14/4 : Um ano e um mês do assassinato da companheira Marielle!

Quem mandou matar Marielle? 

Essa pergunta vem ecoando nos quatro cantos do mundo há um ano: Quem mandou matar Marielle Franco e por quê? A vereadora socialista estava no auge da vida política e foi brutalmente assassinada ao lado do seu motorista Anderson Gomes. Marielle era militante do PSOL. Mulher negra, LGBT, e moradora da favela da Maré, uma das maiores da cidade do Rio de Janeiro e há mais de uma década ativista dos direitos humanos. Por isso virou semente e floresceu e hoje suas pautas têm sido difundidas em todo mundo. Foi com essa potência que no país e em várias partes do mundo ocorreram atos no dia 14 de março de 2019, quando completou um ano de seu assassinato, mostrando que o legado de Marielle e a luta por justiça segue mais forte do que nunca.

Um ano após sua morte, foi efetivada a prisão do sargento reformado da PM Ronnie Lessa, acusado de apertar o gatilho e do ex-policial militar Élcio Queiroz, que dirigia o Cobalt usado durante a ação dos criminosos. As investigações apontaram que Lessa pesquisou sobre a vida de Marielle, meses antes da execução. Essas prisões tratam-se de um passo importante, mas não resolvem o brutal crime político e nem respondem à pergunta: quem são os verdadeiros mandantes desses assassinatos? Há ainda a descoberta de um arsenal de 117 fuzis encontrados numa residência de um comparsa de Lessa. O que só reforça que podemos estar diante de traficantes de armas. A imprensa vincula os presos, como possíveis integrantes do Escritório do crime ou de alguma outra facção criminosa. São apenas executores de uma ordem para matar!

É inadmissível a declaração de Bolsonaro que chegou a afirmar: “Para a democracia não significa nada. Mais uma morte no Rio de Janeiro e temos que aguardar a investigação”. Jornal O Globo abril de 2018. NÃO PRESIDENTE! A morte de Marielle foi um assassinato político!

É necessário investigar que setores do poder político tinham interesse na morte de Marielle e por qual motivo. Por isso a pergunta que não quer calar é: quem mando matar Marielle?

Relações com a milícia!

As prisões de dois militares suspeitos do assassinato de Marielle e Anderson acrescentaram mais elementos explosivos a complexa conjuntura do país e mostra a proximidade da família Bolsonaro com as milícias. Primeiro, pela proximidade física e a convivência social da família do presidente da república com um dos militares presos. Um deles morava no mesmo condomínio de luxo da família do presidente na Barra da Tijuca, zona nobre do Rio e frequentavam ambientes comuns. O delegado do caso também confirmou que um dos filhos do presidente namorou a filha de Lessa. Há também nas redes sociais fotos de 2011 na qual Élcio Queiroz aparece ao lado de Jair Bolsonaro.

Não podemos esquecer do caso que envolve o Gabinete de Flávio Bolsonaro, que empregou na sua assessoria e condecorou com medalhas da ALERJ militares ligados às milícias, em especial ao chamado “escritório do crime”, no famoso episódio dos repasses financeiros efetuados pelo motorista Queiroz.

Esses episódios só corroboram que os Bolsonaros sempre foram benevolentes com agentes públicos envolvidos nas milícias, mostrando uma relação pacífica com esses criminosos.

As milícias são máfias formadas por policiais civis, militares e bombeiros que controlam parte do território da cidade do Rio. Funcionam como uma espécie de controle paralelo no Rio de Janeiro, como vem denunciando desde 2007 o deputado Marcelo Freixo, presidente da CPI das milícias, que possibilitou a prisão de inúmeros milicianos, por isso até hoje Freixo sofre ameaças de morte.

As milícias logo quando surgiram foram apoiados por diversos políticos, pois eram “vendidas” como “grupos de autodefesa”. Entravam nas comunidades, expulsavam e matavam traficantes, passando a dominar seus territórios nas favelas, controlando áreas como transporte, venda de gás, internet, luz e mercado imobiliário. Causando um terror nas favelas cariocas.

Por isso é inaceitável as relações e a convivência pacífica do presidente e de sua família com uma das maiores máfias do país. Toda essa situação urge ser esclarecida!

Continuar a mobilização para prender os mandantes do assassinato de Marielle.

O assassinato de uma vereadora é um crime político. Por isso é fundamental sabermos qual grupo político é capaz de, em pleno século XXI, mandar eliminar uma autoridade pública que tenha cruzado seu caminho” (Twiter do deputado federal Marcelo Freixo).

Estamos com Freixo, com a família de Marielle, com as mulheres, com a população LGBT, com os psolistas e com todos que seguem nas ruas exigindo justiça.

Esta é uma tarefa urgente que não pode demorar mais um ano. Lutar por uma comissão independente, formada pelos familiares de Marielle e Anderson, pela Anistia Internacional, OAB, e diversos intelectuais e defensores dos direitos humanos que acompanhe de perto o caso é fundamental. Ao mesmo tempo organizar uma forte campanha para prender os mandantes do crime. E principalmente apostar na mobilização, visto que a prisão dos assassinos da vereadora fortaleceu a disposição de continuar a luta por Justiça para Marielle e Anderson!

Rosi Messias – Dirigente do PSOL e da CST/PSOL

 

 

 

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