PSOL | O Encontro de Mulheres do PSOL poderia ter sido mais bem aproveitado para a nossa luta

De 20 a 22 de setembro deste ano, centenas de mulheres se reuniram em Arujá (SP) para debater os rumos da luta feminista no Brasil. Um encontro que reuniu mais de 500 mulheres, delegadas eleitas nas plenárias estaduais do PSOL. Foram dias de intensos debates que poderiam ter sido mais bem aproveitados para enfrentar o governo machista e misógino de Bolsonaro e para ajudar na organização da nossa luta, considerando o ascenso das mulheres. No ano passado, nós protagonizamos a batalha contra a extrema direita, com as mobilizações massivas contra Bolsonaro e a #EleNão. Além disso, neste ano, nós mulheres também fomos vanguarda das lutas, como as mobilizações contra a destruição da Amazônia e o tsunami da educação

O campo majoritário do PSOL, em torno da Aliança, impôs sua maioria com eixo na disputa eleitoral de 2020, através das frentes amplas com partidos que fizeram corpo mole no enfrentamento à Reforma da Previdência (PT/PCdoB/PDT/PSB) e com partidos abertamente burgueses (REDE e PROS). Defenderam, também, que o eixo da luta das mulheres deveria ser a campanha do Lula Livre.

Nós da CST/PSOL defendemos que o eixo do Encontro deveria ser a luta contra os retrocessos e as políticas anti-feministas de Bolsonaro e Damares. Para isso, seria importante a construção de um calendário de lutas, que inclui o dia 25 de novembro (Dia de Combate à Violência Contra a Mulher). Apresentamos também a necessidade de uma setorial de mulheres democrática e paritária, para que todos os setores do partido pudessem participar, o que ajudaria na organização e na armação das mulheres do PSOL para a luta unificada pelas pautas feministas, em conjunto com os coletivos de mulheres que surgiram nos quatro cantos do país. Além disso, propusemos a construção de uma Frente de Esquerda com partidos como PSTU, PCB, UP e movimentos sociais e feministas de luta, apresentando um projeto de enfrentamento e ruptura com esse sistema que nos oprime e nos explora.

Nos últimos tempos, a setorial de mulheres estava desarticulada e o Encontro de Mulheres já não acontecia há 5 anos. Na época, o setor majoritário do partido forjou uma maioria para garantir que os 5% provenientes do fundo partidário estivessem sob seu controle. Isso foi muito prejudicial para a luta das mulheres do PSOL, pois durante esse período não tivemos uma política unificada para intervir em vários processos de luta, como a Primavera Feminista contra Cunha e a luta por justiça para Marielle.

No Encontro, defendemos resoluções comuns com diversas correntes de esquerda e setores independentes e conseguimos construir uma chapa com as companheiras do MES, Comuna e APS/Nova Era.

Devemos seguir nas ruas, unificando a luta contra os ataques do governo Bolsonaro, contra o feminicídio, em defesa da legalização do aborto, contra a educação sexista e o machismo. A Primavera Feminista seguirá no terreno mais fértil: a mobilização cotidiana das mulheres. Seguiremos em luta até que todas sejamos livres!

Por Cindy Ishida – Coordenação de Mulheres da CST/PSOL-MG

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