Plenária do PSOL BH fortalece a pré-candidatura de Rana Agarriberri | Uma candidatura que não é linha auxiliar nem do PT e nem da velha direita

No último final de semana, 30 de abril, o PSOL Belo Horizonte realizou a primeira plenária de prévias para definição da pré-candidatura majoritária do partido nas eleições municipais. O debate teve inicio com uma rica discussão de conjuntura, onde foram apresentadas posições distintas. A CST, que foi a maior tendência do PSOL no encontro, defendeu claramente um perfil de candidatura contra o PSOL servir de linha auxiliar do PT e do suposto mal menor, defendendo que para começar a resolver os problemas da população é necessário primeiro colocar para Fora Dilma, Temer, Cunha, Renan, Aécio e Lula, sem seletividade, pois estão todos juntos na corrupção e no ajuste fiscal. Também defendemos que o PSOL deve somar todos os seus esforços na construção de um terceiro campo da esquerda contra tudo isso que está ai, juntamente com nossos companheiros do PSTU e outros setores da esquerda anti-governista.

Uma polêmica fundamental com setores do PSOL que tem engrossado o coro governista contra um suposto “golpe”, inclusive participado de maneira vergonhosa de manifestações pelo Fica Dilma, como infelizmente os companheiros da Insurgência. Por outro lado, apresentamos nossa polêmica frente à proposta de eleições gerais, defendida principalmente pelos companheiros do MES, pois acreditamos que frente à falência das instituições do regime, não é nosso papel revitalizá-las chamando novas eleições, mas sim apostar na mobilização e na unidade das lutas e greves para assim impor uma saída que verdadeiramente atenda as necessidades da classe trabalhadora e do povo.

Nas resoluções foi definido que o PSOL irá de cara própria, com candidatura do partido na cabeça de chapa, uma importante decisão que se soma a correta política de alianças restrita a frente de esquerda (PSTU, PCB, UP e Brigadas), que já havia sido deliberada no congresso municipal. Em seguida, foi encaminhado que a definição final sobre a candidatura majoritária será feita em uma nova plenária entre os filiados no próximo dia 5 de junho e que antes será realizada algumas atividades do partido com a intenção de apresentar as candidaturas e propostas de forma mais ampla para a cidade, de maneira consultiva. Nossa posição foi de que a definição já deveria ter sido feita na própria plenária, pois já foram realizados debates do partido e foi à maior plenária do PSOL BH, tendo total legitimidade para isso, votamos contra essa proposta que escondida num discurso aparentemente democrático atrasa, confunde e deforma o PSOL, estivemos juntos nessa votação com os companheiros do MES, LS e LSR, a proposta de postergar foi defendida pela Insurgência com apoio do PSOL Necessário.

Também surgiu uma nova polêmica, alguns companheiros que se filiaram recentemente ao PSOL integram um movimento “municipalista” formado por alguns ativistas da cidade, chamado muitxs. Na plenária, e depois dela, ficou clara a atuação orgânica desse coletivo enquanto força política. Nós reivindicamos o estatuto partidário, que define que integração de nova tendência partidária deve ser aprovada exclusivamente via instâncias locais e referendadas pelo diretório nacional (como o processo feito com o MRT e Esquerda Marxista) por isso a CST não reconhece os militantes dessa organização enquanto membro do partido (alguns inclusive estavam no partido liberal-conservador REDE de Marina Silva) e defenderemos de maneira intransigente as instâncias e o estatuto do PSOL, fato que levaremos a discussão no próximo Diretório Municipal.

Seguem existindo três pré-candidaturas oficiais do PSOL em BH, mas uma em especial se destacou no último dia 30. A pré-candidatura apresentada pela CST, da militante feminista da juventude Rana Agarriberri, foi a que obteve o maior crescimento e número de apoios, fato que reflete uma atuação no movimento real nas lutas da juventude, dos trabalhadores e do povo, uma pré-candidata que esteve nas diversas greves e lutas da cidade nos últimos anos, seja no telemarketing, professores, serviço público, na luta dos estudantes, dos lgbts, das mulheres, contra o aumento das tarifas, contra as privatizações e contra a corrupção. Uma candidatura que não vai deixar o PSOL ser linha auxiliar do PT, que vai enfrentar a velha e reacionária direita da mesma forma que irá denunciar o ajuste fiscal e a corrupção que se tornaram rotina também nos governos petistas. A combativa e animada bancada da CST foi composta por ativistas do movimento estudantil universitário e secundarista, professores, trabalhadores da saúde privada e do CEASA. É com esse perfil jovem e classista que seguiremos defendendo um PSOL radical, que apresente uma verdadeira alternativa de esquerda e que não seja linha auxiliar nem do PT e nem da velha direita.

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