Alain Krivine: até o socialismo, sempre!

Por Comunicação da UIT-QI

 No dia 12 de março de 2022 faleceu, aos seus 80 anos, o histórico dirigente trotskista francês Alain Krivine. O inabalável compromisso de Krivine com a luta anticapitalista faz com que os revolucionários de todo o mundo despeçam-se dele com o punho erguido. Afirmamos isso para além das diferenças que, ao longo dos anos, nossa corrente morenista manteve com as suas diferentes posições. Ele foi um dos principais dirigentes, junto de Daniel Bensaïd, da Liga Comunista Revolucionária (LCR) francesa, posteriormente Novo Partido Anticapitalista (NPA), e do Secretariado Unificado da Quarta Internacional, de orientação mandelista.

Sua aproximação da militância política começou na juventude, nas organizações juvenis do Partido Comunista Francês, ao qual se incorporou junto com seus irmãos. A política do aparato stalinista contra a independência da Argélia o empurrou para a ruptura. Depois, vinculou-se ao Partido Comunista Internacionalista, dirigido pelo trotskista Pierre Frank, ainda que mantendo-se dentro dos marcos das juventudes comunistas, até ser expulso em 1966. Ali fundou, junto a Bensaïd, a Juventude Comunista Revolucionária (JCR), embrião da posterior Liga Comunista Revolucionária (LCR) e que teve papel muito importante nas barricadas do Maio Francês de 1968. Transformado em uma das grandes referências desse processo, teve que enfrentar sua prisão quando De Gaulle decretou a dissolução da JCR. Depois, em 1969, conseguiu vencer as barreiras da legislação eleitoral e foi candidato a presidente, repetindo novamente esse papel em 1974. Também foi eleito eurodeputado em 1999, em uma frente junto com a Lutte Ouvrière.

Sua vida política seguiu ligada ao curso da LCR e, depois, do Novo Partido Anticapitalista (NPA), até que, em 2006, decidiu dar um passo diferente de sua direção. Sua autobiografia, chamada “Ça te passera avec l’âge” (Isso vai passar com a idade, em tradução livre), posicionou-se, desde o título, contra essa expectativa do senso comum burguês de que a convicção militante revolucionária da juventude vai desaparecendo com a idade. Seus camaradas, amigos e familiares, a quem enviamos nossas saudações, comprovam que ele manteve sua convicção militante e revolucionária até o final de seus dias.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *