Fez falta uma frente de esquerda e socialista nas eleições 2022

Denis Melo e M. Tunes, coordenação da CST

 

No primeiro turno das eleições, as candidaturas de Lula/Alckmin e Bolsonaro somaram 91,6% dos votos, desidratando os demais partidos. Esse contexto tornou o voto das esquerdas muito mais difícil. A UP, PCB e Polo Socialista Revolucionário ficaram abaixo de 1%. Apesar da baixa votação, é positivo a existência de 3 candidaturas à esquerda da frente ampla, pois nenhuma delas estava coligada a nenhum patrão ou seus representantes. Ou seja, atuaram diferente da direção do PSOL, que decidiu se coligar à frente ampla de Lula/Alckmin. Infelizmente, não surgiu uma Frente de Esquerda e Socialista entre UP, PCB e o Polo, o que teria nos dado mais força em meio a esse cenário eleitoral complexo. Essa foi a nossa defesa, mas os demais partidos negaram a unidade. Diante da dispersão, nós, da CST, como tendência radical do PSOL, apoiamos Vera Lúcia para a presidência e governadores, senadores e deputadas do Polo Socialista Revolucionário.

 

A CST defendeu uma Frente de Esquerda e Socialista

 

Em dezembro de 2021, quando iniciava a negociação de Lula/Alckmin, apresentamos a proposta de uma Frente de Esquerda e Socialista. Essa ideia foi apresentada pela CST em todos os espaços até a inscrição das candidaturas em agosto. Entrevistamos Léo Péricles, Sofia Manzano, Zé Maria, Glauber Braga. Reunimos com direções dos partidos e correntes. Pautamos esse tema nos 44% do PSOL, Povo na Rua e Polo, mas nenhuma organização concordou. A esquerda do PSOL decidiu apoiar a frente ampla. Nos camaradas da UP e PCB predominou a autoconstrução e sectarismo com relação ao Polo. No Polo, os companheiros do PSTU foram contra a coligações com UP e PCB, expressando autoproclamação.

 

 

 

 

Há debates políticos a fazer

 

Em outras edições apresentamos nossa visão sobre os programas da UP e PCB (CS 157 e 158). Um aspecto que recolocamos aqui é ausência de críticas ao PT e Lula. A definição programática tem implicações políticas. No primeiro turno, a UP e PCB realizaram uma campanha praticamente sem delimitações com a frente ampla. Em alguns locais isso significou fazer a campanha estadual do PT. Um exemplo é no RS, onde a UP fez campanha de governador para Edegar Pretto/PT (sendo que PCB e Polo estavam na disputa para governador) e campanha de senador para Olívio Dutra/PT (este último também apoiado pelo PCB). No RN, a UP fez campanha para a deputada federal Natália Bonavides do PT.

 

Construir ações conjuntas da UP, PCB e Polo pelo voto crítico em Lula 13

 

Enquanto seguem os debates, temos que batalhar pela derrota eleitoral de Bolsonaro. Propomos que UP, PCB e o Polo realizem ações em conjunto pelo voto crítico em Lula 13. Uma unidade de ação das organizações da esquerda neste segundo turno. O voto crítico no 13, superando o “sem medo de ser feliz”, é a forma mais efetiva de batalhar pelo voto contra Bolsonaro. Agora é hora de virar votos para vencer e temos que ir com as pautas da classe trabalhadora, atacando os patrões.

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