EDITORIAL | Vote e lute contra a fome, o arrocho e a destruição dos serviços públicos | Combate Socialista nº 118
O Brasil atingiu a triste marca de 160 mil mortes e 5 milhões de contaminados pela COVID-19 nos números oficiais subnotificados. O governo e os jornais falam de um “novo normal”, porém a verdade é que desejam normalizar as mortes do povo trabalhador. Bolsonaro, o general Mourão, o ministro Guedes, o deputado Rodrigo Maia (DEM), governadores como Doria (PSDB) e prefeitos como Kalil (PSD) são os responsáveis por esse holocausto capitalista. Até agora os “debates” sobre vacina são uma distração, pois não há prazos reais e não se investe o necessário em pesquisas sobre a cura e tratamento para a pandemia.
Ao mesmo tempo, de acordo com o IBGE, o país possui 74 milhões de pessoas “fora do mercado de trabalho”. Um batalhão que alimenta o desemprego, as famílias que passam fome e o contingente que se encontra em situação de rua. Não há dúvida de que a proposta de legalizar a “independência” do Banco Central vai piorar esse quadro, pois visa consolidar, na lei, a política de austeridade fiscal permanente que se acelerou desde o plano Dilma-Levy e Temer-Meirelles e foi aprofundada por Bolsonaro-Guedes. Uma política de desmanche dos órgãos públicos, de retirada de direitos dos servidores e redução dos valores de salários de inúmeras categorias. Além do roubo salarial via inflação dos alimentos mais populares da cesta básica.
Os governadores e partidos que se denominam de oposição são cúmplices
Até aqui os governadores e parlamentares do PT, PCdoB, PDT, PSB e REDE nada fazem contra o governo Bolsonaro/Mourão e seus ministros militares. Fizeram juntos a abertura das cidades em meio à pandemia, aprovaram medidas que rebaixam salários como a MP 936 e avalizaram o “grande acordo nacional” de Bolsonaro com “o STF, com tudo” para salvar os políticos corruptos e livrar a pele de Queiroz e sua família.
No caso das lideranças das maiores centrais e movimentos, como a cúpula da CUT e CTB, ou da UNE e UBES, salta aos olhos o boicote e isolamento no caso da greve dos Correios que terminou com uma derrota econômica contra a categoria. Do mesmo modo, a ausência de luta efetiva contra a proposta de privatização dos Correios, da Petrobras e ataques profundos como a Reforma Administrativa. Uma política de traição de classe, esperando resolver tudo nas urnas, que só gerou um fortalecimento eleitoral da velha direita tucana do PSDB, DEM e MDB. Uma estratégia falida de conciliação de classes que só ajuda a extrema direita racista e machista. Uma extrema direita que protagoniza retrocessos ultrarreacionários como o recente julgamento definindo “estupro culposo”.
Vote PSOL 50 e lute contra a retirada de direitos
Diante desse cenário é fundamental se organizar e lutar. Perante o ataque unificado dos empresários e banqueiros, os planos de ajuste votados pela extrema direita bolsonarista e a direita de Maia, devemos agir num bloco sólido dos explorados e oprimidos. Exigir um plano de lutas unificado do FONASEFE, das entidades da educação como a CNTE, da CUT e demais centrais sindicais, contra a Reforma Administrativa e a privatização dos Correios e da Petrobras. Um calendário unificado com o movimento de mulheres e em solidariedade a Mari Ferrer e pelo fim da cultura do estupro.
Nas eleições temos de votar no PSOL 50 contra as candidaturas do bolsonarismo, do bloco tucano do PSDB/DEM e contra os atuais prefeitos. Votar em Boulos, Áurea, Renata, Fernanda e Edmilson e no PSOL 50. É importante não se enganar com a pressão do chamado “voto útil” que leva água ao moinho de partidos como o PDT, PT e PCdoB que não são consequentes contra a extrema direita e a direita. Por isso não podemos votar numa oposição vacilante que se dedica apenas a fazer “notas de repúdio” nas redes sociais.
Nas eleições, além de votar nos prefeitos do PSOL 50, é fundamental votar nos vereadores que estiveram nas lutas e greves construindo uma esquerda combativa e radical. A CST apresentou candidaturas socialistas e revolucionárias no PSOL do Rio de Janeiro, Niterói, Belém e BH que merecem seu voto.
Construir atos no dia 25/11
No mês de novembro, uma importante data de mobilização para as mulheres que deve ser construída com toda a força é o dia 25/11. É o Dia Internacional Contra a Violência de Gênero. Uma data que poderia gestar um novo calendário unificado, unindo todos os explorados e oprimidos contra o governo Bolsonaro e extrema direita. E que poderia dar continuidade à luta em solidariedade a Mari Ferrer. Do mesmo modo, as reuniões do FONASEFE precisam retomar a luta de rua contra a Reforma Administrativa.
Acreditamos que precisamos construir uma plenária nacional sindical e popular de todas as centrais, sindicatos, entidades estudantis, negras e feministas. Um espaço para coordenar ações e construir calendários de mobilização unificados contra Bolsonaro e os governadores, em defesa da reposição das perdas salariais, por empregos e concursos públicos, contra o racismo e em defesa das pautas feministas. Pela taxação das grandes fortunas e o não pagamento da dívida canalizando recursos para manter o auxílio emergencial e elevar seu valor em 2021, além de investir pesado no SUS, em Hospitais Federais e em uma efetiva vacina e tratamento para a COVID-19.
COMBATE SOCIALISTA
Sumário do Jornal Digital nº 118
Outubro/2020 em Formato Especial
(próprio para leitura em smartphones)
Sumário
Editorial | Vote e lute contra a fome, o arrocho e a destruição dos serviços públicos | pág. 2
A defesa do SUS na ordem do dia | pág. 3
A esquerda e a burguesia das cidades | pág. 4
Reeleger Babá para seguir uma voz de luta na Câmara do Rio | pág. 5
Lutar contra a retirada de direitos e votar 50 | pág. 6
Construir um programa econômico e social alternativo | pág. 7
Belém | Por um programa radical para derrotar os candidatos da direita | pág. 8
Belém | A campanha de Eduardo Protázio 50300: o perfil da juventude combativa | pág. 8
Niterói | Batalhar para levar Flávio ao 2º turno e eleger Bernarda | pág. 9
BH | Reta final da Campanha 50180 | pág. 9
A frente ampla ou popular favorece os partidos da direita ou da esquerda? | pág. 10
Internacional | Nossa posição diante da eleição presidencial dos Estados Unidos | pág. 11
Não existe estupro culposo! Ocupar as ruas por justiça para Mariana Ferrer | pág. 12
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