Seguir o exemplo de Stonewall e ocupar as ruas pelo fim da LGBTfobia

 

Alef Barros e Natalia Granato, juventude vamos a luta

Estamos no mês do orgulho LGBTQIA+ e o Brasil segue sendo o país que mais mata e exclui LGBTQIA+, em especial a população trans. Em meio à crise econômica e social aprofundada pela pandemia, 6 em cada 10 pessoas LGBTQIA+ perderam renda ou emprego. De acordo com pesquisa da plataforma #VoteLGBT com a Box1824, 41,53% da população LGBTQIA+ está em situação de insegurança alimentar. A CNN aponta que o desemprego da população geral é de 13,5%, enquanto da população LGBTQIA+ chega a 17,15%, mas o percentual sobe para 20,47% quando são analisadas apenas as pessoas trans.

Precisamos de um novo Stonewall, sair às ruas para lutar com o nosso orgulho contra a criminalização dos nossos corpos, a ordem sexual existente, a monogamia imposta, a patologização das orientações sexuais e identidades de gêneros diversas. Defender as nossas vidas e o direito de viver com plenitude.

Queremos o acesso aos direitos básicos, como o matrimônio, às nossas identidades de gênero, ao trabalho, ao acesso à saúde, à educação, cultura e lazer. Precisamos seguir lutando contra a discriminação que resulta em crimes de ódio, por exemplo: a expulsão de LGBTQIA+ de colégios, locais de trabalho, ou eventos públicos. Também, a violência corretiva que termina em abusos, estupros, e, no pior dos casos, na morte.

O governo reacionário de Bolsonaro impulsiona e promove políticas de discriminação e marginalização social. O seu governo e o projeto conservador/capitalista precisam ser enterrados. Nós, da Juventude Vamos à Luta, entendemos que setores que conciliam com os conservadores não são nossos aliados, tampouco a estratégia de pinkwashing, ou capitalismo rosa, seja a nossa saída. Nossas vidas valem mais que um comercial de TV.

A chapa Lula/Alckmin – este último participante da organização reacionária Opus Dei – não é a alternativa para a superação da LGBTQIA+fobia. Nos 13 anos do governo petista, as nossas lutas foram rifadas em nome da governabilidade ao lado de Malafaias, Felicianos e Crivellas. Para assegurar que os nossos e as nossas parem de ser assassinados (as), adoecidos (as) e excluídos (as), é urgente defender nossa independência política e um programa que passa por acesso pleno à saúde, educação e segurança.

 

Sabemos que existe dinheiro no Brasil, a questão é que ele vai para os bolsos dos banqueiros através da fraudulenta dívida pública, enquanto amargamos na pobreza e desemprego. É preciso enfrentar os nossos inimigos. Assim, para garantir os direitos da população LGBTQIA+ defendemos:

– O não pagamento da dívida pública; – A taxação das grandes fortunas e o fim das isenções fiscais; – Educação de gênero e sexualidade nas escolas;

– O respeito ao nome social da população trans e travesti; – A revogação da PEC do teto de gastos, das privatizações e das reformas trabalhistas e da previdência;

– Um plano de geração de empregos para a população LGBTQIA+.

 

Conheça a Juventude Vamos à Luta e a CST: LGBTQIA+ revolucionário é LGBTQIA+ organizado na esquerda socialista!  

 

Não basta “apenas existirmos”: resistir é construir outro projeto de mundo, em que possamos não apenas amar quem quisermos e ser respeitados pelas nossas identidades de gênero, mas também viver plenamente. É preciso lutar rumo a um Brasil Socialista, porque apenas um governo da classe trabalhadora possibilitará as medidas que precisamos. Chamamos você, que quer construir outro país e outro mundo para os nossos e as nossas, a conhecer a Juventude Vamos à Luta e a se organizar nas fileiras da CST-PSOL, porque a nossa luta é todo dia!

 

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Chile: Liberdade e absolvição para Estefano já!

 

por UIT-QI

 

Estefano, um jovem trans masculino da comuna de Padahuel, periferia de Santiago do Chile, encontrava-se em uma praça em uma noite de abril, quando alguns sujeitos saíram de um carro para provocá-lo, apontando sua identidade e desmoralizando sua pessoa com insultos que aludem a uma conversão, como “vamos te fazer mulher”. Entre a discussão, um dos agressores tentou ferir Estefano com uma arma branca. Ele se defendeu e conseguiu tomar a arma para usar em defesa própria, utilizando-a para dar uma punhalada que matou o sujeito transodiante. Os meios de comunicação hegemônicos não tardaram em visibilizar o acontecido, taxando Estefano como um assassino, sem comentar os reais acontecimentos daquela noite.

No dia de hoje, Estefano permanece em uma prisão para mulheres de San Miguel, na qual permanece na espera de ser processado. Tudo isso ocorre sob o silêncio, que denunciamos, por parte das organizações hegemônicas maiores, como o Movilh e Iguales, sem pronunciamentos e qualquer ação por parte das autoridades e congressistas das dissidências sexogenéricas.

Estefano fez uso de seu legítimo direito à autodefesa, na posição de vulnerabilidade social ao ser uma pessoa pobre e trans, defendendo-se de uma pessoa transodiante cis heterossexual que pretendia lhe tirar a vida através daquele ataque, sob palavras de ódio e discriminação. Não podemos permitir que o direito à existência de uma pessoa através da defesa própria seja utilizado para falsas acusações como ocorre nesse caso.

Denunciamos a tergiversação dos fatos por parte dos meios de comunicação massivos e exigimos que as autoridades se pronunciem pela absolvição imediata do companheiro Estefano. Não adianta nada Boric e a Frente Ampla utilizarem as pautas LGBTQIA+ para se elegerem e agora nos deixarem totalmente desprotegides diante de situações como essa, sem políticas públicas nem investimentos para erradicar a violência de gênero e dissidências; é urgente que se reforme a Lei Zamudio (lei antidiscriminação), para que possa deixar livre de punibilidade casos como o de Estefano: a autodefesa não é um delito!

A Unidade Internacional de Trabalhadoras e Trabalhadores – Quarta Internacional (UIT-QI) faz um chamado pela mais ampla solidariedade internacional e para a ação conjunta com as organizações LGBTQIANB+ e pessoas independentes, partidos políticos e organizações sociais territoriais. Saiamos às ruas para exigir a liberdade de Estefano! Basta de ódio contra as pessoas trans! Absolvição para Estefano!

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