Peru: Transformar os votos em organização e luta para garantir o triunfo de Castillo

TRANSFORMAR OS VOTOS EM ORGANIZAÇÃO E LUTA PARA GARANTIR O TRIUNFO DE CASTILLO E AVANÇAR ATÉ A ASSEMBLEIA CONSTITUINTE PARA SEPULTAR O MODELO DA FOME E EXPLORAÇÃO

Tradução: Emanuelle Braga

Com mais de 97% das atas processadas, o professor Pedro Castillo se impõe no segundo turno presencial sobre a direitista Keiko Fujimori. Este resultado eleitoral é uma vitória do povo trabalhador e dos povos em luta, principalmente os das zonas mais esquecidas do país, que sem ponderar rechaçaram a candidatura da senhora K e o corrupto modelo extrativista neoliberal que representa e é herança de seu pai preso. Castillo conquistou extraordinárias votações nas províncias com conflitos socioambientais, como Chumbivilcas e Espinar, em Cusco, onde obteve mais de 96% e 92%, respectivamente.

Pedro Castillo conseguiu capitalizar a luta e a busca por mudança em 17 das 25 regiões do país, mas Keiko triunfa em Lima e Callao, regiões onde se acumula mais de 1/3 do caderno eleitoral. Este êxito se explica mais pela milionária “campanha do medo” que impulsionou o Fuerza Popular e seus aliados: López Aliaga, De Soto, Acuña e o imperialismo, através de Vargas Llosa, Leopoldo López (Venezuela) e os ex-presidentes Lenin Moreno (Equador) e Carlos Mesa (Bolívia), campanha que foi ampliada pelas redes e todos os meios hegemônicos de comunicação e que, lamentavelmente, confundiu um setor importante do povo pobre da capital que terminou anulando seu voto ou votando na corrupta senhora K, apresentada como a nova “defensora da democracia”.

A polarização política extrema se expressou no apertado resultado eleitoral, então cada voto deve ser cuidado e defendido nas ruas. A senhora K, ao ver que os resultados lhe são desfavoráveis, sem prova alguma denuncia fraude, mas ao mesmo tempo espera que os votos estrangeiros e a recontagem das atas impugnadas e observadas lhe permitam reverter a tendência que dá vitória ao povo trabalhador e suas lutas, através da candidatura de Pedro Castillo. As denuncias de fraude da falsa “defensora da democracia” não são mais que uma manobra para esconder e evitar sua iminente derrota eleitoral nas mãos da ira do povo, pela terceira vez consecutiva.

Desde o Partido de las Trabajadoras y Trabajadores-UNÍOS fomos parte da campanha eleitoral e chamamos voto para Pedro Castillo, como uma tarefa fundamental do povo para mudar o modelo e convocar uma Assembleia Constituinte livre e soberana que recupere as riquezas do país para criar emprego, fortalecer a saúde e a educação pública, não para o FMI, nem para os capitalistas que se enriquecem enquanto milhões perdem seus empregos, caem na informalidade ou morrem vítimas da COVID-19 pelas privatizações e desfinanciamento do sistema de saúde.

Chamamos a continuarmos mobilizados, organizados e em luta para evitar que a senhora K tente reverter a eleição, em conluio com seus aliados nas altas esferas do poder político, jurídico e econômico. Exigimos a mais ampla transparência eleitoral e o livre acesso à informação para que o povo organizado fiscalize as autoridades eleitorais durante todo o processo.

Para derrotar politicamente a direita, que seguirá buscando blindar o modelo da fome, devemos manter os comitês de apoio em todas as regiões para organizar a defesa do voto a Pedro Castillo e avançar na luta, para dar a estocada final no modelo com uma Assembleia Constituinte livre e soberana que garanta a fundo as medidas que o povo necessita, recuperando nossos recursos, como o gás de Camisea, e colocando-os a serviço do desenvolvimento do povo trabalhador rural e da cidade. Para que os capitalistas paguem pela crise, não a classe trabalhadora. Avancemos!

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