30 de Junho: É Greve Geral!

Com os piores índices de popularidade dos últimos trinta anos, o ilegítimo governo Temer se arrasta na maior crise econômica, política e social do país. Um desemprego que atinge mais de 14 milhões de trabalhadores, estados e municípios falidos – sucateando os serviços públicos e arrochando os salários de seus funcionários – e uma enxurrada de denúncias de corrupção justificam os pífios 7% de aprovação do pemedebista. Porém, não é só Temer que está em xeque, o regime e suas instituições estão questionadas ao não apresentar uma alternativa para os graves problemas sociais. Nesse marco, o ano de 2017 está marcado pelas mobilizações dos trabalhadores. Dias de luta massivas durante o mês de março conduziram à maior greve geral em 28 de abril, movimento que se estendeu com toda força à ocupação de Brasília em 24 de maio e impulsionou a convocação de uma nova greve geral para 30 de junho. Com a classe trabalhadora voltando a ser protagonista das mobilizações, o movimento demonstra forças suficiente para derrubar Temer e seus planos contra a classe trabalhadora.

As principais centrais não estão atuando à altura

A massiva greve do dia 28 de abril colocou de forma clara que é possível derrotar o governo com a mobilização. Porém, mais uma vez, dirigentes burocráticos das principais centrais sindicais estão trabalhando para desmontar a greve do dia 30/06.  É o que expressa um panfleto das centrais sindicais publicado no dia 14/06, onde não mencionam a convocatória à greve e se limitam a falar de um “junho de lutas”. Só a CSP-Conlutas, corretamente, se insurgiu contra essa política, fazendo um chamado público para manter a greve. Não é surpresa este tipo de comportamento por parte das burocracias sindicais. Um dos motivos desta política é negociar com o Congresso corrupto e o governo Temer a manutenção do imposto sindical, um mecanismo de arrecadação direta tirada do bolso do trabalhador que permite manter o poder econômico dessas Centrais. O outro está relacionado com o acordão para manter Temer até 2018 e salvar os dirigentes investigados dos principais partidos da ordem, PMDB, PSDB e PT, que estão ligados politicamente às centrais como a CUT, a CTB e a própria Força Sindical.

Se essa política vingar, significará uma traição, já que desviaria um processo de mobilização e luta com possibilidades de derrotar o governo e seus planos para uma negociação que responde aos interesses dos burocratas e para salvar o regime. Por isso, muitos dirigentes de base dessas centrais estão questionando essa posição e reafirmando o compromisso com a greve geral. Chamamos esses dirigentes regionais e às bases da CUT, da CTB e demais centrais a se rebelarem contra essa política para garantir uma greve vitoriosa.

A plenária do Rio de Janeiro mostra o caminho

Mesmo com o vacilo dos dirigentes nacionais burocráticos, em muitos estados e cidades se estão realizando plenárias e fóruns de luta contra as reformas e para manter a greve geral.   É o que aconteceu no RS, onde o Fórum Gaúcho em defesa da Previdência definiu: “Nenhum passo atrás, greve geral no 30/06!”. Também no próprio Congresso da UNE, centenas de jovens da oposição de esquerda realizaram um forte ato pela manutenção da greve geral e nesse evento, a CUT/MG teve que defender a greve do dia 30/06. Porém, a mais significativa manifestação de apoio à realização da Greve Geral veio do Rio de Janeiro. Convocadas pelo SEPE, dezenas de entidades sindicais, políticas e juvenis, como a CSP-Conlutas, Sindipetro/RJ, Sintuff, Combate, FES, PSOL, PCB, PSTU e outras, construíram uma exitosa plenária que debateu a calamitosa situação do país para os trabalhadores e a necessidade impostergável de realizar a greve geral. Esse é o caminho.

Construir um polo para garantir a greve geral de 30/06

Seria um crime desmontar a greve geral num momento em que o débil e corrupto governo Temer pode ser derrotado. As centrais sindicais acabam de lançar uma nota, onde ainda que falem de “parar o Brasil contra a reforma trabalhista e em defesa dos direitos e da aposentadoria”, não falam claramente de greve geral e o comunicado tampouco levanta o Fora Temer! É fundamental aproveitar a insatisfação das bases para manter a pressão sobre as direções sindicais burocráticas e manter a greve geral, e não uma genérica paralisação. Nesse sentido, a CSP Conlutas pode cumprir um papel fundamental, como aconteceu na Marcha em Brasília, um papel que lhe permita ocupar o espaço de direção que não ocupam as direções tradicionais. A CSP Conlutas, deve continuar chamando à mais ampla unidade de ação à CUT, CTB, Força Sindical e demais centrais, mas sem se omitir de criticar duramente as intenções dessas centrais de mudar a greve geral por um dia de lutas e paralisações.

Não há espaço para recuo. Estão dadas as condições para derrotar o governo Temer e seus planos contra a classe trabalhadora. Vamos trabalhar para construir um polo combativo e classista encabeçado pela CSP Conlutas para garantir a realização da greve geral no dia 30 de junho, contra as reformas trabalhista e previdenciária e pelo Fora Temer!

 

Corrente Sindical COMBATE – Classista e pela Base

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