Cantando e Lutando até o fim! Elza Soares, presente!

Por volta de 15h da tarde do dia 20/01, morre Elza Soares, a cantora do milênio. Mais que isso: Lutadora, passou fome, uma trajetória comum nas periferias do país. Começou a cantar no início da década de 1950, para garantir que houvesse comida para seus filhos, já havia perdido dois para fome. Quando subiu ao palco do festival apresentado por Ary Barroso, foi questionada: “De que planeta você veio? – O planeta fome!” A plateia que riu da menina que se arrumou com um vestido da mãe, cheio de alfinetes, calou-se imediatamente. A voz, nada comum, rendeu a ela o prêmio, e seu filho João Carlos, viveu.
O Brasil ganhava uma representante de peso da arte popular.
Foi Elza Soares que definiu em música o que se sentia nas favelas e comunidades do país: “a carne mais barata do mercado é a carne negra”. Suas músicas e shows sempre foram marcados por denunciar as mazelas do povo pobre e incentivar as lutas feministas, por moradia, por uma vida digna ao sofrido povo trabalhador do país. Perseguida durante a ditadura militar, teve a casa metralhada e fugiu para Itália.
Seus últimos dois trabalhos são espelhos de uma carreira artística fundamental para o país, em Mulher do Fim do Mundo, Deusa é mulher. Já no Planeta Fome a denuncia da desigualdade de um país que concentra riqueza e da maioria pobre da população é marcante. Elza ainda faz um chamado a juventude, para que apesar de todos os desafios de nascer negro, pobre e favelado no Brasil, sigam lutando por um mundo justo e igualitário!
Em 2020, teve o nome retirado da lista de personalidades negras da Fundação Zumbi dos Palmares. Mais uma tentativa de apagar a história vindo do governo genocida de Bolsonaro. Não passarão.
Elza cantou e lutou até o fim!

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