PSOL de cara própria e com uma Frente de Esquerda

A imprensa acaba de noticiar a proposta, lançada por integrantes da bancada federal, sobre uma possível candidatura de Guilherme Boulos pelo PSOL. Após ficar à deriva vários meses sem proposta concreta, essa ideia será debatida na direção do partido. Nós discordamos dessa proposta e defendemos uma orientação alternativa. Para responder corretamente o tema eleitoral, com independência de classe, o PSOL deve abandonar o atual atrelamento ao projeto Lulista. Por outro lado, é necessário utilizar as etapas estaduais do V congresso para ampliar o debate na base, pois os diretórios e militantes não foram consultados sobre essa questão, nem existe um diálogo sobre que programa e que alianças defenderemos.

É preciso que PSOL, PSTU e PCB construam uma Frente de Esquerda e Socialista

Em meio a traição da burocracia sindical, que abortou a greve geral, vai aumentando uma polarização conjuntural movida pelas pesquisas eleitorais. Diante do vácuo deixado pela esquerda, retornam nomes como Lula e Ciro e surgem outros como Bolsonaro e Dória. Diante da falência dos partidos do sistema e da república burguesa é preciso construir uma alternativa política de esquerda, radical e socialista. Unir PSOL, PSTU e PCB junto com outras organizações, numa Frente de Esquerda para vocalizar as exigências dos 40 milhões que protagonizam a greve geral de Abril, dos 150 mil que ocuparam Brasília em maio, da juventude que ocupou escolas e universidades e das mulheres, negros e LGBTs. Uma alternativa aos que estão na batalha para transformar o 10/11 num protesto nacional com manifestações e greves.

Os Lulistas estão num acordão com PMDB e PSDB

Essa alternativa não vai surgir do Lulismo e da Frente Ampla pelas Diretas, composta por partidos burgueses.  Muito menos de debates como o Vamos, integrado por petistas como Lindbergh e Tarso Genro.  O PT integra o acordo nacional com PMDB e PSDB para manter Temer na presidência, Aécio no senado e Lula de candidato. A executiva do PT defendeu Aécio e o PCdoB convidou Rodrigo Maia para seu congresso. As senadoras Gleisi Hoffmann, Vanessa Grazziotin (PCdoB) e Jorge Viana (PT) se ausentaram da sessão sobre Aécio Neves, favorecendo o PSDB. Os 13 anos de Lula/Dilma mostraram que não há programa comum com PT e PCdoB.

Precisamos de uma esquerda independente do Lulismo

Apesar das traições do PT e PCdoB, as organizações da Frente Povo Sem Medo seguem atreladas ao Lulismo e entusiastas do Vamos. Essa estratégia da direção do MTST e de Guilherme Boulos é um erro. Sabemos que o MTST é um movimento que lidera ocupações, realizou fortes protestos por moradia e agora está numa ocupação em São Bernardo. Lutas que devem ser apoiadas. Mas isso não significa concordar com a política desses dirigentes. Boulos participou de eventos da campanha eleitoral do ex-presidente petista e espera uma definição de Lula para se movimentar. Ou seja, não se trata de um dirigente completamente independente e alternativo. Por sua estratégia, Boulos não reúne condições para representar o PSOL. Para construir uma verdadeira alternativa é preciso romper com os Lulistas.

Frente de Esquerda para uma chapa unificada do PSOL, PSTU e PCB

Nas eleições o PSOL deve apostar numa Frente de Esquerda com PSTU e PCB, ao estilo do que existe na Argentina com a FIT (Frente de Esquerda e dos Trabalhadores). Deve retomar experiências como a Frente de Esquerda de 2006 entre PSOL, PSTU e PCB, bem como outras estaduais mais recentes. É preciso evitar a dispersão das candidaturas como ocorreu em 2014 e 2016. O PSOL possui lideranças como Luciana Genro, fundadora do PSOL, que representou o partido nas eleições de 2014 combatendo a falsa polarização entre Dilma/PT e Aécio/PSDB, bem como desmascarando falsas alternativas como Marina/REDE/Itaú. Possui intelectuais como Plínio de Arruda Sampaio, militante há um bom tempo do partido e que se destaca na defesa de um projeto radical conectado com a revolução brasileira. Possui a pré-candidatura do companheiro Nildo Ouriques, com longa trajetória na esquerda, cujo programa combate o sistema Petucano e é apoiado por correntes como Esquerda Marxista, LRP e vários dirigentes do partido. O PSTU poderia contribuir numa chapa unitária com o companheiro Zé Maria e sua militância inserida no operariado metalúrgico e em várias categorias. O PCB com o companheiro Mauro Iasi, integrante do movimento docente, intelectual de esquerda e porta-voz do partidão na eleição de 2014. Defendemos que o PSOL proponha ao PSTU e PCB uma reunião comum para debater a construção da Frente de Esquerda, organizar um debate programático, articular sua composição e construir essa Frente nas lutas, como os calendários do Brasil Metalúrgico.

18/10/2017

Babá – um dos fundadores do PSOL e suplente de vereador pelo Partido no RJ

Silvia Santos – coordenou a campanha de legalização do PSOL em 2004/2005.

Rosi Messias – Secretária Geral do PSOL/RJ

Claudia Gonzalez – Executiva Estadual do PSOL/RJ

Bárbara Sinedino – Executiva Municipal do PSOL/RJ

Adriano da Silva – Diretório Municipal PSOL/RJ

Everton Luiz – Diretório Municipal PSOL Belo Horizonte/MG

Danilo Bianchi Moreira – Executiva Estadual PSOL/MG

João Carlos Da Silva Santiago – Diretório Estadual Psol/Pa

Mariza Das Mercês M. Dos Santos – Diretório Estadual Psol/Pa

Claudemir Teixeira Oliveira –Executiva Municipal São Luís/MA

Diego Vitelo – Militante do PSOL/SP

Franco Machado – Executiva Estadual do PSOL/RS

Lucas Schlabendorff – Secretário Geral do PSOL Santa Maria/RS

Michel Tunes – integrante da Executiva Nacional do PSOL

Corrente Socialista dos Trabalhadores – Tendência do PSOL

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