EDITORIAL | Plano de luta unificado contra a extrema direita já, rumo ao 11/08 e ao 7 de setembro! Construir uma alternativa sem patrões nas eleições! | Combate Socialista n°155

O avanço da crise social torna nossa vida cada dia mais difícil. Após a disparada do preço do gás, do transporte e da carne, agora o pesadelo é o leite a R$10,00. A manteiga e o pão também subiram. Enquanto isso, o salário segue arrochado e avança o desemprego, deixando todo mundo com a geladeira vazia. A reclamação dentro dos supermercados ou nas feiras são justas. Como é que vamos sobreviver com essa inflação? São 33 milhões de pessoas passando fome e mais de 100 milhões sem conseguir comer direito. Tudo caro, todos estão endividados e a culpa é do governo Bolsonaro, de Guedes e dos milicos, como Braga Neto.

Seguir o exemplo das lutas internacionais

A situação de fome e arrocho está gerando protestos em outros países. No Equador, os indígenas e a classe trabalhadora questionaram a crise social. No Sri Lanka, a rebelião popular fez o presidente renunciar. Na Inglaterra, ocorrem greves no setor de transportes. Exemplos importantes para seguir em nosso país.

Medidas eleitoreiras não resolvem

Preocupado com o impacto da crise social nas eleições e na luta de classes, o governo Bolsonaro lançou a “PEC do desespero”. Uma votação no Senado que o autorizou a gastar mais com Auxílio Brasil, vale gás, auxílios aos caminhoneiros e taxistas. Os valores valem apenas até o final do ano, tentando “amarrar o voto” de quem recebe esses auxílios. Nossa denuncia nada tem a ver com as “críticas” da Globo e dos partidos patronais, que criticam a PEC por “gastar mais”, defendendo o ajuste. A PEC orçou 41,25 bilhões de reais, o que é quase nada se comparamos com os juros e amortizações da dívida externa e interna paga aos banqueiros: mais de R$ 2 TRILHÕES e 400 BILHÕES no orçamento de 2022.

A oposição parlamentar (PT, PCdoB, PDT, REDE) errou ao aprovar essa a PEC no Senado

A oposição parlamentar no Senado votou numa medida que só vai ajudar a campanha eleitoral de Bolsonaro. Aprovou um projeto que não ataca de verdade a crise social. O Auxilio Brasil contempla apenas 17 milhões de pessoas, enquanto o Auxílio Emergencial chegou a mais de 40 milhões de beneficiados (em alguns momentos 60 milhões). Na Câmara dos deputados, a oposição parlamentar está fazendo mais críticas do que no Senado, porém sem questionar a fundo a PEC e sem propor alternativas, como o não pagamento da dívida pública ou a taxação dos bilionários e das multinacionais, como saída para garantir auxilio emergencial massivo, empregos e salário. Isso ocorre porque os partidos da frente ampla, liderados por Lula e Alckmin, não querem romper com a política econômica dos banqueiros, fazendeiros e grandes empresários. Isso mostra o erro da direção majoritária do PSOL ao se coligar com a frente ampla e fazer uma federação com partido burguês como a REDE.

Deter os crimes bolsonaristas e barrar o projeto golpista da extrema direita

O abominável assassinato de um dirigente do PT em Foz do Iguaçu é uma nova demonstração do projeto autoritário da extrema direita. Outros exemplos são o assassinato de Bruno, Dom e Genival; o médico bolsonarista, que estuprou uma paciente grávida na mesa de cirurgia; a juíza que tentou impedir uma criança estuprada de ter acesso ao direito legal ao aborto; a banalização da violência policial por parte do governo; e a impunidade sobre o assassinato de Marielle e Anderson. Na última semana, o vice de Bolsonaro, o general Braga Neto, discursou contra a validade das eleições num evento da FIRJAN (Federação das Indústrias do RJ). Eles preparam um 7 de setembro com marchas ultrarreacionárias da extrema direita. Não podemos deixar esses crimes e esse projeto golpista seguir prosperando impunemente.

Exigimos da CUT, CTB, UNE e MTST uma jornada de lutas

Temos de aprender com nossos irmãos de classe e encontrar o caminho da luta contra a extrema direita, a fome e o arrocho. É preciso que a Campanha Fora Bolsonaro se reúna imediatamente e convoque novos protestos contra os crimes bolsonaristas e contra a crise social. Uma data possível é o dia 16, da articulação Povo na Rua. Um plano de lutas deveria contemplar ainda o dia 11 de agosto e o 7 de setembro (para não deixar as ruas apenas para a extrema direita). Organizando, através das centrais sindicais, sindicatos e federações, a autodefesa de nossos movimentos. Exigimos ainda que a CUT e as demais centrais unifiquem as campanhas salariais de bancários, petroleiros, ecetistas e outras lutas de nossa classe nesse segundo semestre.

Construir a independência política da classe trabalhadora nas eleições

Ao lado da luta unificada, temos que construir uma alternativa da classe trabalhadora nas eleições. A CST, tendência radical do PSOL, constrói o Polo Socialista e Revolucionário, que lançou a pré-candidatura de Vera Lucia à presidência. Nos estados, estamos com governadores, senadores e deputados do Polo (ver pág. 8). O Polo apresenta propostas para enfrentar a extrema direita, os patrões e a crise social, por exemplo:

-Aumento salarial imediato para os trabalhadores e do auxílio emergencial aos desempregados. Reajuste salarial automático de acordo a inflação! Redução da jornada de trabalho para 6 horas, sem redução salarial! Fim da precarização! Carteira assinada, férias e aposentadoria para todos!

– Reestatização das empresas privatizadas! Petrobras 100% estatal, para assegurar gasolina e gás baratos para a população!

– Pelo fim de todas as opressões a negros, mulheres, LGBTQIs, quilombolas, indígenas, pessoas com deficiência e imigrantes! Fim do genocídio da juventude negra pela polícia nos bairros populares! Contra a violência sobre as mulheres e LGBTQI

– Não pagamento da dívida pública! Ruptura com o imperialismo! Expropriação das multinacionais sob controle dos trabalhadores!

-Por um governo dos trabalhadores, sem patrões, apoiado na mobilização e auto-organização dos trabalhadores e do povo pobre, que coloque em prática esse programa abrindo caminho para uma sociedade socialista! (Leia na íntegra em cstpsol.com)

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