Fortes paralisações e atos massivos marcam o 15-M! É preciso seguir a luta e construir já uma greve geral!

O dia 15 de março de 2017 foi sem dúvidas uma vitória para a mobilização da classe trabalhadora e do povo. Categorias fundamentais da classe trabalhadora fizeram importantes paralisações e marcaram o dia de lutas. Metroviários, condutores e metalúrgicos no estado de São Paulo. Metroviários de BH e Recife, Rodoviários em Fortaleza e Alagoas, professores da rede pública e privada por todo país, trabalhadores dos Correios e da Construção Civil, Bancários pararam parte do dia em diversos estados, servidores públicos municipais, estaduais e federais, entre tantas outras categorias que participaram do 15-M paralisando suas atividades.

Além dessas importantes paralisações, o 15-M entra para história recente como o maior dia de lutas dos últimos anos, onde ocorreram as maiores manifestações, desde as Jornadas de Junho de 2013, desta vez com uma pauta claramente de esquerda. Os dados que vimos o comprovam. Cerca de 200 mil em São Paulo, 80 mil no Rio de Janeiro, 80 mil em Belo Horizonte, 50 mil em Curitiba. Em todas as principais cidades do país houve atos massivos, com imensa participação da classe trabalhadora. Os trabalhadores fomos a composição social amplamente majoritária nos atos, o que mostra ainda mais a sua força.

A Reforma da Previdencia e o governo Temer sairam golpeados… mas não cairam ainda!

Se estivéssemos em uma luta de box, ontem lutamos um round onde nosso oponente cambaleou, mas ainda não caiu. Podemos, se traçarmos uma correta estratégia de luta, nocauteá-lo no em mais alguns poucos rounds. É nisso que apostamos.

Sem dúvidas o governo corrupto encabeçado por Temer e pelos tucanos saiu golpeado ontem. Saiu ainda mais fraco. As Reformas que pretende aplicar estão ainda mais questionadas. Porém, na ausência de uma alternativa imediata, os setores majoritários da burguesia ainda o sustentam.

As divergências na base governista sobre como aplicar a reforma, o novo adiamento da votação da reforma na câmara dos deputados, mostra a crise na qual “os de cima” se encontram.

A nossa necessidade é construir uma greve geral para enterrar os projetos de Reformas neoliberais que tramitam pelas mãos dos ladrões instalados no congresso nacional e do Palácio do Planalto e derrubar de vez esse governo.

A disposição de luta e a indignação popular mostram a possibilidade de construir uma greve geral. Para além das imensas manifestações e das paralisações de categorias importantíssimas como as do transporte e da indústria, vimos também um amplo apoio popular à luta contra a Reforma da Previdência. Na greve dos metroviários de São Paulo isso ficou evidente. Mesmo a grande mídia não pode esconder e divulgou em diversos sites que os metroviários saiam aplaudidos quando conversavam com a população sobre os motivos de sua greve e que o sentimento amplamente majoritário era de que “precisa parar tudo!”.

A indignação popular que vemos na rejeição à reforma da previdência e nos pífios índices de popularidade de Temer vimos ontem nas ruas, onde a imensa maioria da população ou protestou ou apoiou os protestos.

Exijamos das centrais continuidade com a greve geral!

O dia de ontem reafirma que existe sim, na base das categorias de trabalhadores, uma grande disposição pra lutar, o que coloca objetivamente a possibilidade concreta de construção de uma greve geral, que paralise todo país até que caia o governo Temer e as suas reformas. Porém, até agora o que não permite que tenhamos de fato imediatamente uma greve geral, é que as direções das centrais sindicais e da maioria dos sindicatos, não estão à altura dos acontecimentos.

A CUT e a CTB já traçaram sua estratégia com eixo nas eleições de 2018, com a candidatura de Lula, o mesmo que fez uma Reforma da Previdência em 2003! Enquanto isso, a Força Sindical centra sua estratégia em negociar com o governo Temer uma reforma um pouquinho menos pior, para que possam defendê-la diretamente. Nossa estratégia é oposta. Pois de fato as greves do dia 15 não foram construidas pelas Centrais Sindicais; o eixo dessas direções eram apenas atos e não as paralisações de catgeorias, que deviam ser preparadas desde a base. Foi a força da classe trabalhadora que empurrou as centrais a marcarem um dia de lutas e que garantiu importantes paralisações de diversas categorias. Temos força sem dúvidas para exgir das centrais marcarem imediatamente a data da greve geral no Brasil.

É preciso imediatamente uma plenária nacional para debater a construção da greve geral

Após o histórico 15-M, exigimos que as maiores centrais sindicais chamem uma plenária nacional para debatermos a continuidade das lutas e a construção de uma greve geral. Desde já em todas as categorias de trabalhadores, os sindicatos devem marcar assembleias para fazer o balanço do 15-M e discutir a continuidade das lutas. Essa plenária nacional, deve ocorrer na próxima semana, para que marquemos um dia de greve geral para o início de abril. Somente paralisando por completo o país poderemos botar pra Fora o governo Temer e derrubar suas medidas.

Nas lutas construir uma alternativa política, uma Frente verdadeiramente de Esquerda, sem Lula e o PT

Sabemos que é preciso lutar muito para derrotar Temer e suas reformas. Porém só lutar não basta. É preciso que os trabalhadores construamos uma alternativa política, para derrotar de vez a classe dominante e seus políticos.

Existe, em meio às mobilizações, uma intensa disputa por qual alternativa política devemos construir. Ontem, a plateia que os burocratas sindicais montaram para aplaudir Lula na Avenida Paulista, deixou evidente isso. Logo ele, que aplicou uma Reforma da Previdência que retirou direitos históricos da classe trabalhadora em 2003.

Nós fomos parte dos que se indignaram com a presença de Lula no ato. Um evidente oportunismo eleitoreiro, de tentar se colar em uma luta que não tem nada a ver com o que foram seus governos. Ao lado de outras organizações políticas, de dentro e de fora do PSOL, entoamos forte: “Lula eu lembro, 2003, essa Reforma, você também fez.”. O mesmo Lula que discusa na Paulista, negocia com setores do PMDB apoio à sua candidatura em 2018.

Precisamos fortalecer uma alternativa verdadeiramente de esquerda, uma Frente de Esquerda que batalhe contra os dois blocos burgueses que disputam influencia no país, o encabeçado por Temer e pelos Tucanos, e o encabeçado por Lula. Uma Frente de Esquerda que esteja a serviço das lutas e da batalha por uma Greve Geral para derrotar a famigerada Reforma da Previdência. Este é o papel que devem cumprir as organizações de esquerda como o PSOL, PSTU, PCB, MAIS, a NOS, entre outras organizações de esquerda, para se contrapor e enfrentar o lulismo. No ato do Rio de Janeiro é muito importante destacar a coluna unitária da Frente de Esquerda, ao lado dos companheiros do MAIS, NOIS, PCB e Comunismo e Liberdade, onde também se somaram companheiros independentes.

Executivo da Corrente Socialista dos Trabalhadores – PSOL

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