Greve mundial das mulheres. Por um 8 de março antipatriarcal e anticapitalista

 

Em mais de 40 países, milhares de mulheres e organizações estão preparando a primeira greve mundial de mulheres para o próximo 8 de março, dia internacional das mulheres trabalhadoras. Essa é uma grande oportunidade para fortalecer e unificar as lutas para conquistar os nossos direitos.

Há poucas semanas, milhares de mulheres foram às ruas, nos Estados Unidos, para enfrentar a política misógina, racista e capitalista representada pelo novo governo de Donald Trump. Esse movimento se liga com as grandes mobilizações que vêm acontecendo no mundo nos últimos anos. Desde o #NiUnaMenos da Argentina contra os feminicídios, até as marchas da Turquia contra a violência machista, passando pela mobilização no México exigindo #VivasNosQueremos, as marchas no Brasil e Índia contra os estupros, as reivindicações no Chile pelo direito ao aborto, a paralisação de mulheres na França por trabalho igual, salário igual, os protestos das mulheres na Rússia e as mobilizações da Estado Espanhol, Itália e Polônia para manter o direito ao aborto legal.

Por isso, diante da crise capitalista que nos ataca mundialmente com planos de ajuste e miséria, o movimento de mulheres tem um desafio muito importante que conta com a força de todas essas mulheres nas ruas. Nessa greve mundial de mulheres, não só tem que ficar claro que lutamos contra a opressão patriarcal que nos condena ao trabalho doméstico e nos disciplina com múltiplas violências. Mas também que, em nossa maioria, também somos trabalhadoras e superexploradas por nossa condição de oprimidas, o que nos leva a ser a maioria dos imigrantes do mundo, as mais precarizadas e com os piores salários. Portanto, essa greve também tem que servir para enfrentar todos os governos capitalistas do mundo, para que não sejamos nós que paguemos pela crise.

Este 8 de março, não pode ser o dia das Ângela Merkel, Hillary Clinton, Dilma Roussef ou Michelle Bachelet. Todas elas são empresárias que governam ou governaram contra a maioria das mulheres. Em troca, nós trabalhadoras lutamos por um 8 de março que reivindique a histórica luta das operárias têxteis que, em 1908, marcharam em Nova York reivindicando seus direitos como mulheres trabalhadoras; e também das trabalhadoras russas que, em 1917, convocaram uma greve que deu o pontapé inicial à histórica Revolução Russa. Hoje, também queremos fazer uma grande greve e mobilizações em todo o mundo em apoio às refugiadas do povo sírio e todas as mulheres que fogem da fome e da guerra imperialista. Queremos que seja o 8 de março das trabalhadoras imigrantes que fazem o trabalho menos qualificado e de todas as trabalhadoras que lutam por aumento de salário, contra a discriminação trabalhista e o assédio no trabalho. Por todas que lutam para acabar com as redes de tráfico para a exploração sexual, contra os feminicídios e pelo direito ao aborto legal.

Por isso, desde a Unidade Internacional das e dos Trabalhadores – Quarta Internacional, chamamos a nos organizarmos de forma independente dos governos patronais para impulsionar uma grande jornada de luta antipatriarcal e anticapitalista.

Nós mulheres não vamos pagar pela crise. Os governos são responsáveis.

Abaixo as leis discriminatórias, misóginas e repressivas impulsionadas por Trump. Chega de planos de ajuste em todo o mundo.

Igual salário por igual trabalho.

Separação da Igreja e do Estado

Basta de feminicídios, violência e redes de tráfico. Nenhuma a menos, vivas nós queremos.

Aborto legal, seguro e gratuito!

Viva o dia internacional das mulheres trabalhadoras! Viva nossas lutas em todo o mundo!

Unidade Internacional das e dos Trabalhadores – UIT-QI, 19 de fevereiro de 2017.

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