É preciso derrotar o plano de Bolsonaro de tentar prender o jornalista Glenn Greenwald. Divulgar a verdade não é crime!

O governo reacionário de Bolsonaro, seja através do presidente, seja através do ministro Moro, começou uma investida contra a liberdade de imprensa. Bolsonaro declarou que Gleen Greenwald, jornalista e editor do site The Intercept Brasil, cometeu crime e que pode “pegar uns anos de cadeia”, sem conseguir identificar qual foi o crime cometido. Sérgio Moro foi responsável pela confecção de um decreto que cria o tipo de deportação para estrangeiro que atente “contra a Constituição”, uma generalidade que tem como único alvo intimidar o brilhante trabalho do jornalista que foi um dos responsáveis por divulgar os diálogos que mostram o interesse político por detrás da operação Lava Jato.

A tática de Bolsonaro é tentar intimidar e calar opositores, para com isso aprovar seu plano de retirada de direitos e impor sua visão autoritária, misógina, homofóbica e racista sobre o país, como o recente exemplo de suas declarações contra “os governos de Paraíba”.

A reação também é um sintoma de que o governo sentiu o golpe com as revelações das mensagens de seu ministro mais prestigiado e, sobretudo, que a Lava Jato longe de tentar construir uma ferramenta contra a corrupção, protegia seus políticos corruptos de estimação.

No entanto, não é possível minimizar os atos do presidente. Não se trata de mais uma declaração absurda. Trata-se de um plano. Para isso, conta com a colaboração especialmente da Rede Globo que repete a cada telejornal o suposto crime de quem divulga informações hackeadas, quando na verdade a Constituição Brasileira garante o direito à liberdade de imprensa e o sigilo da fonte.

Não há o cometimento de nenhum crime por parte do The Intercept. O agora ministro Moro contradiz o que o Juiz Moro falou a época da divulgação dos áudios de Dilma e divulgados pela Lava Jato, que tratavam de garantir a Lula o cargo de ministro para impedir a prisão. Naquela ocasião Moro dizia que o grave era o conteúdo e não a forma como foi obtida. Agora Moro tenta construir uma narrativa que o problema foi um suposto Hacker e não a gravidade de que ele interferia e conduzia uma investigação contra uma das partes do processo e tinha interesse político naquela ação judicial.

Pior ainda é o fato de que Moro alertou que sabia o conteúdo de conversas de diversas personalidades que haviam sido hackeadas. É grave, porque trata-se de uma investigação que corre sob sigilo e ninguém, nem mesmo ele que é Ministro e chefe da Polícia Federal, poderia ter acesso, e mais grave que ele ameace destruir essas conversas.

Frente esses fatos é preciso denunciar as tentativas do governo Bolsonaro e cercar de solidariedade ao jornalista Glenn e a todo The Intercept, assim como ao deputado federal David Miranda (PSOL/RJ), companheiro de Glenn e que está sofrendo inúmeros ataques intimidatórios.

Cabe aos organismos de Direitos Humanos, aos sindicatos de jornalistas, aos partidos de oposição ao governo Bolsonaro e a todos os movimentos sociais e democráticos exigir o fim da perseguição a Glenn Grennwald e ao The Intercept, a exemplo da importante iniciativa da Associação Brasileira de Imprensa – ABI, que organiza um ato em sua sede, com a presença de artistas e personalidades políticas em solidariedade a Gleen.

30 de Julho de 2019

Corrente Socialista dos Trabalhadores – CST-PSOL

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