O CONUBES MOSTROU QUE A JUVENTUDE SECUNDARISTA QUER LUTAR

Isadora Bueno

Educação em Combate/MG

 

Guilherme Bueno

Juventude Vamos à Luta

 

Entre 12 e 15 de maio, ocorreu o 44° Congresso da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (CONUBES) e a Juventude Vamos à Luta esteve presente.

Infelizmente, esse congresso não definiu o que de fato é necessário para os estudantes secundaristas, apresentando, por parte da majoritária da entidade (UJS/PCdoB, JPT/PT e Levante Popular da Juventude), um caráter eleitoreiro, apontando que a disposição dos estudantes deveria ser jogada para a eleição da chapa Lula/Alckmin.

Além disso, o processo foi marcado por uma postura antidemocrática e despolitizada da UJS, que dirige a UBES há décadas. Essa postura teve início na burocratização do cadastramento de delegados, impedindo que estudantes independentes pudessem ser cadastrados. Já no Congresso, era notável que os estudantes levados pela organização estavam alheios à disputa política que ocorria no CONUBES. Muitos alegaram que foram informados que o evento teria apenas intervenções culturais ou que foram convidados para “viajar à Brasília”. Quando fomos mostrar do que se tratava o espaço e expor o posicionamento da Oposição, distribuindo panfletos, os dirigentes da UJS os retiravam dos estudantes, impossibilitando que eles lessem.

 

A juventude secundarista precisa apostar na luta para “ser feliz”

Nas mesas de debate, com temas como machismo, racismo, lgbtfobia, destruição ambiental e sucateamento do ensino público, foram discutidas intervenções para a juventude que “quer ser feliz”. No entanto, diferente do que foi falseado pela majoritária, a eleição de Lula não vai resolver os nossos problemas e a falta de perspectiva de futuro.

É fundamental entender que as pautas acima não fazem parte de um projeto que beneficia um grupo minoritário. Nesse sentido, não é possível acabar com o racismo, lgbtfobia e machismo sem enfrentar o projeto que utiliza essas opressões para manter o sistema capitalista. Não é possível acabar com a destruição ambiental ouvindo os interesses dos latifundiários que enriquecem com essa destruição. Tampouco garantir investimento para educação sem enfrentar a fraudulenta dívida pública e os interesses dos ricaços, que tiram das escolas para encher seus bolsos.

Por isso, só há um caminho: a mobilização dos estudantes pela garantia de uma vida feliz. A derrota do governo Bolsonaro é a nossa principal tarefa, mas o caminho não deve ser a eleição daqueles que se aliam com a burguesia.

 

“Está surgindo uma nova geração”: por uma UBES combativa e presente no dia a dia dos estudantes

Mesmo que a tese mais votada tenha sido a da majoritária, o 44° CONUBES evidenciou que os estudantes acreditam que o caminho é a luta e que almejam uma entidade presente no seu cotidiano.

Diversos estudantes que compunham a base da majoritária teceram críticas ao seu posicionamento político; alguns delegados se recusaram a votar, por não confiarem no que lhes foi dito. A Oposição dialogou com muitos ativistas e tantos outros saíram convencidos da luta. Os companheiros da UJR gritavam que estava “surgindo uma nova geração”: mais combativa, radical e que quer arrancar a gestão dos pelegos.

Nós, da Juventude Vamos à Luta, defendemos a unidade entre os que acreditam que a saída não é a conciliação de classes. Por isso, precisamos construir em unidade cotidiana uma alternativa para a juventude secundarista. Para isso, o Juntos! tem que rever seu apoio a Lula-Alckmin, que os levou a defender a tese de conjuntura sozinhos, enfraquecendo a possibilidade de apresentar uma verdadeira saída para os jovens que lá estavam presentes.

 

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Se você acredita na saída que apresentamos, venha conhecer a Juventude Vamos à Luta e construir uma alternativa revolucionária no movimento estudantil!

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