CST-UIT http://www.cstuit.com/home Corrente Socialista de Trabalhadoras e Trabalhadores Sun, 08 Oct 2023 19:01:19 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=6.3.3 https://i0.wp.com/www.cstuit.com/home/wp-content/uploads/2023/07/cropped-3-branco-e-amarelo.png?fit=32%2C32 CST-UIT http://www.cstuit.com/home 32 32 Haiti: Rejeitamos o voto do Brasil a favor de invasão militar da ONU http://www.cstuit.com/home/index.php/2023/10/08/haiti-rejeitamos-o-voto-do-brasil-a-favor-de-invasao-militar-da-onu/ http://www.cstuit.com/home/index.php/2023/10/08/haiti-rejeitamos-o-voto-do-brasil-a-favor-de-invasao-militar-da-onu/#respond Sun, 08 Oct 2023 19:01:19 +0000 http://www.cstuit.com/home/?p=10912 O conselho de segurança da ONU, presidido pelo governo brasileiro de Lula/Alckmin, votou uma nova invasão militar ao Haiti. Nossa internacional, a UIT-QI (Unidade Internacional de Trabalhadoras e Trabalhadores – Quarta Internacional) acaba de lançar uma nota em solidariedade ao povo haitiano e à luta contra o envio das tropas (Haiti: Não a uma nova ocupação militar estrangeira, fora o imperialismo do Haiti – ler http://www.cstuit.com/home/index.php/2023/10/06/haiti-nao-a-nova-ocupacao-militar-estrangeira-fora-imperialismo/).

Durante 13 anos o governo brasileiro, de Lula e Dilma, comandou a última grande invasão ao Haiti por meio das tropas imperialistas da ONU. Essa invasão significou ataques à soberania do país, desrespeito aos direitos humanos, estupros e até uma epidemia de cólera (levando a 10 mil mortes) ocasionadas pelas tropas e pelos funcionários civis da ONU.
No plano interno a invasão militar e as lideranças das tropas imperialistas da ONU reabilitaram o discurso de “pacificação” e fortaleceram a cúpula militar brasileira, em especial o exército. Muitos dos quais construíram o movimento da extrema direita com Bolsonaro e governaram o país até dezembro passado, como Augusto Heleno. Por outro lado, foi um modelo utilizado para ações ditas de “pacificação” nos morros do Rio de Janeiro e outras periferias, sejam pela PM ou pelo exército. No caso do governo Michel Temer, até mesmo uma intervenção militar no RJ.
Propomos ao conjunto das organizações de esquerda e democráticas a realização de uma campanha unificada e atos em apoio ao povo haitiano.

07/10/23, CST (Corrente Socialista de Trabalhadoras e Trabalhadores).

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Pelo triunfo da resistência do povo palestino! Pelo fim dos ataques criminosos do Estado sionista! http://www.cstuit.com/home/index.php/2023/10/07/pelo-triunfo-da-resistencia-do-povo-palestino-pelo-fim-dos-ataques-criminosos-do-estado-sionista/ http://www.cstuit.com/home/index.php/2023/10/07/pelo-triunfo-da-resistencia-do-povo-palestino-pelo-fim-dos-ataques-criminosos-do-estado-sionista/#respond Sat, 07 Oct 2023 23:56:32 +0000 http://www.cstuit.com/home/?p=10903 O mundo ficou chocado neste sábado, dia 7, com a grande ofensiva da resistência palestina, liderada pelo movimento Hamas, que lançou milhares de foguetes contra Israel a partir da Faixa de Gaza.

Neste ataque surpresa, a resistência palestina conseguiu penetrar por terra com milicianos em 25 pontos diferentes da fronteira sul com Israel. Ação em que teriam feito mais de 100 pessoas, entre civis e soldados, como reféns. Estima-se que houve 200 mortos e milhares de feridos em Israel. As imagens mostraram milicianos palestinos queimando um tanque israelense e prendendo os seus ocupantes, bem como desfilando pela Faixa de Gaza com veículos militares capturados ao exército de Israel, diante de grande alvoroço popular. Nunca houve algo parecido.

Israel – e especialmente o governo de extrema direita de Netanyahu – sofreu um dos ataques mais humilhantes da sua história. Tal ofensiva atingiu o aparato invasor sionista, que se orgulhava das suas armas e tecnologia. Todos os serviços de inteligência e segurança falharam. Da Cúpula de Ferro e da Funda de David ao Arrow [sistema de mísseis balísticos]. Os sistemas de defesa aérea de Israel são tão sofisticados, e têm tido tanto sucesso, que a Finlândia e a Alemanha acabaram de adquiri-los.

Isso só pode ser explicado por duas razões: 1) Pela aguda crise política sofrida pelo invasor, desde que Netanyahu quis aplicar uma reforma judicial, que tem sido rejeitada por massivas mobilizações semanais da própria população israelense e que tem dividido até as forças de segurança e militares; 2) Pela extraordinária e inquebrantável força e massividade da resistência palestina, que luta contra o estado de apartheid há 75 anos.

Essa ofensiva inesperada a partir da Faixa de Gaza nada mais é do que a reação lógica do sofrido povo palestino que, desde antes de 1948, padece diariamente com os assassinatos de jovens, crianças, mulheres e idosos em Gaza, na Cisjordânia e em todos os territórios ocupados pelo sionismo israelense. Os palestinos estão fartos do roubo das suas terras, da queima das oliveiras, da destruição das suas casas, da queima de veículos; e de todo tipo de humilhação nos postos de controle estabelecidos por Israel nas fronteiras com Gaza e nos territórios ocupados. A Faixa de Gaza é uma “prisão a céu aberto”, que sofre um bloqueio criminoso por parte de Israel e em que a maior parte da população vive abaixo da linha da pobreza.

