Unificar as campanhas salariais dos trabalhadores das estatais

Adriano Dias, Oposição Correios RJ

As empresas estatais estão sempre na mira dos governos capitalistas. A privatização total ou parcial é um projeto que se arrasta desde Collor e Itamar, passando por FHC e governos petistas, acentuou-se com Temer e Bolsonaro. O próprio programa da frente ampla não aponta a reestatização como pauta central e Lula já cogitou abrir o capital da Caixa Econômica Federal. Não se diferenciando do governo Bolsonaro, que já privatizou a BR distribuidora, a Eletrobras e algumas refinarias e tenta vender a Petrobras e os Correios, além de retirar direitos nos últimos acordos coletivos.

A campanha salarial desse ano nos Correios, Petrobras e bancos passa também por combater essa política, além de garantir aumento real e a retomada de itens históricos usurpados nos acordos coletivos. Vai ser uma campanha dura que vai exigir das direções das federações um papel menos conciliador e mais de enfretamento.

Unificar para garantir aumento salarial, direitos e barrar a privatização

A única forma de derrotar a política privatista e de arrocho de Bolsonaro é unificando as lutas nas estatais sem conciliar com o seu projeto privatista. A difícil situação econômica do conjunto da população também reflete nos trabalhadores das estatais. Não temos dúvida que como na maioria das negociações o governo sequer vai querer repor a inflação. Os servidores públicos federais estão sofrendo na pele essa política, pois durante o governo Bolsonaro não houve nenhum reajuste, e a direção da Petrobras ofereceu apenas 5% de reajuste, mesmo o país vivendo uma elevada inflação com os preços nas alturas e o salário cada vez mais defasado.

Frente ampla vota com Bolsonaro veto que prejudica os trabalhadores da Eletrobras

A prática é o critério da verdade.  Essa máxima nunca foi tão real para mostrar que a atuação da maioria da frente ampla no congresso, capitaneado pelo PT, PcdoB, PSB e PV junto com PDT, ajuda Bolsonaro. Esses partidos votaram a favor do veto do governo Bolsonaro que impede o reaproveitamento dos empregados da Eletrobras e as suas subsidiárias, demitidos sem justa causa durante os 12 meses subsequente a privatização, ou seja, a oposição, com exceção do PSOL, votou a favor de um veto que prejudica os trabalhadores da Eletrobras reafirmando a sua limitação como alternativa para a classe trabalhadora.

Essa escandalosa posição expõe a política da frente ampla em relação às estatais: não reverter nenhuma privatização, sem descartar que também poderão fazer as suas.

As Centrais sindicais e as federações deveriam construir a unidade das categorias

As direções das centrais sindicais como CUT e CTB e das federações como FUP, FENTECT, FINDECT e CONTRAF dirigidas por essas centrais e que abarcam trabalhadores da Petrobras, Correios e bancos públicos e privados, deveriam unificar as campanhas salariais em curso desses 3 pesos pesados da classe trabalhadora brasileira para arrancar um acordo coletivo que garanta aumento real, reconquiste direitos e derrote de vez o projeto privatista de Bolsonaro e Guedes. A unificação dessas categorias possibilitaria arrancar a pauta apresentada pelas federações.

Nós, da CST, defendemos a realização de uma plenária nacional de base dessas categorias para organizar em cada local de trabalho uma forte campanha salarial para enfrentar Bolsonaro sem conciliar com o seu projeto de arrocho e ataques.

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