RS: Com forte apoio popular, cresce a greve da educação

Desde o dia 05/09 está em curso a Greve dos Educadores do RS. A “gota d’água” que fez transbordar mais uma vez a paciência da nossa categoria, foi a provocação do (des)governador Sartori (PMDB), que começou o mês nos pagando somente uma parcela de R$350,00 de salário. Muitos colegas passaram a ter dificuldades até para comprar comida ou se transportar. Após um bom tempo de poucas ações efetivas e propostas de greves por tempo determinado (por parte da direção central do CPERS), a categoria votou greve por tempo indeterminado em uma assembleia realizada no Largo Glênio Peres.

Com o passar dos dias, a greve se fortaleceu, mesmo após o pagamento integral do salário no dia 13 deste mês. A indignação da nossa categoria é grande e justa. Estamos enfrentando o parcelamento de salários há 21 meses e desde 2014 estamos sem nenhum reajuste salarial. Não há outra saída senão seguir fortalecendo a nossa greve e apostando no diálogo permanente com a população, que vem nos apoiando.

O imenso apoio popular à Greve

O apoio à nossa greve cresce como fruto de uma situação política instável, marcada por escândalos de corrupção e pela destruição de direitos sociais, onde a população anda justamente indignada com os (des)governos corruptos, como os de Temer e Sartori.

Os políticos desse regime amargam altas doses de impopularidade em uma crescente fúria popular contra eles. A população trabalhadora gaúcha vê hoje na greve dos educadores, um importante exemplo do que “se deve fazer”, ou seja, lutar, protestar. Por isso, o apoio se espalha e cresce.
Frente ao escandaloso parcelamento de salários, que se combina com um crescente desmonte da educação pública e a piora geral no nível de vida da classe trabalhadora, a população entendeu nossos motivos e hoje dá um apoio imprescindível para o triunfo da nossa greve.

Dinheiro para a educação e não para os mega empresários

Logo que assumiu, o governador Sartori disse que o Estado estava em uma profunda crise e que não haveria dinheiro para novos investimentos, concursos e reajustes salariais. Porém, alguns dias depois de sua posse, sancionou aumento salarial de 64,22% para todos os secretários e de 26,43% para os deputados estaduais. Em 2016, para anunciar a crise financeira estadual, Sartori gastou R$ 3,5 milhões em campanhas publicitárias.

Segundo dados da Afocefe (Sindicato dos Técnicos Tributários da Receita Estadual), o Rio Grande do Sul deixa de arrecadar R$ 16 bilhões a cada ano, sendo R$ 7 bilhões por causa da sonegação e R$ 9 bilhões por causa da isenção de impostos. A cada 10 segundos de sonegação de ICMS, chega-se ao mesmo valor do salário de um professor estadual (R$ 2135,64). Cada 15 minutos de sonegação somam 210.000 reais, o mesmo valor de uma ambulância de UTI equipada. Com um mês de sonegação do ICMS, chega-se ao valor total da folha de pagamento dos servidores ativos da administração direta (dados de fev./2016).

Ou seja, dinheiro existe. Mas Sartori quer seguir destruindo a educação, a segurança e a saúde pública dos gaúchos para manter seus compromissos com os grandes empresários, que financiaram sua campanha eleitoral. Além disso, segue e aprofunda os privilégios dos políticos.

Governo debocha da categoria mais uma vez

Após um forte ato em frente ao palácio Piratini no dia 12/09, o comando estadual de greve conseguiu uma audiência com o governo para dali a dois dias. Nela, o secretário da Fazenda ameaçou pagar o salário de setembro apenas a partir do dia 15 do próximo mês. Um verdadeiro deboche! Diante disso, a proposta é fortalecer a greve nas escolas e ampliar o diálogo com a população, para demonstrar o papel nefasto desse governo, que não quer negociar com os servidores.

Vamos à luta para fortalecer a greve

A partir do dia 18/09, entraremos em uma semana decisiva nessa imensa batalha contra o canalha que vem desmontando o ensino público dos gaúchos. É preciso fortalecer o ato estadual programado para o dia 19 de setembro, bem como as caravanas regionais programadas para o final da semana. Exigimos que a direção central do CPERS não imponha o isolamento a nossa greve, que fortaleça a unidade dos servidores e chame uma greve geral do serviço público estadual, para derrotar a política de desmonte do serviço público, liderada por Sartori e Temer.

Combate Classista e pela Base – Rio Grande do Sul

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