PEC 32 da Reforma Administrativa: A luta unificada nas ruas pode derrotá-la.

 

Pedro Rosa, Dirigente do SINTUFF e da CST

 

Desde o início do mandato, Bolsonaro mostrou sua intenção em desmontar ainda mais o serviço público. No início da pandemia, Guedes anunciou a MP 186 para reduzir salário do funcionalismo. Com a crise econômica e queda de popularidade de Bolsonaro, ampliando sua crise política, o Congresso não conseguiu avançar na aprovação da MP 186, nem da PEC 32.

Mas é importante frisar que as reformas administrativas e previdenciárias têm completo apoio da direita, do centrão e de vários partidos da oposição. Basta ver as reformas nos estados e municípios, onde consegue apoio até de parlamentares do PT e PCdoB. Além disso, o Congresso Nacional é um balcão de negócios, onde a compra de deputados é a regra.

Por essas razões, as grandes centrais (CUT e CTB) não têm colocado seus sindicatos e federações no front de batalha contra a PEC. Nas reuniões do FONASEFE não sai greve unificada ou caravana para Brasília. Nas reuniões da campanha Fora Bolsonaro, sequer a PEC 32 entra na pauta como eixo de luta. Limitam-se a bandeiradas no aeroporto de Brasília, próximo do Congresso, ou visitas aos gabinetes.

Essas ações demonstraram que há uma vanguarda se empenhando ao máximo para enfrentar esse governo e suas reformas, mas sabemos que isso é insuficiente. Temos que cobrar das grandes organizações que saiam da paralisia e entrem em cena na luta contra a PEC. Chega dessa pratica de trair as lutas, como foi o cancelamento dos atos de 15/11.

É nítido que há uma crise no Congresso e no governo, que faz com que não consigam aprovar a PEC 32. Mas o comum são os altos esquemas de vendas dos votos, cargos e acordões. Acabamos de ver como se votou a PEC dos Precatórios: manobras e subornos. Sem greves, paralisações e atos massivos de rua, os políticos corruptos se acertam e votam tudo. Propomos paralisação e uma efetiva caravana nacional em Brasília, ou fortes atos nos estados.

Não se pode confiar nos “bons” diálogos com deputados, pois essa estratégia permitiu a votação da reforma da previdência, da lei das terceirizações e tantos outros projetos contra a nossa classe.

Dia 13/11 haverá plenária do funcionalismo. Esperamos que seja democrática, sem mordaça da cúpula, porque precisamos de ampla unidade e democracia no movimento para derrotar esse governo. Dia 20 vamos levantar bem alto a bandeira nos atos pelos estados no dia da consciência negra, buscando a unificação das lutas e de nossas pautas.

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