Venezuela | Aprovaram um contrato pelas costas dos petroleiros

Por José Bodas (C-cura)

Um novo “madrugonaço” acaba de acontecer contra as trabalhadoras e trabalhadores petroleiros da Venezuela. Acabam de anunciar o fechamento do contrato petroleiro. Agora descobrimos que são mágicos, tiraram o contrato de um chapéu.

Eu, que sou secretário geral da FUTPV (Federação dos Petroleiros), estou me inteirando pelas redes sociais. Wills Rangel, pelas costas das trabalhadoras e dos trabalhadores, aprova, com as portas fechadas dentro de uma sala com o governo e a PDVSA, um contrato cujas cláusulas ninguém conhece. Enquanto Eudis Girot, diretor da FUTPV, está preso e Iván Freites teve que se exilar. Com quem esse contrato foi discutido?

Essa é a tal democracia participativa de Chávez: “Te informo que democraticamente decidimos fechar um contrato pelas tuas costas”.

Enquanto os trabalhadores e trabalhadoras de todas as áreas petroleiras não sabem de nada sobre o conteúdo desse contrato. Ou seja, foi realizado pelas costas das trabalhadoras e trabalhadores, sem nenhuma discussão nas bases para aprovar esse contrato. Sem levar em conta a exigência da folha de pagamento retroativa com maiores benefícios sociais, moradia e pensões dignas para os aposentados. Essa sacanagem é inaceitável. Chamamos as trabalhadoras e os trabalhadores petroleiros a mobilizarmo-nos para repudiar esse contrato e derrotar a traição de Wills Rangel junto com a gerência da PDVSA e o governo nacional.

Isso não é mais do que a continuação dos abusos anti-operários cometidos nos últimos 6 contratos petroleiros. E é a concretização da liquidação da negociação coletiva estabelecida no nefasto memorando 2792 e no fator de equilíbrio 9030. Com esse contrato espúrio se pretende perpetuar os salários de fome para os trabalhadores ativos e as pensões miseráveis para os aposentados, pensionistas e sobreviventes.

É assim que governa o falso socialismo chavista. Pisoteando os direitos trabalhistas de todas as trabalhadoras e trabalhadores venezuelanos. Aplicando-os um pacotaço de ajuste brutal que chamaram de “Programa de Recuperação, Crescimento e Prosperidade Econômica”, com o qual tentam jogar a crise sobre os ombros do povo trabalhador. Aprovando a entrega do país e seus recursos para as transnacionais com a Lei Antibloqueio, privatizando as empresas nacionalizadas que destruíram em meio ao desperdício e à corrupção.

Nós petroleiros e petroleiras devemos honrar os lutadores da greve de 36. Precisamos seguir o exemplo dos sidoristas que estão se mobilizando pelos seus direitos, em defesa da negociação coletiva e de seus postos de trabalho, e por um salário igual à cesta básica como estabelece o artigo 91 da constituição.

Faço um chamado a todas e todos os trabalhadores petroleiros, das refinarias, brocas, docas, de La Campiña, Zulia, CRP, Intevep, refinaria Puerto La Cruz, da planta criogênica de Jose, de Monagas, El Pallito e todas as áreas. Aos trabalhadores ativos e aposentados. Precisamos seguir lutando, conforme o exemplo dos trabalhadores da Guiana, para derrotar essa política anti-operária e antipopular do governo, da PDVSA e da burocracia sindical do PSUV.

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