EDITORIAL | Unificar as greves, paralisações e lutas numa jornada nacional | Combate Socialista n°149

Os protestos do 8M foram um passo importante no sentido de reconstruir a mobilização nacional unificada. As mulheres, como vanguarda das lutas contra Bolsonaro, conseguiram realizar bons atos na ampla maioria das capitais, afirmando com força as pautas feministas e da oposição nas ruas. Atos pelo Fora Bolsonaro/Damares, contra a política econômica de Paulo Guedes, a violência machista, em repúdio ao deputado Arthur do Val e em apoio às mulheres ucranianas, por Justiça para Marielle. Também pudemos expressar nossa indignação contra o racismo e a xenofobia exigindo justiça para Moïse, Durval e Heitor.

Chega de corpo mole: convocar novos protestos nacionais!

Foi uma demonstração de que podemos recuperar a unidade nas lutas contra o governo Bolsonaro/Mourão e batalhar para retomar o caminho das fortes manifestações nacionais do ano passado. É necessário redobrar a exigência para que as lideranças da campanha Fora Bolsonaro e das Frentes Povo Sem Medo e Brasil Popular (CUT, CTB, MST, UNE e MTST) convoquem a VI Plenária de Organização das Lutas Populares e assim avaliar o 8M e em seguida dar continuidade à luta. Do mesmo modo, exigir que o Conclat convocado pela CUT, CTB e demais centrais sindicais seja um evento de unificação das reivindicações da classe trabalhadora e não somente um evento eleitoreiro (ver páginas centrais). É preciso e necessário uma ampla unidade de ação nas ruas, com ações coordenadas nos locais de trabalho e moradia, contra o governo genocida de Bolsonaro/Mourão, por reajuste de salário e redução dos preços dos alimentos e tarifas.

Reunir Glauber e a esquerda do PSOL, Péricles e a UP, Sofia e o PCB, Vera e o PSTU

Em nosso jornal temos insistido que a classe trabalhadora e os setores populares mantenham sua independência política. Ao lado da luta unificada – com tudo e todos que estejam dispostos a fazer passeatas e greves – devemos construir um projeto político sem a presença dos patrões. Hoje significa combater o projeto reformista de frente ampla com os patrões e seus representantes. O que está expresso na chapa de colaboração de classes liderada por Lula e Alckmin (que inclui articulações com corrutos capitalista do DEM e PSD, partidos que possuem cargos no governo Bolsonaro). É o caminho de aliança com nossos inimigos de classe que sempre significa derrotas e desmoralizações para nossa classe. Por isso, nós, da CST, defendemos agrupar os que hoje não estão nesse projeto. Reunir num mesmo espaço para dialogar com os camaradas Glauber Braga e as lideranças das esquerdas do PSOL, Leonardo Péricles e a UP, Sofia Manzano e o PCB, Vera Lúcia e o PSTU, juntamente com as forças do Povo na Rua, do Polo Socialista e Revolucionário, bem como socialistas independentes, visando construir uma frente de esquerda e socialista para as lutas e as eleições, nacionalmente e em cada estado. Dialogar sobre essa hipótese – garantida a autonomia e ritmo de cada organização – é uma necessidade. A CST reivindica essa política e segue lutando por saídas de fundo para a crise do país, pelo não pagamento da dívida pública e pela taxação das grandes fortunas para investir esse dinheiro em benefício da classe trabalhadora, no caminho de construir um Brasil socialista.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *