Dia Internacional da Visibilidade Transgênero

 

Natalia Lucena, CST MG

Desde 2009, o dia 31 de março é marcado como o “Dia Internacional da Visibilidade Transgênero”, apesar de que, no Brasil, essa data é comemorada em janeiro. O dia surgiu nos Estados Unidos, não como um dia para lembrar a violência sofrida pelas pessoas transgênero, mas para dar visibilidade às suas lutas e aumentar a conscientização acerca das discriminações que essa população enfrenta no seu dia a dia.

Infelizmente, as pessoas transgênero no Brasil não têm muito o que comemorar. Em meio à maior crise pandêmica já enfrentada, temos que suportar ainda as políticas genocidas de Bolsonaro (sem partido). De acordo com o relatório divulgado pela ANTRA (Associação Nacional de Travestis e Transexuais), os números mostram que o Brasil permanece como o país que mais mata pessoas trans no mundo, sendo 175 mortes de mulheres trans no último ano. Infelizmente, esses números podem ser ainda maiores se pensarmos que, de acordo com o Atlas da violência de 2020, há bastante subnotificação quanto aos dados referentes a violência sofrida pelos LGBTQI+.

No campo político, essa violência se mostra com ameaças, como os ataques racistas e LGBTfóbicos contra a vereadora de São Paulo, Erika Hilton, e até mesmo com o atentado a tiros contra a casa da co-vereadora do Psol, em São Paulo. Tais crimes precisam ser investigados e seus autores punidos, coibindo a existência dessas ações.

Com a agravamento da pandemia, chegando a um colapso do sistema de saúde do país, nos deparamos com um cenário ainda pior para essa parcela da população, que sofre com a negação de identidade de gênero. Tal situação impacta de forma ainda mais negativa essa parcela da população, principalmente as mulheres transexuais e travestis, trabalhadoras sexuais, que mesmo em meio à pandemia seguem nas ruas exercendo seu trabalho.

O dia 31 de março, deve servir para expressar as lutas das pessoas trans, para que possam viver com dignidade, com direito a exercer uma quarentena real, com direito a renda básica e vacinação para todas e todos.

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