10 pontos que explicam por que NÃO devemos defender a privatização dos correios

Não à venda dos correios

O governo Bolsonaro quer vender os correios, a qualquer custo, com o objetivo de bancar o seu projeto de entrega das estatais para a iniciativa privada e beneficiar os aliados que mais ganham dinheiro no seu governo: Empresários e banqueiros. É urgente barrar a aprovação do PL 591/21 que dispõe sobre a privatização dos correios, projeto que já foi aprovado na câmara dos deputados e hoje tramita no senado podendo ser votado em breve.

Apresentamos 10 pontos que explicam por que NÃO devemos defender a privatização dos correios:

  • A venda dos correios ocasionará aumento de tarifas e a prestação de serviço ficará restrita a quem pode pagar;
  • Um apagão postal ocorrerá no país com a prestação de serviço centrada apenas nas grandes cidades onde está o filé mignon das encomendas;
  • O fim do subsídio cruzado (quando o lucro dos grandes centros é utilizado no atendimento a pequenas cidades) impactará fortemente na prestação do serviço dos correios nas pequenas cidades. Hoje mais de 2000 cidades só tem os correios como empresa de encomenda;
  • Os correios são uma empresa lucrativa sem a obrigação de ser. Em 20 anos repassou mais de R$ 9 bi para a União e só em 2021 lucrou R$ 1,53 bilhão. Bolsonaro ao vender a empresa por um valorzinho (palavras da Secretária de Desestatização) entregará um patrimônio enorme a preço de banana e ainda sairá no prejuízo duas vezes: Pela venda e por financiar a compra da estatal para iniciativa privada com dinheiro público via o BNDES;
  • Ações como entrega de livros didáticos, urnas eletrônicas, provas do ENEM e do Encceja, vacinas e insumos hospitalares e apoio nos momentos de calamidade pública ficarão ameaçados com a privatização;
  • A sustentação dos correios não sai dos cofres públicos. Apesar que não teria problema se saísse. O que Bolsonaro não fala para a população é que na verdade a venda dos correios é que vai ocasionar o financiamento da união no setor postal, pois a iniciativa privada não vai garantir a universalização da entrega e o governo terá que assumir as áreas menos lucrativas;
  • Existe uma política de sucateamento da empresa por parte do governo Bolsonaro para justificar a privatização. Há 10 anos não tem concurso e os inúmeros programas de demissão incentivada/voluntária reduziu o quadro em mais de 30 mil empregados em 8 anos o que afeta a qualidade do serviço e o tempo de entrega. Essa política que já vinha de governos anteriores se ampliou com Bolsonaro;
  • A privatização ocasionará demissão em massa dos empregados, perdas de benefícios e redução de direitos;
  • Todas as experiências de privatização no Brasil são catastróficas. A promessa de melhorias no serviço não aconteceu, as tarifas aumentaram absurdamente, o governo arca com prejuízos a cada crise do setor e as relações de trabalho são as piores possíveis.
  • Os maiores beneficiados serão Paulo Guedes, os grandes empresários e banqueiros que terão em mãos uma empresa muito lucrativa onde a população não verá um centavo do investimento, pois todo o lucro será investido em paraísos fiscais.

Barrar a privatização já!

É necessária uma grande luta para barrar a venda dos correios. Exigimos que as grandes centrais sindicais como CUT e a CTB e os partidos de oposição ajudem os trabalhadores dos correios organizando a campanha contra a privatização e construindo a luta junto a categoria. No âmbito do movimento sindical dos correios que FINDECT-CTB e FENTECT-CUT convoquem a categoria, façam carta aberta a população, organizem atos, panfletagens, assembleias presenciais, paralisações e uma greve preparando uma grande caravana à Brasília para enterrar de vez esse projeto. A votação da câmara dos deputados sem nenhuma reação das federações permitiu a aprovação naquela casa. Agora que o projeto está no senado a postura tem que ser diferente.

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