Seguir o exemplo dos pibidianos e residentes: só a luta garante educação e universidades a serviço da classe trabalhadora!

 

Isadora Bueno

Diretora da UNE pela Oposição de Esquerda

 

Celso Cabral

Oposição DCE UFPA

 

O atraso das bolsas CAPES e os ataques à universidade seguem

Na última edição do Combate Socialista, denunciávamos o atraso no pagamento das bolsas de Residência Pedagógica e PIBID, que ocorria há pouco menos de uma semana naquele momento. Esse atraso segue, levando estudantes a se endividarem, terem dificuldades para se alimentar e, assim, ingressarem em trabalhos informais ou mais precários. Esse é o projeto dos de cima para os professores em formação e filhos da classe trabalhadora.

Os bolsistas não se omitiram e nem silenciaram frente aos ataques e ao projeto de desmonte da educação e de nossa formação. Pelo contrário: se organizaram pelas bases, chamando uma grandiosa Assembleia, que reuniu representantes de todo o Brasil, com mais de duas mil pessoas acompanhando. Os representantes dos projetos em todas as regiões deram o recado: se não tivermos a garantia de nossas bolsas pagas até o final dos editais e mesmo da manutenção dos programas, seguiremos paralisados e combatendo, pela luta, o governo Bolsonaro/Mourão e seu projeto inimigo da educação.

A assembleia apontou para calendários de mobilização, com plenárias presenciais (onde fosse possível), e uma nova Assembleia para a semana seguinte, para dar continuidade à luta. A unidade com os professores e outros trabalhadores foi outro ponto essencial, que aponta que a luta deve ser unitária para combater os cortes e o projeto de privatização dos serviços públicos.

 

A UNE joga todo o peso para 2022 e por isso não constrói pelas bases as datas que convoca

Os pibidianos e residentes cumpriram o papel que, infelizmente, a majoritária da UNE não cumpre. Expressão disso é que a última plenária nacional unificada da UNE, ANPG e UBES não contava nem com 10% da quantidade de estudantes da Assembleia dos bolsistas CAPES. Os encaminhamentos tirados pela plenária foram pouco concretos e no sentido de dispersar calendários para que nada se concretizasse, desmontando a luta para dar fôlego a Bolsonaro, como fazem as direções em relação ao dia 15/11. O próprio dia 26/10 não apontava para a luta nas ruas e nem para a necessidade de construí-lo por espaços de base do movimento estudantil.

Os bolsistas estão tomando a vanguarda da construção do dia 26, especialmente onde os DCEs e entidades estudantis da majoritária não são consequentes e nem chamam espaços para debater com a base. É notável que os estudantes que sofrem com os cortes no seu dia a dia, não querem esperar pelo ano que vem, porque precisam derrotar Bolsonaro e seu projeto imediatamente, a fim de garantir sua sobrevivência e seu futuro. A UNE precisa acompanhar, estar ao lado dos estudantes e responder às necessidades da juventude pobre e do movimento estudantil combativo, pela educação e pelas nossas vidas.

Venha com a Juventude Vamos à Luta para construir universidades a serviço da classe trabalhadora

Se do lado deles só existem ataques, do nosso lado precisa ter luta. Precisamos construir nossas mobilizações lado a lado com os/as trabalhadores/as para derrotar de vez o projeto da burguesia para o nosso país.

É papel das entidades estudantis (UNE, UBES e ANPG) construir uma forte jornada de luta, organizando os/as estudantes do país para ocuparem as ruas e colocar para fora Bolsonaro/Mourão. Não dá para as entidades fazerem corpo mole neste momento ou querer apenas construir frentes eleitorais com a burguesia para 2022. Temos que construir uma alternativa de fato para a juventude e os trabalhadores, e essa alternativa precisa ser forjada nas lutas. Se a direção majoritária da UNE não cumpre esse papel, nós, da Oposição de Esquerda da UNE, precisamos cumprir.

Se você acredita que o caminho para derrotar o Bolsonaro é construir as nossas mobilizações nas ruas, venha conhecer a Juventude Vamos à Luta!

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