20 DE NOVEMBRO: UNIFICAR AS LUTAS CONTRA O GOVERNO RACISTA E GENOCIDA DE BOLSONARO!

 

 Luiz Eduardo Rodrigues, CST Rio Grande do Sul

Pelo segundo ano consecutivo, chegamos ao Dia Nacional de Consciência Negra em uma conjuntura marcada pela morte de milhares trabalhadoras e trabalhadores, vítimas da pandemia de Covid-19 e também do negacionismo e da corrupção do governo genocida de Jair Bolsonaro. Ainda que haja poucos estudos e que as estatísticas oficiais muitas vezes acabem encobrindo a realidade, sabemos – e alguns especialistas têm reforçado – que a maioria das vítimas do vírus no Brasil são negras e negros trabalhadores que adoecem, muitas vezes, porque precisam sair de casa, enfrentando ônibus e metrôs lotados, para poder sobreviver.

A crise social provocada pelo desemprego, a precarização, a alta no preço dos alimentos, dos combustíveis e dos aluguéis, faz aumentar também as vítimas da fome, enquanto o Governo, seu ministro da economia Paulo Guedes e a maioria do Congresso Nacional, seguem aplicando uma política de ajuste que retira direitos e avança no sentido da privatização dos serviços públicos. Como se não bastasse, o Estado segue amontoando cadáveres nas periferias das grandes cidades, fruto de uma política de extermínio da população negra, que vem sendo executada há centenas de anos.

Ao mesmo tempo, assim como com as mobilizações antirracistas no ano passado, este 20 de novembro vem na esteira de uma importante retomada das ruas, desta vez através da luta pelo Fora Bolsonaro, que, desde o dia 29 de maio, levou centenas de milhares de jovens, trabalhadores e trabalhadoras a marcharem em todos os cantos do país, expressando um sentimento generalizado de revolta e da necessidade de dar um basta nessa situação. Infelizmente, as direções das principais centrais sindicais (CUT e CTB, por exemplo), entidades e Movimentos Populares (UNE, MTST, MNU, UNEGRO), além dos principais partidos da oposição (PT, PCdoB e mesmo a direção majoritária do PSOL), têm se esforçado para esfriar os ânimos da legitima indignação de grande parte do povo trabalhador contra Bolsonaro e os seus cúmplices, no intuito de canalizá-la para o processo eleitoral de 2022. Isso se reflete de maneira descarada no desmonte dos atos do dia 15 de novembro e inclusive em como tem se dado a construção do 20 de novembro em muitos lugares, sem unidade com o conjunto da classe trabalhadora e as suas pautas, nem organização a partir das bases.

Nesse cenário, coloca-se como grande tarefa para o conjunto do Movimento Negro o esforço para unificar todas as lutas em um grande dia de mobilizações pela derrubada desse governo racista, e a exigência para que as entidades construam, efetivamente, essa data. O povo negro e a classe trabalhadora não podem esperar até as eleições do ano que vem. Precisamos acabar agora com o genocídio pelo vírus, pela fome e pelas balas das polícias e Forças Armadas.

Por justiça para todas as vítimas do racismo do Estado. Pelo fim do extermínio de jovens negros e pobres nas favelas e periferias. Por emprego e salário dignos. Contra a alta no custo de vida.

Contra as privatizações e o desmonte dos serviços públicos pela PEC 32.

Pelo Fora Bolsonaro e todo o seu governo já, todas e todos às ruas!

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