Em 2023, até agora 250 palestinos foram assassinados, dos quais 44 são crianças, 38 na Cisjordânia e 6 em Gaza. Nos últimos dois anos, assistimos a um número recorde de palestinos mortos pelas forças militares de Israel.

Na Cisjordânia, colonos armados e apoiados pelas forças de segurança (e encorajados pelo governo de extrema-direita de Netanyahu) matam e atacam diariamente propriedades de palestinos. Enquanto isso, a limpeza étnica avança sem parar, com a expulsão de palestinos que tiveram suas casas derrubadas.

Nos últimos dias, os ataques dos colonos e do exército sionista intensificaram-se. Há cinco dias, dezenas de colonos, apoiados por organizações de extrema direita e ultra-religiosas, entraram violentamente na mesquita de Al Aqsa, na Jerusalém Oriental ocupada. A mesquita é o terceiro lugar mais sagrado do mundo para os muçulmanos.

O ataque de hoje nada mais é do que a expressão do legítimo direito do povo palestino de se defender contra os crimes e o genocídio praticados há décadas pelo Estado sionista de Israel.

Diante disso, formou-se uma santa aliança entre o imperialismo estadunidense, a União Europeia, os demais governos burgueses do mundo e os principais meios de comunicação, que chamou as milícias palestinas de terroristas. A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, classificou a ação como “insensata” e “terrorismo”, ao mesmo tempo em que afirmou que a entidade racista e genocida de Israel “tinha o direito de se defender”. Por sua vez, Biden contactou Netanyahu e disse-lhe que “Israel terá tudo o que precisa para se defender”. Até o falso “esquerdista” Lula apareceu para, vergonhosamente, denunciar as ações de “terrorismo” dos palestinos e para defender Israel.

Terrorista é Israel, o Estado do apartheid, o sionismo invasor e racista, que leva a cabo mais de sete décadas de opressão e de limpeza étnica. As ações da resistência palestina não são terrorismo. São ações de defesa legítima das suas terras, das suas vidas e da sua dignidade.

Agora Netanyahu, apoiado pelos imperialismos ianque e europeu, iniciou uma nova guerra criminosa, bombardeando abertamente a população da Faixa de Gaza e ameaçando uma invasão terrestre.

Nós, da Unidade Internacional de Trabalhadoras e Trabalhadores – Quarta Internacional (UIT-QI), prestamos a nossa solidariedade irrestrita ao povo palestino, que corajosamente continua a defender as suas terras e direitos contra o invasor sionista.

A UIT-QI reafirma que a única solução possível para a situação na região é lutar pelo fim do Estado sionista e genocida de Israel e por um Estado laico, secular, democrático e não racista em todo o território histórico da Palestina, com a devolução das terras e casas roubadas aos palestinos, em que todas as comunidades possam coexistir no quadro do respeito por todas as crenças.

Apelamos aos povos do mundo para que se mobilizem e demonstrem o seu apoio aos palestinos, como já está acontecendo na Turquia e em outros países. Conclamamos as organizações sindicais, populares, democráticas e de esquerda para que demonstrem a sua solidariedade ativa com o povo palestino, apoiando a sua atual resistência e repudiando os criminosos bombardeios perpetrados pelo Estado sionista de Israel.

Unidade Internacional de Trabalhadoras e Trabalhadores – Quarta Internacional (UIT-QI)

07 de outubro de 2023

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Em defesa do povo palestino: Exigir que o governo Brasileiro rompa relações com Israel http://www.cstuit.com/home/index.php/2023/10/07/em-defesa-do-povo-palestino-exigir-que-o-governo-brasileiro-rompa-relacoes-com-israel/ http://www.cstuit.com/home/index.php/2023/10/07/em-defesa-do-povo-palestino-exigir-que-o-governo-brasileiro-rompa-relacoes-com-israel/#respond Sat, 07 Oct 2023 22:03:58 +0000 http://www.cstuit.com/home/?p=10897 O governo Israelense acaba de declarar uma nova guerra contra a Palestina e afirma que os palestinos pagarão um “preço sem precedentes” pelas recentes investidas militares protagonizadas pelo Hamas (organização palestina que lidera a Faixa de Gaza).

O Ministério das Relações Exteriores do Brasil acaba de emitir um comunicado em apoio ao Estado sionista de Israel (https://www.gov.br/mre/pt-br/canais_atendimento/imprensa/notas-a-imprensa/ataques-em-territorio-israelense). Assim, o governo da frente ampla de Lula/Alckmin se soma aos vários governos imperialistas que sustentam o estado sionista de Israel. O presidente Lula, em suas redes sociais, define a situação simplesmente como ataques terroristas. Não é correto. Não há como descontextualizar a situação atual do histórico de massacres, colonização, terrorismo, limpeza étnica, dentre outros abusos protagonizados pelo Estado sionista de Israel. Reconhecer esse fato significa defender direitos humanos básicos que o governo brasileiro ignorou em seu comunicado. O verdadeiro terrorista é o Estado sionista de Israel.

Realizar protestos no Brasil

O povo palestino, agora mesmo, lota as ruas de Gaza em protesto. E desde 1948 não faz outra coisa do que se autodefender, da forma como pode, do poderio militar sionista. Neste momento há caças da força aérea sionista, financiados pelo imperialismo norte-americano, bombardeando o povo palestino. Um massacre jamais pode ser qualificado de “guerra” como fazem os jornais capitalistas.

