No rock in rio: um festival de críticas ao governo Bolsonaro e ao autoritarismo!

O Rock in Rio de 2019 foi marcado por protestos contra o governo Bolsonaro (PSL), vindos tanto da plateia, quanto dos artistas que se apresentaram no festival. Expressou-se  forte rechaço ao presidente, como já vêm demonstrando as pesquisas de opinião com o aumento dos índices de rejeição ao governo. Durante o evento pode-se ouvir, em vários momentos, um sonoro coro de “Ei, Bolsonaro, vai tomar no C*” tomando conta da cidade do Rock, repetindo o canto que já havia sido o hit do carnaval carioca no início do ano.

Se a plateia fez seu show nos palcos também não faltaram discursos políticos. Na abertura do festival a cantora Lellê iniciou sua apresentação com o discurso de Marielle. Com o punho cerrado ao alto, reproduziu a fala em que a vereadora dizia: “Não serei interrompida“.

Marielle, assim como a menina Ágatha, assassinada pela polícia militar e pela política genocida de Wilson Witzel, e o músico Evaldo morto pelo exército com 80 tiros, foram lembrados em outras apresentações como a dos Rappers Dughettu e Emicida, que aproveitou ainda para pedir liberdade ao DJ Rennan da Penha. A banda mexicana-brasileira-colombiana “Francisco, El Hombre”, também criticou Bolsonaro e Witzel ao longo de todo o show.   A performance de Elza Soares também foi marcada por críticas sociais: “Ágatha Félix tinha 8 anos, o músico Evaldo Rosa levou 80 tiros. Marielle lutava pelos pobres, pelos negros. CHEGA!” disse Elza, que também criticou a violência contra as mulheres e chamou o povo a ir para a rua “ Vamos para as ruas, vamos buscar os nossos direitos. Esse Rio de Janeiro acabado, esse Rio de Janeiro completamente distorcido. Cadê o povo? Cadê a voz da gente? Cadê as mulheres? ”.

O ator e cantor Jack Black, da banda norte-americana Tenacious D, pediu o impeachment de Donald Trump durante entrevista logo após seu show. E a banda de trash-metal Anthrax fechou sua apresentação com a música “Indians”, em protesto contra o genocídio do povo indígena. A situação da destruição da floresta amazônica, aliás, foi lembrada por diversos artistas ao longo do Rock in Rio. Principalmente no show “Pará Pop” quando Fafá de Belém, Gaby Amarantos, Dona Onete e Lucas Estrela tomaram a cidade do Rock com carimbó, guitarrada  e uma mensagem em defesa da Amazônia e dos povos da floresta.

A cultura sempre foi uma importante ferramenta de resistência ao autoritarismo e a governo reacionários. Não é à toa, que Bolsonaro hoje tenta censurar a liberdade artística, como faz na ANCINE cortando verbas dos filmes que não são de seu interesse. É necessário que a pauta da cultura, em defesa da liberdade de expressão e contra a censura, seja expressa em unidade a todas as pautas que hoje estão colocadas (que inclusive se expressaram no festival). Devemos seguir o conselho de Elza Soares e ocupar as ruas unificando as pautas em calendários unitários, para derrotar o projeto ultra-liberal e autoritário de Bolsonaro.

Juventude do mundo em luta pelo direito ao futuro!

No último dia 20 de setembro, no mundo inteiro ocorreu a greve global pelo clima, contra a catástrofe climática para a qual caminhamos. A juventude a nível mundial tem sido vanguarda nessa mobilização, com a liderança da sueca Greta Thunberg, de 16 anos, que iniciou em seu país um movimento de greve escolar em 2018 que cada vez mais foi ganhando mais adeptos. Na greve do dia 20, houve manifestações gigantescas em diversas capitais do planeta. Esse processo coloca na ordem do dia a luta contra o sistema capitalista. São os grandes empresários que destroem a natureza, em busca do lucro. No Encontro de Cúpula sobre Ação Climática, que aconteceu no dia 23 de setembro, Greta denunciou a negligência dos dirigentes das principais potências capitalistas presentes sobre a questão climática: “As pessoas estão sofrendo e estão morrendo. Os nossos ecossistemas estão morrendo. Nós estamos vivenciando o começo de uma extinção em massa. E tudo o que vocês fazem é falar de dinheiro e de contos de fadas sobre um crescimento econômico eterno. ” Disse a ativista.

Na declaração da UIT-CI sobre a greve do clima, dizíamos: “Um relatório da ONU preparado por 250 cientistas de 70 países prevê uma catástrofe ambiental até 2050, onde o planeta ficará inabitável para a espécie humana (…) mostra que a catástrofe esperada será uma consequência da manutenção e aprofundamento da lógica da produção capitalista, sustentada por grandes multinacionais e governos capitalistas, para gerar superlucros à custa da depredação da natureza e da superexploração de trabalhadoras e trabalhadores.

No Brasil, também ocorreram importantes atos, contra a política de destruição da Amazônia do governo Bolsonaro. Porém, as mobilizações poderiam ser maiores. Infelizmente não houve um chamado das entidades estudantis como UNE, UBES e ANPG a unificar a pauta da educação com a pauta ambiental. As centrais sindicais como CUT, CTB e Força Sindical também não cumpriram esse papel. Nós defendemos que essa luta tenha continuidade, pelo fim das queimadas, em defesa da floresta e seus povos e contra a catástrofe climática promovida por Bolsonaro! Unificando com as diversas pautas, em calendários nacionais para ocupar as ruas.

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