Campinas | Todos às ruas contra o aumento da tarifa!

Em Campinas/SP, o transporte coletivo passa a custar de R$ 3,80 a R$ 4,50. O aumento de 18% é bem maior que o do salário mínimo (6,5%) e que a inflação (cerca de 8%). Quem tiver o cartão Bilhete Único paga um pouco menos, mas só se não pegar mais de dois ônibus. Assim como acontece em outras cidades, a reação dos estudantes e do povo trabalhador já começou com manifestações e atos marcados já nesses primeiros dias do ano.

Jonas Donizette, o prefeito dos empresários

O prefeito Jonas Donizette (PSB) bateu recordes na modalidade transporte público. Já fez dois aumentos de tarifa no mesmo ano, demitiu todos os cobradores de ônibus da cidade, dobrou o repasse dos cofres públicos a empresas de ônibus num único decreto e estabeleceu, através do então secretário Sérgio Benassi (PCdoB), a passagem mais cara do país para a época* — os R$ 3,30 que, com muita luta, foram derrubados em Junho de 2013.

A tarifa, junto ao subsídio anual que em 2017 atingirá R$ 60 milhões, paga um sistema de transporte caríssimo, injusto, ineficiente e nada fiscalizado. Não se sabe, por exemplo, quanto custa manter os ônibus na rua, mas se os empresários disserem que precisam de mais dinheiro, a prefeitura sobe a passagem!

Para aplicar esses e outros feitos, Jonas governa com aqueles que podem garantir o cumprimento de suas medidas. Tem, entre seus apoios e compadres, gente como Carlos Sampaio (PSDB), o vereador Campos Filho (DEM) e, obviamente, os grandes empresários que têm negócios na cidade e seguem financiando as suas campanhas. No tema das passagens, cabe ao secretário de transportes assegurar que não seja feita nenhuma fiscalização séria das contas do sistema. Atualmente, esse papel é de Carlos José Barreiro, engenheiro cujo maior projeto entregue na secretaria foi uma ciclovia na região mais privilegiada da cidade, o Cambuí. Todos eles governam unidos para atacar o povo!

A prefeitura enche os bolsos da máfia

Todos os anos a prefeitura de Campinas repassa dinheiro público às empresas de transporte. O chamado ‘subsídio’ funciona como uma ‘ajuda de custo’ para as empresas que, dizem elas, não conseguiriam sobreviver somente com o dinheiro das passagens.

Nos últimos anos, o prefeito Jonas foi aumentando os repasses às empresas de ônibus na velocidade que quiseram os empresários. O valor chegou a R$ 111 milhões dos cofres públicos por ano! Os altos impostos que a população paga para a prefeitura já serviam para engordar os lucros dos magnatas do transporte.

Desta vez, com a crise econômica, a prefeitura diminuiu os subsídios para as empresas. O repasse caiu a R$ 60 milhões para 2017, mas Jonas transferiu o custo disso direto para as catracas. A consequência disso é clara: não abaixaram nem os impostos, nem os lucros dos empresários. O prefeito está mais uma vez jogando a conta da crise nas costas dos estudantes e do povo trabalhador!

Vamos às ruas barrar o aumento e por nossos direitos!

Em meio aos ataques do governo Temer, que visa retirar direitos dos trabalhadores com a reforma da previdência, a reforma trabalhista e cortes de verbas na saúde e educação, os nossos direitos se tornam ainda mais escassos com o aumento da tarifa.

É urgente barrar o aumento das passagens de ônibus que tanto castigam a população da cidade. A tarifa tem que cair, e tem que cair já!

Para acabar com a máfia do transporte, é necessário abrir a caixa-preta e fazer uma auditoria pública e independente das contas do transporte. Só assim saberemos quanto custa de verdade manter os ônibus nas ruas!

Para solucionar o problema do transporte público, é necessário tirá-lo das mãos dos empresários e da lógica dos lucros. Transporte é um direito, não é mercadoria!

Pela revogação imediata do aumento das passagens de ônibus! Pela abertura e auditoria das contas do transporte realizada pelos trabalhadores e usuários do transporte! Pela estatização do sistema de transporte sob controle dos trabalhadores e usuários, rumo ao passe livre! Todos às ruas nos atos contra o aumento da tarifa!

*Em São Paulo, por exemplo, a passagem havia subido a R$ 3,20 no primeiro semestre de 2013. Entre as capitais, somente Recife teve aumentos acima disso, para algumas linhas. A palavra de ordem ‘não é só por 20 centavos’ era entoada, em Campinas, como ‘não é só por 30 centavos’.

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