Propomos a todas as organizações políticas de esquerda e democráticas, centrais sindicais e movimentos sociais a realização de protestos nas principais capitais em apoio ao povo palestino e contra um novo massacre. Nesses protestos temos de exigir que o governo Lula abandone o apoio ao sionismo e rompa relações diplomáticas, culturais e econômicas com o estado de Israel.

Os acordo de Oslo, defendidos pelo governo brasileiro, não são solução

Além disso, o Ministério afirma que “na qualidade de presidente do conselho de segurança da ONU” o governo brasileiro vai buscar uma solução nos termos dos acordos de Oslo de 1994, quando Yasser Arafat, liderança dos palestinos, reconheceu o Estado sionista de Israel e passou a aceitar os “dois Estados”. Essa proposta é reivindicada pelo governo Lula, afirmando que, supostamente, assim se pode “viver em paz, dentro das fronteiras mutuamente acordadas”. Trata-se de uma estratégia errada, que já mostrou sua falência. O Estado racista e genocida de Israel jamais aceitou de verdade a existência da Palestina soberana, devido ao seu próprio caráter colonialista e racista. Desrespeita até mesmo as fronteiras imperialistas da ONU. Israel promove uma sistemática invasão na Cisjordânia, usurpa territórios palestinos e desrespeita locais sagrados para a religião muçulmana, como a mesquita de Al-Alqsa.

Em nossa opinião, a única saída viável para que se ponha fim a essa situação é uma Palestina única, laica, democrática e não racista.

07/10/23, CST (Corrente Socialista de Trabalhadoras e Trabalhadores).

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Diante da enrolação do governo Lula, construir nova paralisação dos SPFs em outubro! http://www.cstuit.com/home/index.php/2023/10/06/diante-da-enrolacao-do-governo-lula-construir-nova-paralisacao-dos-spfs-em-outubro/ http://www.cstuit.com/home/index.php/2023/10/06/diante-da-enrolacao-do-governo-lula-construir-nova-paralisacao-dos-spfs-em-outubro/#respond Fri, 06 Oct 2023 23:06:21 +0000 http://www.cstuit.com/home/?p=10887 O governo Lula-Alckmin não apresentou nenhum valor para reajuste salarial, dos auxílios e para reestruturação das carreiras no Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) 2024 enviado ao Congresso no dia 31 de agosto. Infelizmente, também não aceitou revogar nenhuma medida de Temer e Bolsonaro e negocia com Lira uma Reforma Administrativa.
Depois da boa paralisação e dia nacional de luta ocorrido em 3 de outubro, o governo não convocou novamente o Fonasefe para debater as pautas do salário e auxílios apenas sinalizando uma reunião para novembro sem definir data. Nas reuniões específicas sobre Carreira, o governo não fala em valores orçamentários para a reestruturação.
O que há da parte do governo é uma grande enrolação nas mesas de negociação e um desrespeito às entidades sindicais quando nenhuma das pautas é atendida e se negocia a Reforma Administrativa por fora das mesas. Na Fasubra, logo após uma plenária em que a direção da entidade só encaminhou a discussão sobre a Carreira, o governo anunciou no dia seguinte uma proposta que inviabiliza qualquer mudança proposta.
Nesse sentido, nós da Combate defendemos na plenária da Fasubra e defenderemos na Plenária do Fonasefe do dia 7/10 a necessidade de um novo dia de paralisação em outubro e caso o governo não mude de posição, que as entidades indiquem às bases a necessidade de construir uma forte greve dos servidores federais como última saída para conquistarmos as nossas pautas em novembro.
A luta da classe trabalhadora contra a privatização do Metrô, CPTM e Sabesp com forte dia de paralisação na capital paulista dia 3/10 nos mostra o caminho. Em São Paulo também estão em greve estudantes e técnicos da USP e Unicamp (também contra o ponto eletrônico) em defesa da contratação de mais professores e uma série de pautas.
Esses são os exemplos que devemos seguir, unificando a luta com as demais categorias de trabalhadores para exigir nossas pautas de reajuste geral de salários, bolsa família de um salário mínimo, não ao Marco Temporal, pela revogação das Reformas neoliberais de Temer e Bolsonaro.

CUT, CTB, Fonasefe, Condsef, Fasubra, Fenasps, Sinasefe e Andes precisam sair das palavras para a ação

As entidades acima listadas são as majoritárias no serviço público federal e do empenho de suas direções depende a concretização dos calendários votados e a construção de novos dias de luta para pressionar o governo.
O que temos visto até aqui é que a maioria dessas direções pisam no freio para não se enfrentar com o Governo: os dias de paralisação votados não têm se concretizado em todo o país, porque não são construídos na base, os atos de rua não tem participação de todas as entidades e há uma enorme dificuldade para reativar os fóruns dos servidores nos estados.
A Condsef, logo após o dia 03, lançou um vídeo em que trata as movimentações do governo como positivas e declara que as portas do governo “não estão fechadas” e criando falsas expectativas em torno declarações vagas do Secretário de Gestão de Pessoas, José Feijó. Acreditamos que isso tudo está ocorrendo porque as direções majoritárias do movimento sindical têm como política blindar o governo Lula de críticas e de uma ação mais contundente dos SPFs. A falta de denúncia mais contundente das mesas de enrolação, a divisão de todas as categorias com foco nas carreiras especificas, tem gerado confusão e dispersão nas bases.
Na última reunião do Fonasefe realizada em 06/10, nós da Combate apresentamos a necessidade de construir uma nova paralisação em outubro e discussão de indicativo de greve para novembro caso o governo não mude de posição. Infelizmente a política das direções majoritárias presentes no Fonasefe foi aprovar somente um novo calendário com plenária dia 7/11 e dia de luta com atos em 08/11, ficando a cargo de cada entidade debater se paralisa ou não nesse.
Para nós da Combate esse calendário dá trégua de mais de um mês ao governo e o fato de não ser chamado explicitamente como dia de paralisação também é uma política para blindar o governo. Defendemos que as bases e entidades presentes batalhem na Plenária do Fonasefe em 7/10 por um calendário mais efetivo e com indicação de dia de paralisação e discussão da greve caso o governo não mude de opinião.

