EDITORIAL | Unificar os protestos por uma jornada nacional de lutas | Combate Socialista n°150

Uma onda de lutas por aumento de salários se alastra pelo país afora. As ruas do Rio de Janeiro continuam lotadas de lixo, devido à forte greve dos garis, que heroicamente estão enfrentando a postura intransigente e repressora do prefeito Eduardo Paes e a traição do sindicato que quer desmontar a luta pelo reajuste de 15%. Enquanto fechamos esta edição, essa greve está ocorrendo e todos os nossos esforços são para sua vitória (ver págs. 6 e 7)

Categorias do serviço público federal, como INSS, Banco Central e Ministério Público do Trabalho estão em greve. Em Minas Gerais, continua em greve a educação estadual, a municipal de Belo Horizonte e a CSN de Congonhas. Os trabalhadores municipais da Funpapa e da educação de Belém (PA) estão em greve e realizaram fortes atos unificados frente à prefeitura do governo de Edmilson Rodrigues, do PSOL.  Em Niterói–RJ, os professionais da saúde municipal lutam por reajuste e contra o plano de privatização da saúde pública do prefeito Axel Grael (PDT).

Todas essas lutas respondem à profunda crise econômica e social do país. O governo Bolsonaro continua beneficiando com bilhões dos cofres públicos aos banqueiros e aos ricos do agronegócio, enquanto a classe trabalhadora e o povo desempregado não tem nem como comprar o pão e o café de cada dia. Os governadores e prefeitos da velha direita, como Zema (NOVO), Helder Barbalho (MDB) ou Eduardo Paes (PSD) são parte ativa desses ataques.

Vamos aos atos do dia 9/4 pelo Fora Bolsonaro

A indignação pressionou as direções do movimento, que seguem com eixo de que a mudança só seria possível elegendo Lula em outubro de 2022 numa aliança com os patrões e seus representantes. O fórum da Campanha Fora Bolsonaro (dirigida majoritariamente pela CUT, CTB, PT e PCdoB) marcou atos nos estados para o dia 9 de abril com a convocatória “Bolsonaro nunca mais! Contra o aumento dos combustíveis e do gás! Não à fome e ao desemprego!”. Para que esse calendário saia do papel de forma efetiva temos que propor nas reuniões de construção desses atos a retomada da consigna Fora Bolsonaro, que unificou e levou à rua milhares durante o ano de 2021. Bolsonaro tem que ser derrotado agora, e não dá para aguentar até outubro sem reajuste de salários e com a inflação subindo os 10%.

Não vamos ao CONCLAT dos pelegos

As centrais sindicais chamaram o CONCLAT com o objetivo de aprovar o apoio à frente ampla de Lula/Alckmin nas próximas eleições gerais. A CSP-Conlutas não participará do evento, visto que este deveria acontecer para organizar a unificação e o fortalecimento das lutas, em vez de se limitar ao atrelamento do calendário eleitoral. Defendemos que as centrais e sindicatos combativos realizem um fórum nacional alternativo, classista e de luta.

Exigir da CUT, CTB e demais centrais e unificação das lutas

É necessário apostar na unificação e na construção de um calendário nacional de lutas por reajuste salarial e emprego, pela revogação de todas as reformas, contra as privatizações e pela reestatização dos serviços privatizados, contra o racismo, o machismo e a lgtbfobia. Temos que deixar de encher os bolsos dos banqueiros, não pagar a dívida pública, taxar as grandes fortunas e investir em salários, empregos e serviços públicos de qualidade.

Construir uma Frente de Esquerda e Socialista

Ao lado das lutas unificadas, precisamos reafirmar a independência política da classe trabalhadora. A esquerda do PSOL, a UP, PCB, PSTU, o Povo na Rua e o Polo Socialista e Revolucionário podem e devem se agrupar numa reunião nacional. Nossa proposta é a construção de uma Frente de Esquerda e Socialista nacional e nos estados, para as lutas e eleições. Trata-se de um passo inicial para a batalha estratégica com o objetivo de alcançar um governo dos trabalhadores, no caminho de construir um Brasil socialista.

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