Entrevista com David Miranda – Deputado Federal – PSOL-RJ

Solidariedade ao The Intercept, Glenn Greenwald e David Miranda

Após o impacto das conversas divulgadas, o portal The Intercept, um dos seus editores chefes, o norte-americano Glenn Greenwald (escritor que ganhou o Prêmio Pulitzer após sua reportagem sobre a espionagem da NSA e premiado no Brasil por artigos publicados) e o companheiro de Glenn, o Deputado Federal pelo PSOL – David Miranda, são alvos de uma campanha de calúnias que tem como única intenção desprestigiar o sério trabalho de investigação feito pelo portal.

Somos solidários aos companheiros e ao The Intercept. Não há nenhuma conduta ilegal no vazamento dos diálogos que são de interesse público. Essa é a defesa da liberdade de imprensa contra os que querem intimidar e calar opositores.

1) CS: Como você avalia as repercussões dos diálogos revelados pelo Intercept em relação ao ex- juiz Moro e aos procuradores da lava jato?

DM: As mensagens vazadas repercutiram em todo o mundo ao mostrar a parcialidade do então juiz Sérgio Moro. O governo Bolsonaro vem a cada dia perdendo apoio e credibilidade, o que ficou bem evidente nas vaias que recebeu no Maracanã durante a final da Copa América. A cada dia, a imagem do “herói” vem desmoronando. Moro e Bolsonaro têm respostas a dar ao povo brasileiro.

2) CS:  Como você avalia as tentativas de devassa do governo contra o Glenn Greenwald do Intercept e quais seus objetivos políticos?

DM: É uma evidente tentativa de intimidação contra o trabalho jornalístico. Ao agir assim, Moro demonstra sua face mais autoritária, fazendo do governo e de seu Ministério uma verdadeira polícia política. Esses ataques da parte do governo são um atentado à liberdade de imprensa. Estão promovendo, além de uma perseguição, uma campanha de difamação em relação ao Glenn e ao PSOL em geral. É inaceitável que continue sendo ministro.

3) CS: E como podemos virar esse jogo em favor da classe trabalhadora?

DM: Temos que seguir nos mobilizando com o povo nas ruas, como foram as recentes jornadas de luta da Educação e a Greve Geral. Temos que estar ao lado de todos e todas do campo democrático que queiram derrubar esse governo proto-fascista, mas ao mesmo tempo o PSOL deve afirmar uma alternativa, que se diferencie tanto da direita quanto da “esquerda” que governou para os interesses dos banqueiros e pavimentou o caminho que nos trouxe ao atual estado de coisas.

 

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