Por um movimento sindical combativo e independente dos governos e dos patrões.

Nós da Combate defendemos um movimento sindical e uma esquerda totalmente independente dos governos e dos patrões e que coloque a luta pelos direitos da classe trabalhadora em primeiro lugar.
Defendemos que a Fasubra, a condsef, o Fonasefe, as centrais sindicais e os sindicatos sejam independentes do governo Lula-Alckmin e organizem as lutas por salário, direitos, mais verbas para os serviços públicos e para derrotar os ataques vem sendo gestados contra o serviço público como a Reforma Administrativa e o Arcabouço Fiscal.

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Haiti: não à nova ocupação militar estrangeira, fora imperialismo! http://www.cstuit.com/home/index.php/2023/10/06/haiti-nao-a-nova-ocupacao-militar-estrangeira-fora-imperialismo/ http://www.cstuit.com/home/index.php/2023/10/06/haiti-nao-a-nova-ocupacao-militar-estrangeira-fora-imperialismo/#respond Fri, 06 Oct 2023 19:22:25 +0000 http://www.cstuit.com/home/?p=10884 Por Unidade Internacional de Trabalhadoras e Trabalhadores – Quarta Internacional

No dia 2 de outubro, o Conselho de Segurança da ONU aprovou o envio de uma missão militar contra o Haiti. A resolução – promovida pelo imperialismo norte-americano – foi aprovada com 13 votos favoráveis ​​e com a cumplicidade da Rússia e da China, que se abstiveram para permitir a sua aprovação. O endosso do Conselho de Segurança visa dar um verniz de legalidade a este novo ataque contra o direito à autodeterminação do povo haitiano. Defendemos uma campanha internacional de solidariedade com o povo haitiano e pela expulsão das tropas estrangeiras do BINUH [Escritório Integrado das Nações Unidas no Haiti] e do Core Group [organização intergovernamental informal envolvida na política do Haiti, composta por representantes da ONU, Brasil, Canadá, França, Alemanha, Espanha, União Europeia, Estados Unidos e OEA]. E por uma saída operária e popular para a crise.

A missão – que será liderada pelo governo pró-ianque do Quênia – não resolverá nenhum dos problemas que o Haiti enfrenta. Na verdade, a intervenção e a interferência imperialistas têm sido uma das principais causas da crise, endossando fraudes eleitorais e apoiando governos de direita e mafiosos. A abstenção da China e da Rússia demonstrou mais uma vez a sua cumplicidade com o imperialismo norte-americano na agressão contra o Haiti. Ambos os governos permitiram prorrogações sucessivas do mandato do BINUH, o escritório permanente da ONU no Haiti. Além disso, a China participou diretamente, com centenas de policiais, da MINUSTAH [Missão das Nações Unidas para a Estabilização do Haiti].

O imperialismo norte-americano – depois das derrotas políticas e militares sofridas no Iraque e no Afeganistão, e assustado com a força da revolta social da juventude afrodescendente de 2020 – decidiu não enviar tropas diretamente para o Haiti. Convenceu outros governos a fazê-lo. Não conseguiu que o Canadá liderasse a missão e, finalmente, em troca de 200 milhões de dólares em ajuda militar, persuadiu o Quênia a enviar mil policiais. Outros governos pró-imperialistas – como os da Jamaica, de Antígua e Barbuda e das Bahamas – estão dispostos a enviar contingentes ainda menores. Está sendo arregimentada uma tropa muito menor do que a aglutinada na MINUSTAH, que contou com mais de 12.000 soldados e policiais.

O tráfico de drogas para os EUA financia em grande medida a compra de armas, que fluem do território estadunidense para o Haiti e armam as gangues que controlam a maior parte da capital haitiana. Muitas dessas armas passam pela República Dominicana, país dominado por um regime que é um lacaio incondicional dos EUA e que também vem defendendo uma invasão contra o Haiti junto à OEA e à ONU.

O Haiti sofreu com a presença de tropas estrangeiras e de missões da ONU durante a maior parte dos últimos trinta anos. Esta será a décima missão aprovada neste período, incluindo 13 anos de ocupação da MINUSTAH, que deixou milhares de mortos em consequência da repressão e da disseminação de uma epidemia de cólera por soldados nepaleses. Todas essas missões consumiram bilhões de dólares, que poderiam ter sido aplicados na produção de alimentos e na garantia do acesso à água e à electricidade para milhões de pessoas, mas serviram apenas para reforçar o poder de uma pequena oligarquia de capitalistas mafiosos, hoje representada pelo governo ilegítimo de Ariel Henry.

