EDITORIAL | Unificar as lutas parciais e greves de categorias | Combate Socialista nº 127

O presidente Bolsonaro mata o povo de fome e de covid-19. Não podemos aceitar essa tal “novo normal”, que tanto se fala na televisão e que os governantes capitalistas gostam de repetir. Não é normal perder pessoas próximas de nós tendo uma vacina para a imunização, porque as 365 mil vítimas não são apenas uma estatística subnotificada, são trabalhadores ou jovens como nós que estamos a ler este jornal. Não é normal que quase metade da população não consiga se alimentar direito. É preciso fazer alguma coisa. Temos de reagir unificadamente contra esses ataques e defender nossas vidas e nossos direitos.

Os operários do Vale do Paraíba mostram o caminho!

O caminho é organização e luta coletiva. Enquanto fechamos esta edição, o caminho é mostrado pelos operários e operárias do Vale do Paraíba, em luta contra demissões na LG (Taubaté), Sun Tech (São José dos Campos), Blue Tec 3C (Caçapava).

O Sindicato dos Metalúrgicos de São Jose dos Campos (filiado à CSP-CONLUTAS), à frente das bases de São José e Caçapava, vem realizando protestos presenciais e propõe a unidade com o Sindicato Metalúrgico de Taubaté (filiado à CUT). Além disso, apresenta a necessidade da unidade com os demais sindicatos, centrais e movimentos. Sem dúvida, umas das greves mais importantes deste momento e todos temos que apoiá-la, com solidariedade ativa e ajudar nessa unificação geral.

Batalhar por uma jornada nacional de lutas

Outra categoria que aponta o caminho são os trabalhadores do transporte de São Paulo, com indicativo de greve para o dia 20. Estão a ocorrer reuniões de negociação e assembleias. Em meio ao fechamento desta edição, não sabemos se vai ser concretizada nessa data. De todo modo, somos parte ativa dessa batalha no Metrô de São Paulo, visando concretizar essa importante ação num setor estratégico da classe trabalhadora.

A CUT, a CTB, a Força Sindical, a UNE, o PT e o PCdoB devem parar de dispersar calendários e jogar todo o peso a serviço da greve operária no Vale do Paraíba, além de concretizar os demais indicativos ou protestos que estão ocorrendo no país, como o dos transportes de SP. Devem também fortalecer outras lutas parciais, como a dos aplicativos de São Paulo. Exigimos que utilizem esses processos para construir uma efetiva jornada nacional de lutas, numa única data, realizar ações em todas as capitais: paralisações, atrasos de turno, operações padrão, movimentos sanitários, bloqueio de vias nos bairros, assembleias, extensão de faixas, colaços, concluindo com passeatas ao final do dia nas capitais. Uma jornada pela vacinação geral já, pela quebra das patentes e produção de imunizantes 100% nacionais estatais, por um lockdown com auxílio emergencial, pela reposição imediata das perdas salariais de acordo com a inflação deste semestre, redução da jornada de trabalho (mantendo direitos) em vez de demissões, contra as privatizações dos Correios, Petrobras e Cedae.

Construir um polo alternativo classista e socialista

Defendemos, ao lado da luta unificada, nacionalizada e centralizada, a necessidade de construir um polo político alternativo, que seja socialista e classista, que enfrente o governo Bolsonaro e a extrema direita, os governadores e prefeitos da velha direita de Dória/PSDB, MDB e DEM, os patrões que nos exploram e o saque que o imperialismo faz em nosso país. Nas lutas parciais, nas greves, nas assembleias sindicais, das mulheres e estudantes, essa é a batalha que estamos dando. Esse será nosso objetivo no próximo congresso do PSOL, lutando pela independência de classe do partido, visando construir uma esquerda radical. Batalhamos por uma frente de esquerda com PSOL, UP, PCB, PSTU e todos os ativistas, grupos e correntes que discordem da frente ampla e dos governos comuns com a burguesia. Uma frente que coloque de pé um programa alternativo, pelo não pagamento da dívida externa e interna, pela taxação das grandes fortunas, pela estatização das fábricas multinacionais que estão demitindo e do sistema financeiro. Com esses recursos, garantir um efetivo enfrentamento de emergência à covid-19 e à fome.

 

 

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