10 anos da greve operária de Jirau

Babá, Coordenação da CST

Em abril de 2011 a classe operária se levantou. A peãozada da Usina Hidrelétrica de Jirau, em Rondônia, parava o canteiro de uma hidrelétrica do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) e incendiava os próprios alojamentos. Nas obras do PAC predominavam longas jornadas e baixos salários. Faltavam banheiros, refeitórios e alojamentos eram inadequados, refeições sem qualidade e os operários eram obrigados a ficar longe das famílias. O arrocho era maior devido a carestia do comércio local.

A revolta, no coração da Amazônia, inaugurou uma onda de greves nos canteiros do país. A greve envolveu cerca de 170 mil operários dos canteiros de Jirau e Santo Antônio/RO, Abreu e Lima e SUAPE/PE, Pecém/CE, São Domingos/MS, Porto do Açu e Itaguaí/RJ. Em muitos locais se conquistou reajustes salariais, horas extras, auxílios e cesta-básicas.

Naquela época a ex-presidente Dilma acabava de se eleger numa frente ampla com o PMDB, era saudada pela revista Veja, Globo, FIESP e BOVESPA como ótima “gerente”. Junto com Sergio Cabral recebia a visita do presidente imperialista dos EUA. Dilma, estava de bem com a cúpula militar e foi condecorada com a insígnia de “Grã-Mestra da Ordem do Mérito da Defesa”.

A greve de Jirau revelou o problema social. Isso desagradou o governo PT/PMDB que havia destinado bilhões para as obras do PAC, beneficiando as empreiteiras. Assim, Dilma e Temer não hesitaram em reprimir a greve com a Força de Segurança Nacional. A cúpula da CUT e Força Sindical qualificaram os trabalhadores de “vândalos”. O dirigente do sindicato da construção civil de Rondônia afirmou que os operários não poderiam fazer greve numa obra do PAC. Após a repressão, o governo tentou desviar o movimento para a Comissão Tripartite com a cúpula das Centrais e as empreiteiras. Comissão que abriu espaço para as demissões, atingindo os operários mais ativos na greve.

Após 10 anos, prestamos homenagem aos que protagonizaram a revolta. Essa memória é importante pois não vivíamos no país da liberdade e da “picanha com cerveja” como diz o ex-presidente Lula. As lições dessa greve servem para nossa atuação hoje. Nós da CST acreditamos que só vamos resolver nossos problemas com organização e a luta contra os patrões. Os governos comuns com a burguesia sempre exploram a classe trabalhadora. Precisamos construir novas direções democráticas e de luta para nossos sindicatos e entidades. Necessitamos lutar por um governo da classe trabalhadora e dos setores populares que enfrente os empresários e o imperialismo. Venha conhecer melhor essa proposta socialista e revolucionária, participe de nossas próximas reuniões.

(Publicado originalmente no Jornal Combate Socialista n°126)

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