O povo haitiano rejeita a intervenção imperialista, que só conta com o respaldo de alguns setores da burguesia. Acreditamos que a solução para os problemas de fundo do povo haitiano virá das mãos de um governo das organizações operárias e populares do país.

Apoiamos as exigências das organizações populares e de esquerda do Haiti, como o Movimento Socialista dos Trabalhadores Haitianos, que lutam pelo fim da interferência imperialista e pela dissolução do BINUH e do Core Group. Nesse sentido, denunciamos especialmente a hipocrisia pró-imperialista do governo brasileiro de Lula, que continua a fazer parte do Core Group, fundado com a sua participação por conta do papel de liderança desempenhado na MINUSTAH. Exigimos que a ONU pague uma indenização pelos assassinatos, torturas e abusos sexuais e pela propagação da cólera pela MINUSTAH. Exigimos que os EUA e a França paguem reparações pelas extorsões e ocupações militares realizadas do século XIX até o presente. Apoiamos a luta pela derrubada do governo ilegítimo de Ariel Henry. Reafirmamos que as soluções para os problemas de fundo do povo haitiano, que são o resultado de longas décadas de governos oligárquicos e da intervenção imperialista, estão nas mãos do próprio povo haitiano, que deve contar com a solidariedade dos povos da América Latina e do Caribe.

Nós, da UIT-QI, reiteramos o apelo por uma campanha internacional de solidariedade com o povo haitiano e contra o envio de tropas de ocupação para o país.

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Nagorno Karabakh: uma história de opressão nacional http://www.cstuit.com/home/index.php/2023/10/05/nagorno-karabakh-uma-historia-de-opressao-nacional/ http://www.cstuit.com/home/index.php/2023/10/05/nagorno-karabakh-uma-historia-de-opressao-nacional/#respond Fri, 06 Oct 2023 02:28:32 +0000 http://www.cstuit.com/home/?p=10880 Por Imprensa UIT-QI

26/09/2023. O território de Nagorno Karabakh finalmente caiu nas mãos da ditadura do Azerbaijão, depois de lutar por mais de 30 anos por sua independência nacional. Nos últimos dias de setembro, o exército do Azerbaijão invadiu a região e as milícias armadas de Nagorno renderam-se.

A população de Nagorno Karabakh (cerca de 150 mil habitantes) é formada majoritariamente de armênios. Em 1991, foi proclamada a república independente de Artsaque, com o apoio militar da Armênia e da Rússia. O conflito teve origem após a dissolução da antiga URSS.

As potências imperialistas que compõe a OTAN e o expansionismo agressivo dos regimes capitalistas da Rússia e da Turquia usaram este conflito para avançar em seus projetos de dominação dos povos e de suas riquezas para a exploração capitalista.

Foram duas guerras e inúmeros confrontos armados pela disputa do território.

Nós, da UIT-QI, sempre denunciamos esta situação, opomo-nos a uma guerra fratricida entre a Armênia e o Azerbaijão e exigimos a solidariedade internacional dos povos em defesa do direito à autodeterminação do povo de Nagorno Karabakh.

Finalmente, o povo de Nagorno Karabakh foi derrotado, com a cumplicidade de todas as grandes potências imperialistas e dos governos capitalistas da região. As consequências estão sendo sentidas pelo povo de Nagorno Karabakh, especialmente pelos armênios, com milhares de pessoas deslocadas e o perigo de uma limpeza étnica na região.

Para aprofundar o debate sobre a origem e a gênese do conflito, reproduzimos uma declaração da UIT-QI de outubro de 2020.

Não à guerra entre o Azerbaijão e a Armênia por Nargorno Karabakh! Fora a interferência dos países imperialistas (a UE e os EUA) e da Turquia e da Rússia na região!

08/10/2020, UIT-QI, reproduzido em El Socialista, Argentina, nº 481.

Uma nova guerra pelo pequeno território de Nagorno Karabakh eclodiu em 27 de setembro de 2020. Os combates armados e os bombardeios em Nagorno Karabakh e na sua capital não pararam. Centenas de soldados e civis já morreram nas batalhas. E o enfrentamento pode terminar numa guerra total entre o Azerbaijão e a Armênia. Os dois lados acusam-se mutuamente de iniciar o conflito.

O conflito é muito complexo e está lastreado numa longa história de disputas territoriais na região do Sul do Cáucaso. A população de Nagorno Karabakh (cerca de 150 mil habitantes) é formada majoritariamente de armênios. Em 1991, foi proclamada a república independente de Artsaque, com o apoio militar da Armênia e da Rússia. Desde então, tem ocorrido conflitos, sem solução.

Deve-se levar em conta que o conflito entre a Armênia (2.900.000 habitantes, de maioria armênio-cristã) e o Azerbaijão (10.000.000 habitantes, de maioria muçulmana) em torno de Nagorno Karabakh não se limita a essa região. Ele inclui outras grandes porções do território do Azerbaijão, que foram anexadas pela Armênia durante a guerra que terminou em 1994.

Nagorno Karabakh não fazia fronteira com a Armênia. Era um enclave armênio cercado por regiões do Azerbaijão. A Armênia lançou uma ação militar, que devastou o território do Azerbaijão em torno de Nagorno Karabakh. Isso separou a região azeri de Nahchevan do Azerbaijão, provocando massacres, limpeza étnica e o êxodo de centenas de milhares de azeris (cerca de 600.000 vivem atualmente no Azerbaijão). Assim, esvaziou a população desses territórios e preparou o terreno para a transferência de população da Armênia.

