Segue forte a greve das educadoras e educadores do Rio Grande do Sul

Texto Professores Bianca Damacena e Matheus Schneider (diretor do 39º núcleo do CPERS)

Ato dos professores gaúchos em frente ao Palácio Piratini, sede do governo estadual. Foto: Caco Argemi/CPERS

Há quase um mês em greve, educadoras e educadores do RS demonstram a força da categoria. Com pequenos atos praticamente todos os dias, panfletagem, grandes marchas na capital e a certeza de que as aulas só retornam quando o governador Eduardo Leite (PSDB) retirar o pacote que visa mexer no nosso plano de carreira.
Outras categorias de servidores estaduais também entraram em greve e aumentam as colunas da luta contra o ajuste do governo estadual. Além disso, a polícia civil já anunciou greve no dia 17/12, quando começa a votação do pacote, e a brigada militar anunciou aquartelamento.

Não está nada fácil para o governador

Leite tenta seguir a vida normalmente e mantém a agenda de ajustes: além do pacote, ele já anunciou corte de ponto, uma nova matriz curricular que vai significar desemprego em massa e uma portaria que permite que restaurantes e padarias doem comida “imprópria para comércio” para a merenda escolar. Um verdadeiro tiro no pé, que nos dá mais subsídio para manter nossa mobilização. E não há como passar ileso enquanto ocorre uma das maiores greves da história do magistério estadual.

Foto: Gustavo Mansur / Palácio Piratini

São mais de 1500 escolas fechadas, cerca de 80% da categoria parada. A população está do nosso lado e pegou pra si a tarefa de encher as caixas de entrada dos deputados com pedidos de retirada do pacote.

Além disso, são vários os estabelecimentos comerciais que colocaram cartazes em suas vitrines apoiando a greve das educadoras. Em consequência, algumas bancadas começaram a pular fora do barco furado do governador indicando que não concordam com o pacote e que dia 17 votarão contra.

A força das ruas vai derrubar o pacote

Existe possibilidade real de barrar esse ataque e está relacionada com a força da mobilização. É preciso manter a greve até que o governador retire o pacote da votação. E é preciso ir além. Nossa mobilização deve denunciar incansavelmente que o problema da “falta de dinheiro” não é do servidor estadual, mas sim dos grandes empresários que sonegam imposto, das isenções fiscais, da Lei Kandir que não é cobrada e, principalmente, do pagamento de uma dívida que deveria ser auditada. Em todos esses exemplos, são trilhões de reais que poderiam ser revertidos para saúde, educação e segurança.

Nós da Combate – Classista e pela Base e da CST/PSOL construímos a greve das educadoras e chamamos todas e todos grevistas, estudantes, pais, mães, amigos, familiares e população em geral que defende a escola pública a se somar às manifestações pois é assim que demonstraremos nossa força para o governo.


Leia também: Em defesa da Educação Pública do Especial Mais Brasil, Menos Direitos.

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