Um ano do tsunami da educação: Fortalecer a lutar por quarentena geral já e suspensão do calendário do ENEM!

JUVENTUDE VAMOS À LUTA

Há um ano o anúncio  de corte de verbas  (primeiramente anunciado para  cursos da área  de humanas e logo estendido para toda a educação pública ) gerou uma onda de mobilização de estudantes e professores, principalmente nas universidades  federais. Assembleias de base lotadas votavam, quase sempre por unanimidade,  a adesão à  greve geral da Educação convocada pela CNTE para o dia 15 de maio. Os gigantescos protestos paralisaram Bolsonaro em seu primeiro semestre de governo e conquistaram a derrota parcial do contingenciamento de verbas.

Um ano depois, nos vemos em meio à  pandemia de Covid19, as aulas nas universidades e escolas estão suspensas e Bolsonaro mostra que além de inimigo número 01 da Educação também o é da Saúde Pública.  O ódio à Ciência e o caráter privatista de seu governo, expressos em seus ataques à  universidade, como no recente corte de bolsas na CAPES e no CNPQ,   é  o que o leva a negar a gravidade da pandemia e a aplicar uma política de caráter genocida contra os trabalhadores do país e que nos coloca em um caminho desastroso. Nos aproximamos de 15 mil mortos enquanto o presidente defende que é  mais importante “Salvar CNPJ”, ou seja o lucro dos empresários.

Enquanto a necessidade de isolamento nos impede de chamar novos tsunamis massivos nas ruas, as águas começam a se agitar nas portas de hospitais Brasil afora: trabalhadores da Saúde, uma das categorias mais vitimizadas pelo Coronavírus e pela política de sucateamento do SUS , realizam mais e mais protestos por condições  dignas de trabalho e defesa das suas vidas, como vimos no último dia 12 de maio com mobilizações virtuais e presenciais das trabalhadoras da enfermagem em várias cidades do país. As pautas são fundamentais: equipamentos de proteção individual, testagem, quarentena para grupos de risco e a homenagem aos trabalhadores que tombaram no combate ao Covid-19 pela irresponsabilidade criminosa do presidente da república e pelo ajuste fiscal do congresso nacional corrupto.

Seguir o exemplo da saúde

Nós da juventude Vamos à luta acreditamos que a tarefa número 01 da juventude indignada que tomou as ruas em 2019 em defesa da educação é se vincular e fortalecer  luta dos trabalhadores da Saúde, em defesa de um enfrentamento efetivo à Covid-19 para frear o número assustador de infecções e mortes. Precisamos de quarentena geral com salário integral para todas as categorias e a nenhum corte de salário ou de diretos, além de suspender o pagamento da dívida e taxar as grandes fortunas e grandes empresas, garantir investimento massivo no SUS (testes, respiradores, leitos) e em renda básica para todos os trabalhadores desempregados, informais e subempregados. E para garantir essa quarentena geral, que é urgente e necessária, temos de lutar para colocar pra fora o presidente Bolsonaro e o general Mourão, bem como lutar para derrotar o ajuste fiscal que arrocha salário do servidor público e destina trilhões aos banqueiros, propostas articuladas por Rodrigo Maia e Alcolumbre.

Nesse sentido reivindicamos transformar o dia 15 de maio novamente em um dia de luta, efetivo. A convocatória assinada pela UNE, UBES, ANPG e coletivos estudantis aponta que “Em sintonia com as juventudes que resistem no mundo todo, nos apropriamos da criatividade e ocupamos as nossas janelas, quintais e sacadas nos barulhaços e panelaços pelo #ForaBolsonaro. Construímos redes de solidariedade, com arrecadação e distribuição de itens essenciais por todo o Brasil. Se eles não fazem nada de lá, faremos tudo daqui. Não só aplaudimos os trabalhadores da saúde, nossos verdadeiros heróis diante da omissão criminosa do presidente. Como exigimos EPIs – Equipamentos de Proteção Individual e as condições adequadas para eles realizarem essa árdua tarefa.”

Organizar a luta em defesa da Educação pública!

Somadas a isso, estão nossas pautas em defesa da Educação e dos estudantes. Em primeiro lugar a defesa contra o corte de verbas na Universidade pública que em meio a pandemia mostra toda sua importância para a sociedade, voltando sua produção de conhecimento para a linha de frente do enfrentamento a Covid19. Com a mesma garra defender o acesso a essa mesma universidade e voltar nossas forças para impedir a tentativa absurda do governo de manter o calendário do ENEM, o que vai prejudicar milhões de estudantes, por isso é  tarefa de todos lutar pela suspensão do calendário do ENEM, pois a manutenção das datas em meio à  pandemia só vai aprofundar as desigualdades que marcam esse processo seletivo, que consiste num verdadeiro funil de restrição do acesso à universidade pública.

Da mesma forma,  é  preciso dizer que não aceitamos imposição de ensino a distância nas escolas e universidades públicas  e particulares, pois esse método “emergencial” é mais uma forma de precarizar o ensino, além  de inviabilizar a pesquisa e a extensão. Exigimos também a suspensão do pagamento de mensalidades nas escolas e universidades particulares. Queremos educação de qualidade.

Todas essas pautas só serão conquistadas com a nossa mobilização, por isso é  fundamental que nossa mobilização seja permanente, é  tarefa do movimento estudantil levar solidariedade às mobilizações dos trabalhadores da Saúde e demais serviços essenciais, organizar os estudantes em torno disso e propor às centrais sindicais, como a CUT e CTB, que organizem uma nova jornada de lutas na frente dos hospitais e com paralisação de todas as atividades não essenciais.

Para organizar nossa luta é importante que a UNE convoque um CONEG virtual para organizar as entidades de base para que os DCEs possam construir essa luta em cada estado.

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