O outro lado da moeda é o regime capitalista do Azerbaijão, que sempre se recusou a reconhecer o direito do povo de Nagorno Karabakh de decidir o seu próprio destino.

Rejeitamos esta guerra, que só trará mais morte, destruição e miséria para os povos. Entretanto, as potências imperialistas que compõe a OTAN e o expansionismo agressivo dos regimes capitalistas da Rússia e da Turquia estão usando este conflito para avançar em seus projectos de dominação dos povos e de suas riquezas para a exploração capitalista.

Qual a origem do conflito?

O conflito tem as suas raízes em séculos de rivalidades e massacres étnicos, relacionados com a formação e as disputas dos antigos impérios capitalistas (inglês, francês, otomano e russo).

A pequena região de Nagorno Karabakh foi povoada durante séculos principalmente por uma população de língua armênia e cultura cristã.

Quando surgiu a União Soviética, através da revolução socialista de 1917 e com a expropriação dos grandes proprietários de terras e dos capitalistas, houve mais de uma década de coexistência pacífica entre diferentes nacionalidades históricas do Cáucaso. Após a morte de Lenin e com a ascensão da casta burocrática contra-revolucionária liderada por Stalin, as feridas foram reabertas. Stalin cedeu, na década de 1930, aquele pequeno território ao Azerbaijão, para dividir e controlar os povos em benefício da burocracia do Kremlin.

Quando a União Soviética se dissolveu em 1991 e o capitalismo foi restaurado, a antiga divisão dos povos ressurgiu com força, agora diretamente subordinada aos interesses de diferentes setores capitalistas e imperialistas pelo controle de territórios e riquezas. Foi assim que tanto a Armênia quanto o Azerbaijão viraram países capitalistas.

Em 1991, Nagorno Karabakh declarou-se independente. E explodiu uma guerra entre o Azerbaijão e a Armênia, apoiada pela Rússia. Em 1994, a guerra terminou com um cessar-fogo, mas sem acordo. Nagorno Karabakh tornou-se precariamente independente. Nenhum país do mundo reconheceu essa independência. Desde então, incidentes e confrontos armados se repetiram.

O novo conflito armado e o perigo de uma nova guerra fratricida

Os conflitos em torno de Nagorno Karabakh sempre foram utilizados pelos regimes do Azerbaijão e da Armênia para desviar a atenção dos povos da crise política e social nos seus países, levantando a bandeira da unidade “nacional”. Diante da nova crise capitalista aguda, os regimes do Azerbaijão e da Armênia estão sofrendo questionamentos por parte dos seus povos.

O regime do Azerbaijão é liderado pelo islâmico Ilham Aliyev, sucessor do seu pai, que governa há quase 20 anos. Ele está enfrentando questionamentos por conta da repressão e da crise social. A queda nos preços do petróleo o afetou. O país é exportador de petróleo e gás. Tem acordos especiais com a Turquia, que compra os seus hidrocarbonetos. Entre os principais investidores estão empresas britânicas, russas e turcas. Alivev declarou que não vai parar até retomar Nagorno Karabakh. Tem o claro apoio político e militar do regime turco de Erdogan, que declarou abertamente que “a luta continuará até que Karabakh seja libertada da ocupação” (Clarín, Argentina, 03/10/2020). A intervenção disfarçada dos Estados Unidos no conflito pode estar por detrás do papel de Israel, que já há algum tempo vende armas modernas ao Azerbaijão (que comprou uma grande quantidade).

Por outro lado, o atual governo da Armênia chegou ao poder na sequência da revolta popular de 2018, que derrubou o governo anterior e impôs a realização de novas eleições. A Armênia é um grande produtor e exportador de cobre e privatizou todas as suas antigas empresas estatais.

Apesar de a Armênia ter sempre contado com o apoio de Putin e da Rússia, o novo governo tem procurado ter relações mais estreitas com a União Europeia (UE) e a OTAN. É por isso que a Rússia dá um apoio tímido à Arménia e não quer cortar completamente os seus laços com o Azerbaijão. E, por sua vez, a França e a UE procuram apoiar a Armênia numa nova negociação. O imperialismo francês, país em que existe uma grande comunidade de armênios, com o seu setor capitalista, tem laços econômicos e políticos especiais com a Armênia.

Não à guerra entre a Armênia e o Azerbaijão

Com esta guerra, a classe trabalhadora e os povos da região não podem ganhar nada. Só podem ficar mais submetidos às multinacionais.

A ONU fala de “paz”, mas deixa que os confrontos ou a “paz” enganosa, com a ocupação militar de territórios, perdurem. Isso para deixar o campo livre para as multinacionais imperialistas explorarem os trabalhadores, falsamente divididos por ódios nacionais.

Só haverá verdadeira paz e coexistência justa entre os povos se o sistema capitalista-imperialista e os governos correspondentes forem derrubados e as multinacionais, que hoje impõem os seus interesses, forem expulsas. Só o verdadeiro socialismo – e não o falso socialismo que existiu na antiga URSS – pode viabilizar a superação das fronteiras nacionais e permitir que as pessoas vivam em harmonia, respeitando as suas nacionalidades e culturas, e planificando as suas economias em benefício da classe trabalhadora e dos setores populares do Cáucaso.

Nesta perspectiva de fundo, hoje é urgente parar esta guerra entre povos tratados como peões dos interesses de países capitalistas-imperialistas e dos regimes da Turquia e da Rússia.

Nós, da UIT-QI, apelamos a todas as organizações políticas, sindicais e estudantis do mundo, que se declaram como democráticas e anti-imperialistas, a pronunciarem-se contra a guerra entre o Azerbaijão e a Armênia.

