Não ao garimpo em terras indígenas. DEMARCAÇÃO JÁ !

Historicamente, os povos indígenas lutam pela posse de seus territórios se chocando com os interesses do agronegócio e da mineração. Um exemplo são as terras Wajãpi, cobiçadas por garimpeiros e multinacionais por avaliarem que ali pode ser um novo “Eldorado”. Assim, a violência aos povos originários se aprofunda, como recentemente o assassinato de Emyra Wajãpi no Amapá, sem resposta até agora.

Essa violência se aprofunda quando Bolsonaro tenta enfraquecer o papel da FUNAI e procura transferir a demarcação de terras indígenas para o Ministério da Agricultura. Segundo o Instituto Socioambiental (ISA), há 4.332 requerimentos para exploração do subsolo em 214 das 735 áreas indígenas registrados na Agência Nacional de Mineração – 29,1% do total, inclusive nos parques indígenas de Tumucumaque (AP e PA), Araguaia (TO) e Aripuanã (MT). Os requerimentos envolvem a exploração de 66 substâncias, principalmente ouro. Desses, em 19 já foram autorizadas a extração.

Os objetivos de lucro das empresas de mineração e os impactos dos garimpos são devastadores para as florestas, rios, solos e a população das regiões onde eles se encontram. Mas, para favorecer essas empresas, Bolsonaro ataca indígenas, ribeirinhos, camponeses e os órgãos ambientais como o IBAMA, IcmBio, INCRA e a SESAI, além de tentar impor perseguição e censura aos servidores.

A articulação da marcha de mulheres indígenas e as iniciativas em defesa dos povos da floresta devem ser fortalecidas, com solidariedade e mobilização. Felizmente, de acordo com o Atlas político divulgado no dia 01, 81,8% se dizem contra a liberação de garimpo em terras indígenas. É preciso ampliar essa articulação e transformar em protesto esse amplo rechaço à mineração e em defesa dos povos indígenas.

Por Eziel Duarte – Coordenação Nacional da CST/PSOL

 

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