Derrotar Bolsonaro nas urnas e nas ruas

Coordenação Nacional da CST

 

Estamos no 2º turno da eleição, em um contexto econômico e social bastante crítico. São milhares passando fome, salários arrochados e preços em alta, reduzindo bastante o poder aquisitivo da classe trabalhadora. Apesar da propaganda do governo, as tarifas continuam sugando a renda do trabalhador.

Bolsonaro repete em seus discursos que ele está garantindo R$ 600 de auxílio emergencial, que o preço da gasolina e dos alimentos baixaram e que vai gerar empregos. Tudo isso é mentira. O auxílio emergencial não continuará, porque não está previsto no orçamento de 2023. O argumento da baixa dos preços dos alimentos é um absurdo: ao longo do ano, houve aumentos exorbitantes, a exemplo dos aumentos de até 80% no leite, que ainda registra o alto preço de R$ 8 ou R$ 9. O mesmo aconteceu com o café, que ainda tem um valor de R$ 17, e outros alimentos básicos da cesta familiar. Preços muito altos em relação ao valor do salário mínimo atual.

Bolsonaro também não explica como vai gerar empregos. Por que não gerou empregos em quatro anos? Mais uma mentira. Ele não disse de onde vai sair o dinheiro, porque 50% do orçamento nacional atualmente vai para pagar a dívida pública e Bolsonaro vai continuar pagando e enchendo o bolso de banqueiros, enquanto ajusta o salário e precariza a classe trabalhadora e o povo pobre.

Além de tudo, Bolsonaro realiza cortes no orçamento em áreas fundamentais, como educação e saúde, apenas para garantir o orçamento secreto, uma das maiores compras de votos oficializada pelo Congresso Nacional e pelo próprio governo. Com isso, corre-se o risco de paralisar universidades e reduzir a verba para tratamento da Aids.

 

Um governo dos ricos

 

No Brasil de Bolsonaro, a fome só aumentou. Apesar dele negar a realidade e dizer que “não existe fome pra valer”, os dados mostram que na realidade brasileira mais de 33 milhões de pessoas estão passando fome. Além disso, segundo o estudo realizado pela Rede em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional, 125,2 milhões de brasileiros convivem com algum tipo de insegurança alimentar em grau leve, moderado ou grave (de fome total).

Essa visão que nega a realidade só mostra mais uma vez o que é Bolsonaro: uma figura do pântano político que ficou milionário através de rachadinhas, lavagem de dinheiro e corrupção. É parte dos ricos do país, que desprezam os pobres e são bastante preconceituosos. Isso fica evidente com a sua declaração recente, em que justifica o seu baixo desempenho eleitoral nos estados do nordeste “pela alta taxa de analfabetismo na região”, uma declaração estúpida e preconceituosa que mostra muito bem o que é esse governo.

Bolsonaro é um governo das elites, contra os trabalhadores e o povo pobre e que utiliza o pagamento do auxílio emergencial como moeda de troca para ganhar votos, não para resolver o problema da fome no país.

 

Bolsonaro quer acelerar as privatizações

 

Do ponto de vista econômico, Bolsonaro reafirma o seu plano privatista. Já venderam refinarias a preço de banana e privatizaram a BR Distribuidora e a Eletrobras. Não satisfeito, aponta para a privatização dos Correios (projeto que aguarda votação no Senado) e defende “potencializar as privatizações”.

A privatização é uma política que só beneficia os empresários que comprarão as estatais a preço de banana, tudo financiado pelo BNDES. O resultado dessa política nós já conhecemos: as tarifas sobem, os serviços não melhoram nem chegam para toda a população e muitos trabalhadores perdem o emprego ou amargam redução de salário e direitos.

 

Destruidor do Meio Ambiente e defensor de grileiros

 

O governo Bolsonaro tem sido marcado por um retrocesso histórico na pauta ambiental. Fruto da parceria do governo com os grileiros criminosos e do discurso da extrema direita, que nega o aquecimento global, o desmatamento cresceu em seu governo. Só na Amazônia, o desmatamento, em 2022, é o maior em 15 anos e a degradação florestal causada pela extração de madeira e pelas queimadas cresceu 54 vezes, segundo dados do Imazon.

Os grileiros, mineradores e madeireiros seguem cometendo crimes ambientais sem nenhuma punição, enquanto os servidores dos órgãos de fiscalização sofrem com assédio e perseguição para não cumprirem o papel de fiscalizar. Isso é resultado da “boiada” de Bolsonaro, que além de tudo facilitou a vida dos criminosos do meio ambiente e contribui para o assassinato de ativistas da floresta, como Bruno Pereira e Dom Phillips.

 

Derrotar Bolsonaro nas urnas e nas ruas

 

Essa é a realidade do governo Bolsonaro, o principal responsável pela situação de caos que vive a maioria da população brasileira e que tenta a sua reeleição para continuar com o seu projeto autoritário e de fome.

Por tudo isso que expusemos, estamos ofensivos pela derrota de Bolsonaro nas ruas e nas urnas, votando criticamente em Lula. Isso não significa confiança no programa de Lula/Alckmin. Estamos pelo fim do governo Bolsonaro e pela sua punição devido aos inúmeros crimes cometidos por esse governo. Para além do voto em Lula, continuamos exigindo das centrais sindicais mobilização contra os cortes no orçamento e demais ataques, para derrotar Bolsonaro e o seu legado de fome e de morte também nas ruas.

 

O bolsonarismo e as ameaças às liberdades democráticas

 

Bolsonaro, desde o seu início na vida pública, é conhecido pela defesa do período da Ditadura Civil-Militar no Brasil (1964-85). Ganhou também enorme repercussão sua homenagem ao coronel Brilhante Ustra durante a votação do impeachment da ex-presidente Dilma Roussef. O coronel homenageado era o chefe das piores torturas contra opositores da ditadura, um dos piores criminosos da história brasileira. Não à toa se tornou ídolo de um genocida.

O presidente da extrema direita e seus aliados defendem esse regime como a melhor forma para passar a política econômica a serviço dos grandes capitalistas. Como se sabe, na ditadura a classe trabalhadora é proibida de fazer greves, organizar reuniões para discutir sobre qualquer tema político, os partidos de esquerda são proibidos e seus militantes cassados pela polícia do regime. Nesse cenário, em que a capacidade de organização e reação da classe trabalhadora é brutalmente reduzida, os multimilionários, de quem Bolsonaro é capacho, têm mais força ainda para retirar direitos e deixar o povo vivendo na miséria. Fundamentalmente, para impor uma derrota histórica à classe trabalhadora, é que o bolsonarismo sonha com a volta de uma ditadura no Brasil. Mas, além disso, isso permitiria que nenhum dos escândalos de corrupção do seu governo e da sua família fosse divulgado, já que na ditadura era assim: muitos milicos roubavam tudo que podiam e censuravam os jornalistas que ousassem divulgar sua corrupção.

A defesa das liberdades democrática é mais um importante motivo pelo qual votaremos contra Bolsonaro neste segundo turno. Se algum dia suas ameaças às liberdades democráticas se concretizam, a nossa classe viveria muito pior, proibida de lutar contra os desmandos dos patrões, dos políticos vendidos e dos multimilionários que concentram a maior parte da riqueza do país. Em defesa da manutenção dessas liberdades que nossa classe conquistou quando, com suas greves, derrotou a ditadura, é fundamental no próximo dia 30 impor uma derrota eleitoral à extrema direita.

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