Fora a interferência política e militar dos países imperialistas (a UE e os EUA) no conflito de Nagorno Karabakh!

Fora o expansionismo agressivo dos regimes capitalistas da Rússia e da Turquia na região!

Contra os massacres da população civil!

Pelo respeito à autodeterminação do povo de Nagorno Karabakh! Desocupação pela Armênia dos territórios do Azerbaijão, com pleno direito da população de regressar aos seus territórios!

Não à guerra entre a Armênia e o Azerbaijão!

Unidade Internacional de Trabalhadoras e Trabalhadores – Quarta Internacional (UIT-QI)

08 de outubro de 2020

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A greve unificada mostra força e expõe as mentiras do governador Tarcísio. http://www.cstuit.com/home/index.php/2023/10/03/a-greve-unificada-mostra-forca-e-expoe-as-mentiras-do-governador-tarcisio/ http://www.cstuit.com/home/index.php/2023/10/03/a-greve-unificada-mostra-forca-e-expoe-as-mentiras-do-governador-tarcisio/#respond Tue, 03 Oct 2023 16:01:34 +0000 http://www.cstuit.com/home/?p=10845 Hoje, a cidade de São Paulo, a maior das Américas, amanheceu sem Metrô e Trens. A culpa pela paralisação de hoje recai sobre o governador Tarcísio, que mente na imprensa e em suas redes sociais. Além disso, ele esconde a realidade durante seu pronunciamento à imprensa no Palácio dos Sanguinários Bandeirantes.

O governador, sem diálogo com os passageiros e trabalhadores dessas estatais, planeja privatizar essas empresas, incluindo a Sabesp (águas e saneamento). Todas as privatizações resultam em aumentos das tarifas e na piora dos serviços. Por exemplo, no Rio de Janeiro, a tarifa do transporte privatizado é de R$ 7,40, enquanto em Minas Gerais, a tarifa do metrô subiu para R$ 5,30 após a privatização. No caso das linhas da CPTM, o caos na prestação de serviços nas linhas 8 e 9, recentemente entregues à CCR, é evidenciado por 73 falhas, em comparação com 31 nas 5 linhas da CPTM. Essa piora é resultado direto da busca pelo lucro típica do setor privado, sem considerar a qualidade do serviço ou as condições de trabalho dos funcionários.

Além disso, não podemos esquecer que essas empresas recebem recursos públicos. Nas linhas privatizadas do Metrô, por exemplo, a passagem custa R$ 6,80, mas o usuário paga apenas R$ 4,40, sendo o restante do valor coberto com recursos estatais arrecadados pelo metrô público. Entre outras irregularidades, é garantida uma cota mensal de passagens às empresas CCR, responsáveis pelas linhas privadas do metrô (linhas 4 e 5). Dois episódios exemplificam como o estado subsidia o lucro privado: no governo Dória, R$ 1 bilhão foi repassado à empresa Via 4/CCR devido a atrasos nas obras públicas da linha 4 amarela. Recentemente, a Via Mobilidade/CCR, operadora da linha 5 do Metrô, recebeu R$ 300 milhões do governo estadual, alegando perdas durante a pandemia. Ou seja, eles nunca investem e nunca têm prejuízos, são privilegiados pelos governos com o dinheiro público.

Assim, o povo trabalhador é sempre o prejudicado. Não há um exemplo sincero de que a iniciativa privada esteja disposta a “investir” e expandir as linhas. Não é por acaso que em muitos países as empresas privatizadas estão sendo reestatizadas, frequentemente resultando na diminuição das tarifas.

Tarcísio, abusivo é o seu projeto de privatizações e chacinas. A greve é legítima e legal.

Os grevistas não são irresponsáveis. A irresponsabilidade e a atitude antidemocrática é do Governador. Sua administração não consultou a população trabalhadora que utiliza diariamente os serviços do metrô, CPTM e Sabesp, nem atendeu às demandas dos trabalhadores dessas empresas, profissionais altamente qualificados que atendem diariamente os usuários desses serviços estatais. Por isso, os grevistas desafiaram o governador a manter os transportes em operação durante um dia inteiro com as catracas livres durante a greve, o que foi recusado pelo governador.

Os sindicatos realizam assembleias democráticas com toda a categoria e promovem plebiscitos populares com a população trabalhadora, algo que o governador não fez e não faz. Seu governo está a serviço dos interesses da Bovespa, da FIESP e das multinacionais, ignorando os interesses da classe trabalhadora e não adotando critérios democráticos mínimos. A menção a audiências públicas agora é mera demagogia perante a população, refletindo o apoio popular à greve e ao plebiscito conduzido pelos sindicatos e movimentos sociais.

Em defesa do direito de greve e de livre manifestação.

Exigir multas milionárias dos sindicatos e 100% de funcionamento dos serviços é uma tentativa de negar o direito constitucional de greve. Falar em punir os grevistas é autoritarismo. Os tempos em que os ditadores proibiam nosso direito à livre manifestação já passaram. Não aceitamos nenhuma restrição ao direito de greve, duramente conquistado. Qualquer medida restritiva nesse campo é um ataque às liberdades democráticas e deve ser repudiada.

Com unificação somos fortes e podemos vencer.
Interromper os ataques e exigir um plebiscito oficial.

