional e Pimentel, que aplicam um duro ajuste fiscal, atacando direitos da classe trabalhadora e estrangulando os orçamentos dos Estados e Municípios. Além, é claro, do enfrentamento à Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) que com o ajuste de Dilma limita ainda mais os gastos com os servidores e serviços públicos, atacando diretamente os direitos do povo. Uma prefeitura dirigida pelo PSOL precisa romper com a LRF para garantir dignidade aos trabalhadores.

Rana Agarriberri, militante feminista da juventude e do Diretório Central da UFMG

Sabemos que o PSOL possui bons companheiros e companheiras que podem cumprir esse importante papel de representar o partido nas eleições para a prefeitura em 2016. Como as companheiras Maria da Consolação, professora grevista e presidenta do PSOL BH e Sara Azevedo que é presidenta estadual do PSOL. Frente aos grandes desafios da conjuntura e a necessidade um perfil claro contra o governo e contra a oposição de direita, a Corrente Socialista dos Trabalhadores (CST/PSOL), também disponibiliza o nome da companheira Rana Agarriberri, militante feminista da juventude e do Diretório Central da UFMG para discussão no PSOL.

Corrente Socialista dos Trabalhos (CST/PSOL) – Belo Horizonte

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