Organizar a juventude para derrotar Bolsonaro não só nas urnas, mas nas ruas!

Gabrielle Silva – Juventude Vamos à Luta

Jeane Carla Tavares e Silva – Centro Acadêmico de Filosofia (UFU)

Bolsonaro e seus aliados são os inimigos número um da educação, desde o início do governo. O seu projeto de educação representou, na prática, a destruição das universidades públicas e institutos federais, como também colocou a falta de perspectiva de futuro à juventude. Neste ano, somente para o ministério da Ciência, tecnologia e inovações, foram contingenciados R$ 1,8 bilhão da educação. O governo Bolsonaro representou a tentativa de privatização das universidades, com o seu projeto de cobrança de mensalidades nas universidades. Esse projeto contou com o objetivo central de seu governo para a educação: tornar cada vez mais a universidade pública inacessível para a juventude pobre e trabalhadora, corroborando com a política de seu governo de que as universidades deveriam ser para poucos.

No entanto, no dia 30/10, a juventude mostrou toda a sua indignação e derrotou Bolsonaro nas urnas. A partir disso, um novo cenário surge, por mais que o governo tenha sido derrotado nas urnas, metade da bancada do Congresso é conformada por figuras centrais do Bolsonarismo. Isso só demonstra a necessidade de a juventude continuar lutando, nas ruas, pelo fim do bolsonarismo.  Além disso, sabemos que o governo de Lula e Alckmin será insuficiente para defender as pautas dos estudantes e da juventude, prova disso são os pactos com a direita e com os patrões orquestrados por eles. Por esses motivos, mesmo com a derrota eleitoral de Bolsonaro, é necessário seguir nas lutas pela defesa da universidade pública. A comprovação disso é o orçamento previsto para as universidades, que será o menor dos últimos anos, o qual prevê, segundo o MEC, pífios R$ 2,1 bilhões para as despesas discricionárias das universidades federais, ou seja, para gastos com custeio e investimento, sabemos que está verba será insuficiente para manter as universidades de pé. Para além disso, temos 17 universidades federais que perigam fechar por falta de verbas ainda esse ano. Reitores de diversas universidades federais declararam que não sabiam como pagar contas de água, luz, trabalhadores terceirizados.

Todos esses cortes na educação demonstram a necessidade de destinar dinheiro às universidades e institutos federais. O país tem recursos, a questão é para aonde eles estão indo. Metade do orçamento da União vai para fraudulenta Dívida Pública, que serve para enriquecer mais ainda os banqueiros e capitalistas, enquanto apenas mísero 2.4% vão para a educação. Para ter verbas para as universidades e institutos federais, temos que enfrentar os lucros desse setor, deixando de pagar a Dívida Pública aos banqueiros que levam milhões do orçamento nacional e taxar as fortunas dos ricaços, além de revogar imediatamente todas as contrarreformas e o Teto de Gastos. Sabemos que esse não é o interesse de Lula e Alckmin, visto que eles estão aliados com a burguesia nacional e internacional, interessada em manter seus lucros e desmontar a universidade pública. Por isso, os estudantes devem seguir mobilizados para possíveis ataques que virão desse mesmo governo nas pautas de educação. Além de seguirem mobilizados para reverter os retrocessos de Bolsonaro na educação e avançar nas demandas das necessidades dos estudantes, a fim de assegurar verbas para as universidades, IFEs e assistência estudantil, para conquistar um bandejão de qualidade e garantir segurança nos campi para mulheres e dissidências sexuais.

A mobilização do dia 18/10 foi expressão de que os estudantes querem lutar. Houve atos em diversas cidades em função do bloqueio de R$ 2,4 bilhões das universidades e escolas. Em universidades como UFBA, UFSM, IFPE, os estudantes organizaram manifestações espontâneas contra o corte brutal nas universidades. Felizmente esses atos foram maiores que os anteriores, mas denunciamos o caráter eleitoreiro dele para eleger Lula à presidência.

A majoritária da UNE (juventudes do PT, Levante Popular da juventude (LPJ), UJS/PCdoB) tenta iludir os estudantes que após a vitória de Lula o país voltará a ser feliz, jogando toda indignação dos estudantes e da juventude na derrota do processo eleitoral. Precisamos convencer os estudantes de que o governo Lula não resolverá nossos problemas, uma vez que está alinhado a setores do empresariado educacional, como instituto Lemann. Nesse sentido, a Juventude Vamos à Luta chama todes para construção de uma alternativa e ir às ruas! Para que a juventude possa voltar a sonhar e a classe trabalhadora viver dignamente. É preciso canalizar nossa indignação e lutar pelo não pagamento da dívida pública, a revogação do Teto de Gastos e todas as contrarreformas!

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