Solidariedade aos desabrigados: Zema e Bolsonaro são responsáveis pela destruição ambiental

 

Cindy Ishida e Edivaldo de Paula, Comitê Regional da CST-Psol/MG

 

Nas últimas décadas, todos os anos, na época das chuvas (primavera e verão), a população mineira sofre com alagamentos decorrentes das gestões urbanas mal planejadas e que têm se agravado recentemente. Com isso, proliferam-se iniciativas de solidariedade aos desalojados pelos alagamentos em Minas e no sul da Bahia, como a campanha de arrecadação da UEE e da UFSB e UFMG. As doações em dinheiro podem ser feitas via Fapex, em conta do Banco do Brasil (agência 3832-6, conta 37.472-5, CNPJ 14645162/0001-91) ou levadas ao Centro de Referência da Juventude, na Praça da Estação, em Belo Horizonte. Nos somamos a essas iniciativas, no entanto, é preciso apontar os verdadeiros responsáveis pela desgraça de centenas de famílias desabrigadas: as políticas coniventes com a devastação ambiental de Zema e Bolsonaro. Nosso estado tem sofrido com a histórica devastação do cerrado com o objetivo de manter a ganância das mineradoras satisfeitas.

As queimadas criminosas provocadas pelo agronegócio e o desmatamento das mineradoras para seguir sugando o minério para abastecer, em especial, o mercado chinês de eletrônicos, são hoje os maiores responsáveis pela destruição ambiental do nosso estado, afiançados pelos governos ecocidas de Zema e Bolsonaro.

O desmatamento, além de afetar a biodiversidade, também interfere no regime hídrico, diminuindo a infiltração da água no solo (desabastecendo aquíferos) e aumentando a ocorrência do escoamento superficial (que gera aumento de erosão, perda da fertilidade do solo, assoreamento de rios) e, consequentemente, o aumento da ocorrência de alagamentos, devido ao fato de que a deposição de sedimentos intensa deixa os leitos mais rasos, aumentando a superfície inundada na cheia natural dos rios. Por isso, é urgente frear o desmatamento, responsabilizar os criminosos que o praticam e criar planos de reflorestamento, em especial de topos de morro e matas ciliares.

As consequências vão além daqueles que perderam suas casas. Recentemente, o transbordamento do dique da Mina Pau Branco, da Vallourec, que pode conter rejeitos de minério, coloca em risco a segurança hídrica de toda a região metropolitana de Belo Horizonte. Está sendo investigado se ocorreu a contaminação dos reservatórios da COPASA (companhia de águas que abastece a região) com metais pesados. Essa investigação deve ser feita de forma criteriosa. Não podemos aceitar que mais um crime ambiental do manejo irresponsável de rejeitos saia impune!

Esse plano emergencial poderia ser custeado com os recursos que hoje são destinados para o pagamento da imoral e ilegítima dívida pública e com recursos que poderiam ser captados por meio da taxação de grandes fortunas. É urgente que o dinheiro dos impostos da população mineira seja revertido para melhorar a vida das pessoas e não para o anistiamento das empresas mineradoras genocidas.

 

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