EDITORIAL : Ampla unidade na luta e ao mesmo tempo construir uma alternativa política de esquerda

O presidente Bolsonaro e o Ministro Guedes, juntamente com o presidente da câmara, Rodrigo Maia, negociam com deputados e senadores a continuidade do ajuste a finalização da reforma da previdência. Os parlamentares desejam mais verbas, cargos e montanhas de recursos oriundos dos leilões do pré-sal. Em meio a velha política, o palácio do Planalto atira contra liberdade de imprensa, dentre outros discursos autoritários. O lado de lá nos ataca e precisamos responder unificadamente.

Com a CSP-CONLUTAS numa ampla unidade de ação!

O momento requer enfrentamento consequente em defesa das aposentadorias, dos salários, das universidades, dos servidores públicos, da floresta, das liberdades de manifestação e criação artística, do povo negro e dos LGBTs.

O recente congresso da CSP-CONLUTAS deliberou sobre essa tarefa fundamental: a necessidade de uma ampla unidade de ação nas ruas, com tudo e com todos. A nossa central defende a retomada das mobilizações unificadas do primeiro semestre, como o tsunami da educação, a greve geral e a luta ambiental, sem vacilar.

A recente rebelião popular no equador, questionando a austeridade ordenada pelo FMI (Fundo Monetário Internacional), mostra que em nível internacional a classe trabalhadora e os setores populares, a juventude e os indígenas, seguem lutando contra os ataques dos governos, do imperialismo e dos patrões. Esse exemplo é o que temos de seguir.

Rejeitar as negociatas com a extrema direita de Bolsonaro e a direita de Rodrigo Maia

Ao mesmo tempo em que tentam se unir para aplicar o ajuste, os Ministros do governo Bolsonaro, políticos e setores da burguesia, disputam entre si de forma encarniçada. Um exemplo a disputa entre o presidente do PSL e Bolsonaro, que antecipa uma possível ruptura do partido. O PSL, até pouco tempo, era a legenda símbolo da vitória da extrema direita nas eleições e hoje está fracionada. Essa crise é parte de um fenômeno geral que afeta as lideranças da extrema direita em escala internacional. Há derrotas políticas da extrema direita por parte de Netanyahu em Israel, Boris Johnson na Inglaterra e Salvini na Itália. Até mesmo Trump, líder de todos os reacionários, enfrenta problemas com a abertura do impeachment nos EUA.

Não por acaso Bolsonaro tenta salvar a própria pele. De forma pragmática tenta pontes com as oposições. E é do PT que recebe a mão amiga, com o compromisso selado na eleição de Aras na PGR. Antes foi dos governadores petistas do nordeste em defesa da reforma de Guedes. Parece surpreender, mas o fato é que o Lulismo confirma que sua vocação ao pacto e as negociatas não tem limites e nem escrúpulos.

Fortalecer uma verdadeira esquerda, socialista e classista

A política de traição de classe do PT e do Lulismo, com pacto no parlamento e tréguas nas ruas, impossibilita a luta unificada do movimento de massas contra o governo. Ao mesmo tempo bloqueia o caminho para o surgimento de uma alternativa política com independência de classe. Na luta pela máxima unidade de ação é preciso denunciar o “grande acordo nacional com o STF, com tudo”. Na batalha para construir uma verdadeira esquerda anticapitalista, é fundamental aprender com o exemplo argentino, onde partidos de esquerda e socialistas estão conseguindo intervir nas lutas e se apresentar unificadamente nas eleições. A FIT-U (Frente de Esquerda – Unidade) é contra a direita tradicional de Macri e a falsa esquerda peronista (que pactua com o ajuste e promete governar com o FMI).

No Brasil é preciso começar a construir uma frente de esquerda com PSOL, PSTU, PCB, UP, sem Lulistas e sem partidos burgueses para organizar as lutas e enfrentamento a Bolsonaro.

A tarefa mais do momento é seguir nas ruas e exigindo das direções da Centrais e dos maiores partidos de oposição um calendário de lutas unificado para enfrentar Bolsonaro e seus ataques.

Editorial Combate Socialista N° 103

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