EDITORIAL | Nem bala, nem Covid, nem fome – Construir uma jornada nacional de lutas | Combate Socialista nº 130

No momento em que os trabalhadores e o povo sofrem as consequências da COVID-19, da fome, do arrocho salarial e da repressão da polícia, o presidente Bolsonaro aprofunda sua política antivacina e contra o auxílio emergencial; em favor dos patrões e das multinacionais com as tentativas de privatização do Correio/Eletrobrás e a reforma administrativa contra os serviços públicos. Além disso, governa de forma corrupta beneficiando sua família e aliados.

Bolsonaro aumentou o próprio salário e compra apoio político com verbas publicas

O presidente aumentou seu próprio salário e dos ministros. Bolsonaro recebe R$ 41 mil reais, o vice-presidente general Mourão R$ 63 mil, o chefe da casa civil Luiz Eduardo Ramos R$ 66 mil, o ministro da Defesa Braga Neto R$ 62 mil e Augusto Heleno R$ 63 mil. Essa mamata beneficia milicos defensores da ditadura militar, que vivem muito bem, tal como Bolsonaro com sua mansão num condomínio de luxo.

O presidente Bolsonaro instituiu um orçamento secreto para destinar verbas públicas para políticos aliados do “centrão”, de forma “extraoficial”. Tudo sem fiscalização pública e manejado apenas pelo presidente e os parlamentares envolvidos. Um grande esquema de corrupção, revelado pelos repórteres do jornal Estadão. As emendas, destinadas às escondidas, se transformam em moeda de troca para comprar apoio no congresso e aliados nos governos estaduais e prefeituras. O esquema foi objeto de representação no TCU e no Ministério Público Federal.

Além disso, no dia 23/05, Bolsonaro realizou uma “motociata” no RJ em defesa de um projeto político genocida, com a presença de muitos apoiadores dos policiais da chacina do Jacarezinho. Mais do que nunca devemos enfrentar esse governo através da mobilização unificada.

Transformar o dia 5 de junho numa jornada nacional com paralisações, atrasos, ocupações e passeatas

A III Plenária Nacional de Organização das Lutas Populares convocou o dia 29/05 como dia de manifestações de rua. É preciso fortalecer datas unificadas, sem dispersar forças em vários calendários. Coordenando greves como dos setores da Petrobras e as campanhas salariais. Seguindo o exemplo do 13 de maio quando fomos às ruas unitariamente com o movimento negro, e repetindo as manifestações da juventude universitária contra os cortes da educação.

Devemos ir às ruas para protestar contra os cortes no orçamento da educação e saúde, por salário (repor as perdas do último ano) e por emprego (proibição das demissões e redução da jornada sem redução do salário para gerar mais postos de trabalho), por auxílio emergencial, por vacina e quebra das patentes das multinacionais (para produzir tudo no Butantã e FIOCRUZ), contra a violência policial e justiça para o Jacarezinho, pela manutenção dos direitos nos acordos coletivos (e retomada do que governo e patrões nos roubaram na pandemia), pela taxação das grandes fortunas e o não pagamento da dívida (para destinar recursos às áreas sociais) e pelo Fora Bolsonaro e Mourão (governantes genocidas, do ajuste fiscal e corruptos). Canalizar para as ruas a indignação contra o Bolsonaro e utilizar os fatos da CPI que comprovam o papel criminoso do presidente Bolsonaro e seus ministros na pandemia (provocando desgastes ao governo).

Em junho já está indicado o dia 5 como nova data nacional. Nesse sentido, a CST propõe que o dia 5 de junho, seja construído democraticamente em assembleias de base e construção de plenárias das entidades em cada estado. Que ele seja transformado num dia nacional de paralisações, atrasos, operações tartaruga, movimentos sanitários, ocupações, bloqueios de vias e passeatas unificadas ao final do dia nas capitais.

Defendemos a realização da IV plenária de organização das lutas populares para dar continuidade a luta. Esse espaço aglutina a CUT e demais centrais, UNE e entidades estudantis, MTST e movimentos populares, as frentes povo sem medo e brasil popular. Ele deveria avançar com a presença de delegados eleitos nas bases de cada uma das centrais e movimentos que o compõe, para deliberar democraticamente quais os próximos passos de nossa luta contra Bolsonaro, governadores e o ajuste fiscal.

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