Nahuel Moreno: seguimos seu legado

 

Há 35 anos, em 25 de janeiro de 1987, faleceu Nahuel Moreno, um dos principais dirigentes políticos trotskistas. Importante elaborador teórico, deixou um extenso legado de centenas de textos e livros. Moreno foi, principalmente, um fervente impulsionador da construção dos partidos ligados à classe trabalhadora e suas lutas, dedicando sua vida à construção de partidos revolucionários e da Quarta Internacional.

Em 1944, junto com jovens operários em Buenos Aires, Argentina, fundou o Grupo Obrero Marxista (GOM). Com forte participação na importante greve do frigorífico Anglo-Ciabasa, o GOM capta destacados ativistas do conflito. Posteriormente, edita-se o primeiro jornal Frente Proletário. A partir dessa experiência, Moreno impulsionou a construção de diversos partidos, apesar do obstáculo que representava o peronismo, partido nacionalista burguês, que influenciava a maioria da classe trabalhadora. Sempre lutando contra a conciliação de classes e chamando a confiar na classe operária, Moreno foi, consequentemente, construindo alternativas políticas para a classe, o Partido Obrero Revolucionario (POR), o Partido Socialista de la Revolución Nacional (PSRN), o Palabra Obrera, o PRT, o PST e o MAS, para citar apenas os da Argentina.

Muito jovem, Moreno iniciou o processo da reconstrução da IV Internacional. Em 1948, participou do II Congresso da IV Internacional, o primeiro após a morte de Trotsky, que elegeu como direção Michel Pablo e Ernest Mandel. Moreno polemizou com essa direção, sempre convicto em construir os partidos na luta de classes. Moreno criticou e alertou sobre a política oportunista de capitulação aos partidos comunistas e à política de Stalin; aos nacionalismos burgueses na América Latina, Ásia e África; e, posteriormente, ao castrismo e sandinismo.

Nos anos 70, polemizou contra a política de adotar estrategicamente a tática da guerrilha, prevendo que essa política seria contrária ao desenvolvimento da revolução latino-americana. Moreno sempre enfrentou os nacionalismos burgueses, as direções “progressistas”, os governos frentepopulistas. Com esse legado, nossa organização internacional atual, a UIT-QI, enfrentou o castro-chavismo, o falso “socialismo do século XXI” e suas variantes, como o sandinismo.

No século XXI, quando mais do que nunca se confirma o fracasso do capitalismo, desenvolvem-se fortes mobilizações em todos os continentes. Cada vez se torna mais necessária a luta de Nahuel Moreno pela construção de uma direção socialista e revolucionária em cada país e no mundo. Seguimos sua luta, seguimos seu legado.


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