Lugar de estuprador não é no Congresso nem na Vila Olímpica! É na cadeia! Fora Feliciano!

Na última semana, Patrícia Lelis, ex-militante do PSC, prestou depoimento à Polícia Civil de São Paulo denunciando Marcos Feliciano (PSC-SP) por assédio sexual, tentativa de estupro e agressão. Após a denúncia, a jovem foi mantida em cárcere privado em um hotel pelo chefe de gabinete do deputado federal, Talma Bauer, que a coagiu a gravar um vídeo e publicar no seu perfil do Facebook desmentindo as denúncias. Por sorte, Bauer foi detido pela polícia, Patrícia teve segurança para denunciar e Marcos Feliciano e o PSC estão agora na berlinda. Além disso, nessa semana vimos que a violência contra a mulher é parte de toda a calamidade olímpica, com dois casos de estupro de atletas contra camareiras na Vila Olímpica.

Feliciano na mira da polícia e das lutas

Marcos Feliciano está hoje na mira da polícia, mas está na mira das lutas feministas, anti-racistas e anti-LGBTfóbicas há bastante tempo. Há três anos, ao entrar na presidência da Comissão de Direitos Humanos e Minorias (CDHM) da Câmara, provocou importantes protestos nas principais capitais do país e também foi alvo de vários cartazes que estavam nas ruas durante as Jornadas de Junho de 2013. Ele é um dos principais nomes da bancada evangélica, defende o projeto da “cura gay”, é campeão em declarações LGBTfóbicas e racistas, é a favor da criminalização do aborto e já foi investigado por receber R$1 milhão em propina em esquema de fraude. Feliciano ainda é autor do projeto de lei que permitiria castração química de estupradores. Uma proposta absurda que esconde a verdadeira origem de tanta violência sexual contra as mulheres que é a cultura do estupro sustentada por uma sociedade machista e patriarcal, na qual as mulheres e seus corpos são compreendidos como propriedade privada dos homens.  E as declarações misóginas de Feliciano e companhia contribuem para fortalecer discursos machistas e o aumento da violência sexual, física e psicológica contra a mulher.

Pelo fim da cultura do estupro! Os governos são responsáveis!

Por isso, o próprio Feliciano tentou obrigar através da força que uma jovem tivesse relações sexuais com ele, a agrediu depois que ela negou e ainda tentou chantageá-la e ameaça-la quando ela decidiu denunciar. No país que está no topo do ranking da violência contra a mulher e do feminicídio, o que aconteceu com Patrícia não é diferente do que ocorre com a maioria das mulheres trabalhadoras e jovens brasileiras todos os dias nas ruas, no transporte público, nos locais de trabalho e dentro de casa.

Por isso, é preciso acabar com a cultura do estupro fornecendo instrumentos de denúncia e garantia de segurança para as mulheres que sofrem violência, ampliando para todos os bairros a rede de Delegacias Especiais de Atendimento à Mulher (DEAMs), criando casas de acolhimento públicas para as vítimas, e também incluindo o debate de gênero no currículo das escolas, para combater o machismo desde a educação básica. Todas essas propostas que bancada evangélica de Feliciano jamais aprovaria no Congresso. Diferente de quando a pauta é o ajuste fiscal e a retirada de direitos que afeta principalmente a realidade das mulheres trabalhadoras, uma política que esses deputados apoiaram com Dilma (PT) e seguem apoiando com Temer (PMDB), compondo a base aliada desse governo, que assim como o anterior fez alianças com os setores mais reacionários da política brasileira. Aí mora a responsabilidade dos governos. Por isso, devemos também impulsionar o Fora Temer e construir uma alternativa política de esquerda e que de fato atenda às nossas pautas!

Das redes para as ruas #ForaFeliciano

A indignação das mulheres contra Feliciano e contra os casos de estupro na Vila Olímpica está tomando as redes sociais. E isso não acontece à toa! Com as manifestações pelo #ForaCunha pavimentamos o caminho para expulsar Eduardo Cunha (PMDB) da cadeira de presidente da Câmara. Com o Junho Feminista, colocamos na ordem do dia o debate da cultura do estupro e influenciamos positivamente a investigação do estupro coletivo contra uma jovem no Rio. É isso que faz com que também estejamos vibrando com a garra e com a vitória das atletas brasileiras. Somos protagonistas nos Jogos Olímpicos e também na disputa da vida política do país. Em alguns locais já estão se articulando plenárias para organizar protestos, a exemplo do Rio e Belo Horizonte, algo que devemos impulsionar em todo canto unificando os coletivos, movimentos, entidades sindicais e estudantis e partidos políticos. É hora da Primavera Feminista ocupar mais uma vez as ruas, exigindo uma investigação a fundo sobre os casos de estupro e colocar Feliciano para fora do Congresso Nacional e os estupradores para fora da Vila Olímpica!


Investigação e punição de Feliciano e seus cúmplices e cassação do mandato! Fora Feliciano!

Chega de estupros e violência contra as trabalhadoras da Vila Olímpica! Que os estupradores não coloquem mais os pés nas competições!

Pelo fim da cultura do estupro! Os governos são responsáveis! Fora Temer! Verbas para o combate a violência contra a mulher, não para a dívida e para os megaeventos!


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