20.11 – Continuar a luta de Zumbi e Dandara

No mês que é marcado pela nacionalização da Consciência Negra no Brasil, é importante falarmos sobre a resistência ao genocídio e ao racismo, mas também devemos fazer ecoar nossa indignação frente ao governo racista de Bolsonaro e seus capitães do mato nos estados. A experiência dos quilombos em todo o território nacional, apesar do apagamento histórico, é o nosso melhor exemplo de luta coletiva. Precisamos seguir dando cartão vermelho para o racismo, pois apesar de o mito da democracia racial ter sido derrubado há tempos, o bolsonarismo tenta legitimá-lo reforçando estereótipos como a herança da “malandragem” e visa combater a conquista mínima das cotas raciais.

Nunca houve um processo de reparação histórica para os negros e negras escravizados, tampouco uma preocupação em revisar as bases do racismo estrutural no país por parte de nenhum governo. Se antes nossa condição era de servidão forçada, hoje Bolsonaro e governadores como Witzel empregam uma cruzada que tem feito aumentar o extermínio negro, principalmente da juventude.

Recentemente, o menino Lucas foi sequestrado em frente a sua casa em Santo André (SP). Seu corpo foi jogado em um lago, um entre tantos jovens que perdem sua vida por uma política fracassada de segurança pública. Entretanto, não podemos seguir naturalizando a violência policial, devemos exigir investigação e punição aos PMs envolvidos, lutando pela desmilitarização das polícias e por uma formação humanizada, voltada para a inteligência, para que nenhuma Ágatha, nenhum Evaldo, nenhum Lucas tenha seu futuro interrompido, mas também para frear as mortes de policiais.

Neste Dia da Consciência Negra dizemos basta ao extermínio nas favelas e também à violência por parte de empresas de seguranças, que lucram com uma segurança pública falida. Chega de meia-culpa e naturalização do enquadro, chega de profissionais do extermínio. Precisamos retornar às ruas contra as práticas racistas de todos os inimigos do povo preto e da classe trabalhadora, transformar a indignação em ação. Não podemos esquecer que há 20 meses um crime mudou a história da política brasileira, o assassinato de Marielle Franco (PSOL). A investigação da morte de nossa companheira não pode ser engavetada, sobretudo pelo possível envolvimento do clã Bolsonaro. É preciso suspender os sigilos bancário, fiscal, telefônico e eletrônico dos envolvidos, incluindo as autoridades que conversaram sobre o inquérito: Bolsonaro, Witzel, Toffoli, Aras e Moro. Queremos saber quem estava na casa 58!

Neste Novembro Negro estaremos presentes nas Marchas da Periferia em todo o país, contra o genocídio afro-indígena e a retirada de direitos e em defesa da Amazônia, vamos denunciar as mortes de negros nas periferias, dos quilombolas e dos indígenas.

– Basta de extermínio nas favelas!
– Fim da violência dos policiais e das empresas de segurança!
– Justiça para Marielle e Anderson!
– Queremos saber: quem estava na casa 58?

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