Nenhum passo atrás! Manter a Greve Geral no dia 30 de junho!

Na quarta-feira, 14/06, apareceu nas redes sociais um panfleto com a assinatura de todas as Centrais chamando a um genérico “Junho de Lutas”, de 20 a 30/06, onde desapareceu o chamado à greve geral do dia 30. Pouco depois a CSP-Conlutas divulgou um vídeo esclarecendo que não autorizaram assinatura e não participaram de nenhuma reunião que suspendesse a greve geral do dia 30, chamando os dirigentes a assumir sua responsabilidade e manter a greve geral de 30/06 marcada unitariamente.

Compartilhamos esta posição da CSP-CONLUTAS. Sem dúvida, o julgamento da chapa Dilma-Temer favorável ao PMDB e ao PT, a decisão dos tucanos de permanecer na base aliada e os acordos com os governadores sobre a base de empréstimos do BNDS, mostra que foi construído um acordão que a burocracia sindical integra, para desmontar a GG e manter Temer no governo, o que dá folego para o avanço da reforma trabalhista no senado. De costas para o povo, compactuando com a corrupção, os dirigentes das maiores centrais mais uma vez tentam mostrar serviço ao capital, desconsiderando as assembleias de base das categorias.

Isto se complementa com o lançamento das “Frentes pelas Diretas” integrada por PT, PCdoB, PDT, PSB, a REDE, CUT, CTB, para se contrapor à greve geral, visando obstruir a entrada em cena da classe trabalhadora, como foram as jornadas de março (08 e 15 e 30), a greve geral de 28/04 e a marcha a Brasília em 24/05. Infelizmente essa Frente Ampla, integrada por partidos burgueses, com o eixo errado das diretas, conta com o apoio da direção do Psol, do MTST e de importantes correntes de esquerda. Contam também com o apoio de numerosos artistas, o que lhe dá uma “aparência de massas” através de Shows, mas sem a classe trabalhadora e o povo mobilizado com métodos de luta como piquetes, ocupações e passeatas.

Evidentemente que as burocracias temem a democracia operária e a mobilização independente dos trabalhadores, pois seus privilégios materiais são sua verdadeira base de sustentação e, por isso, não duvidamos que tenham negociado a greve em troca do imposto sindical, traindo mais uma vez, como já o fizeram inúmeras vezes, os interesses da classe que dizem representar. E o que vimos nestes três meses, é que o processo ameaçava escapar do controle dos burocratas, que juntos com os partidos da Frente Pelas Diretas já, precisam dar alguma estabilidade ao regime para poder chegar com maior tranquilidade às eleições de 2018, com “Lula presidente” ou outro candidato com programa burguês. Sua estratégia é clara, mas, infelizmente setores da esquerda socialista lhe deram até hoje sustentação.

Diante deste fato, confiamos na nossa classe e na necessidade mais do que nunca que os setores da esquerda e combativos se apresentem como uma alternativa. É preciso fazer o que a esquerda fez na marcha a Brasília, ocupando o espaço que as maiores Centrais deixaram quando abandonaram a frente de combate em meio a repressão. Ao permanecer e resistir, a esquerda mostrou que pode ser um polo alternativo para ativistas que desejam lutar, independentemente de sua Central.

Por todos estes motivos, é que consideramos necessária uma reunião de urgência para discutir os passos a seguir com todos os setores interessados em manter a greve geral no dia 30/06. Pois concordamos com a CSP-Conlutas que é necessário chamar os dirigentes das Centrais para que assumam sua responsabilidade e convoquem a greve. Mas, entendemos que uma reunião aberta a todos aqueles dispostos a manter a greve geral, que já foi votada em numerosas assembleias, apresentaria um polo alternativo que teria muito peso, tanto para pressionar as Centrais quanto para garantir a greve geral para derrotar Temer e suas reformas antioperárias e antipopulares.

 15/06/17

Corrente Socialista dos Trabalhadores – PSOL

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