[65º CONEG da UNE] Se o presente é de luta, o futuro nos pertence!

Repetir o 15M em defesa da educação, trabalho e aposentadoria! Fora Temer!

Cortes de bolsas de assistência e acadêmicas, precarização da infraestrutura nas universidades e escolas, demissões ou atraso do pagamento dos funcionários terceirizados, crescimento do desemprego para 25,9% entre os jovens de 18 a 24 anos, aumento das tarifas do transporte são problemas que a juventude está enfrentando dentro e fora das universidades. Algo que irá se aprofundar com o congelamento dos investimentos através da PEC 55 e da precarização do currículo através da Reforma do Ensino Médio. Além disso, a aprovação da “PEC do Fim da USP”, na base de muita repressão contra estudantes e trabalhadores, e a grave crise da UERJ, que até agora não deixou as aulas recomeçarem, demonstram que os governadores e reitores também não estão de brincadeira. Junto com Temer e Meirelles, eles estão tentando destruir o nosso presente, acabando com a educação pública, e roubar nosso direito ao futuro, tirando a perspectiva dos mais jovens de aposentadoria e trabalho digno.

São as lutas de março fechando o verão…

Mas as lutas de março estão marcando o fim do verão sem dar um minuto de descanso aos governos no mundo inteiro: de Temer a Macri, com seus planos de ajuste, sendo repudiados nas ruas. Donald Trump, o novo comandante do império norte-americano, enfrenta mobilizações nos EUA e no mundo contra sua política capitalista, racista, misógina e xenofóbica. No 8M, as mulheres pararam em mais de 50 países e, no Brasil, ocuparam as ruas para dizer que a aposentadoria tem que ficar, Temer sair e a violência machista tem que acabar.

No 15M, diversas categorias – metroviários, rodoviários, metalúrgicos, docentes e técnicos de instituições federais e estaduais de ensino, profissionais de educação e da saúde de redes estaduais e municipais etc. – cruzaram os braços em repúdio a Reforma da Previdência, tendo nos estudantes e na juventude um importante apoio para ocupar as ruas somando milhões de pessoas em todo o país.

Essas medidas impopulares rechaçadas pelo povo, combinadas com a crise política do governo e do Congresso, envolvidos em escândalos de corrupção escancarados, mais uma vez nesta semana, na lista de políticos e partidos delatados pela Odebrecht – a “lista do Janot” – demonstram que é possível barrar as contra-reformas, o desmonte da educação e derrubar esse governo nas ruas com greves e passeatas. Por isso, os DCEs, UEEs e Executivas de curso tem uma tarefa muito importante neste 65º CONEG da UNE: aprovar um calendário de lutas do movimento estudantil unificado com as centrais sindicais e movimentos sociais e populares em defesa da educação, contra as Reformas da Previdência e Trabalhista e pelo Fora Temer!

“Lula, eu me lembro de 2003, essa Reforma você também fez”

A ampla unidade na luta, tanto das mulheres quanto do conjunto da classe trabalhadora e suas entidades e organizações, tornou possível que milhões ocupassem as ruas. Está claro que esse é o caminho! Infelizmente, a direção majoritária da UNE (PCdoB/PT), assim como as das principais centrais sindicais, estão tentando canalizar essas mobilizações para a candidatura de Lula em 2018, fazendo do “Fora Temer” uma palavra de ordem vazia que só se concretizaria nas próximas eleições presidenciais. Por isso, nós da Juventude Vamos à Luta, junto com várias outras juventudes da Oposição de Esquerda da UNE, gritamos em alto e bom som na Avenida Paulista “Lula, eu me lembro de 2003, essa Reforma você também fez”. Não temos memória curta: estamos com a Frente de Esquerda e Socialista para fortalecer uma alternativa aos “pemedebistas” e tucanos, mas também ao campo lulista que governou durante 13 anos contra os trabalhadores e a juventude e a favor dos banqueiros, latifundiários, multinacionais e fundamentalistas religiosos. Exigimos da direção majoritária da UNE e das centrais sindicais a continuidade do calendário de lutas dos estudantes unificado com os trabalhadores, com uma greve geral, para derrubar esse governo e suas medidas AGORA e NAS RUAS!

Unificar a Oposição de Esquerda: fortalecer uma alternativa de direção rumo ao 55º CONUNE

O movimento estudantil brasileiro, que luta incansavelmente em defesa da educação, que ocupou milhares de escolas e universidades em 2016 e que sai às ruas junto com os trabalhadores para defender seu direito ao trabalho e à aposentadoria, precisa de um polo de luta e organização alternativo. A UNE, que deveria estar encabeçando a resistência contra o governo e o ajuste, refém da política do PCdoB e do PT, não cumpre esse papel. Não à toa, toda indignação que ocupou Brasília no 29N voltou para casa sem continuidade diante do acordão entre PT, PMDB e STF para manter Calheiros a frente do Senado e, nos primeiros dois meses de 2017, não tivemos nenhum calendário de luta nacional. Além disso, votar nos candidatos do governo para a presidência da Câmara, do Senado e da Câmara Municipal e Assembleia Legislativa de SP e outros estados e municípios, demonstra que a política de conciliação e os acordões prima nesses setores e afeta a União Nacional dos Estudantes.

Por isso, mais do que nunca é necessário unificar a Oposição de Esquerda. Para fortalecer um polo alternativo e consequente nas lutas estudantis, contra as sistemáticas traições e conciliações da direção majoritária da UNE desde às reitorias até o governo federal. Para derrubar o governo Temer e suas medidas até o fim e não só até a “página 2”. Para apresentar um programa econômico, político e social para o país que rompa com os interesses dos poderosos e coloque as nossas riquezas a serviço das necessidades do povo. Acreditamos que essa unidade é possível e necessária e que devemos começar a colocá-la em prática neste CONEG, em cada universidade nas lutas e nas eleições de delegados rumo ao 55º CONUNE.

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