Atualmente, estão ocorrendo licitações nos dias 10 e 17 para terceirização dos serviços de estação e manutenção de trens da linha 15 prata, visando acelerar a privatização do Metrô, o que tem causado os problemas mencionados anteriormente. Um exemplo desses problemas ocorreu recentemente nas bilheteiras terceirizadas, onde uma empresa declarou falência e deixou de pagar os salários de seus funcionários. Portanto, é crucial barrar esse ataque. Os metroviários têm uma assembleia hoje à noite para decidir a continuidade da luta contra esses editais de terceirização.
Também defendemos um plano de luta com novas greves unificadas e do metrô, incluindo um ato unificado na próxima semana, e exigimos que o governador aceite o desafio das catracas livres e realize um plebiscito oficial sobre as privatizações, garantindo tempo de propaganda e debates igualitários na TV e nas redes sociais para ambas as posições, tanto do governo quanto dos trabalhadores. A luta não pode parar.

Propomos que a CUT, CTB e MTST convoquem uma greve geral para deter as privatizações e os ataques do governador Tarcísio.

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Chega de ataques ao Metrô e caos na CPTM! A saída é greve unificada! http://www.cstuit.com/home/index.php/2023/10/02/chega-de-ataques-ao-metro-e-caos-na-cptm-a-saida-e-greve-unificada/ http://www.cstuit.com/home/index.php/2023/10/02/chega-de-ataques-ao-metro-e-caos-na-cptm-a-saida-e-greve-unificada/#respond Mon, 02 Oct 2023 16:22:00 +0000 http://www.cstuit.com/home/?p=10836 Diego Vitello – Diretor do Sindicato dos Metroviários e Metroviárias de SP

O Governador Tarcísio quer acelerar o projeto de privatização dos serviços de transporte em São Paulo. Declarou, nas últimas semanas, que, até o final de 2025, quer privatizar o Metrô, a CPTM e a SABESP. No dia 11/09, lançou um edital que terceiriza mais de 90% dos serviços prestados pelos metroviários nas estações. Um ataque brutal, que vai preparando o terreno para a venda da empresa. Combinado a isso, a categoria enfrenta um edital que terceiriza a manutenção de trens da Linha 15 – Prata e também a luta para reverter três demissões de Operadores de Trem da Linha 15, demitidos injustamente para encobrir uma falha no sistema causada pela empresa privada Alstom.

Junto a isso, vimos dias de caos nas linhas geridas pela Via(I)mobilidade na ferrovia. A empresa terceirizada S&G, responsável pelas bilheterias, não pagou os salários de seus trabalhadores e esses funcionários corretamente abandonaram seus postos de trabalho no turno de serviço. Para responder esse caos gerado pela privatização e terceirização, a “saída” do governo de extrema direita foi forçar – à base de assédio moral – os trabalhadores da CPTM para trabalhar na bilheteria de uma empresa privada!

Privatizações para aumentar o lucro dos capitalistas

Desde os anos 90, diversas empresas foram privatizadas no Brasil e no Mundo. Aqui vimos a Vale, CSN, diversas companhias telefônicas, bancos estatais, como o Banespa, Aeroportos, grandes parcelas da Petrobras, entre outras. Mais recentemente, vimos Bolsonaro privatizar a Eletrobras, que já vem gerando graves problemas, como um apagão nacional no final de agosto. Também vimos, em março de 23, Lula assinar a privatização do Metrô de BH. Há que ressaltar que em todos os governos, seja tucanos, petistas, Temer ou Bolsonaro, houve privatizações.

Esse movimento dos governos se deu por conta da crise do capitalismo. Ao não conseguir mais manter suas taxas de lucros só com suas empresas privadas, os grandes empresários tiveram uma “grande ideia”: comprar empresas públicas por menos de 5% do seu valor. Sim, na ampla maioria das privatizações feitas no Brasil, os grandes empresários não pagam nem essa quantia ao Estado. Para esse movimento, compraram o apoio de políticos e da imprensa, que difundiu a ideia absurda de que o privado é “mais eficaz” que o público.

Parceria Público-Privadas: criadas no governo Lula 1

No caso brasileiro, em 2004, uma lei piorou ainda mais a situação. Pelas mãos de Haddad, na época ministro de Lula, foi criada a Lei das Parcerias Público-Privadas (PPPs). Essa lei, além de colocar nas mãos da iniciativa privada a gestão de serviços públicos, garante um lucro mínimo extraordinário para as empresas privadas. Como exemplo, temos as linhas privadas do Metrô de SP, em que o estado garante o pagamento de uma tarifa de R$6,06 para as empresas privadas. A tarifa custa R$4,40 e o restante é coberto pelo estado de São Paulo, que tira dinheiro que poderia ser investido em melhorias dos serviços públicos para a população para colocar diretamente no bolso dos acionistas da CCR (conglomerado empresarial que gere as linhas 4 e 5 em São Paulo).

Construir a greve unificada para barrar as terceirizações e privatizações

Os trabalhadores do Metrô, CPTM e SABESP têm dado grande exemplo de unidade. Lançaram em conjunto um Plebiscito Contra as Privatizações (ver pág.7) e têm feito semanalmente diversas atividades em conjunto. Acreditamos que é muito importante que essas categorias se unifiquem.

A partir dos últimos ataques aos metroviários e ferroviários, combinados com o leilão das linhas 7 e 10, que está marcado para novembro deste ano, a saída é a construção de uma greve unificada, entre os trabalhadores e trabalhadoras das três empresas públicas ameaçadas de privatização. Para o dia 19/09, estão marcadas assembleias de todos os sindicatos que representam essas categorias. Em nossa opinião, é fundamental que nessas assembleias se encaminhe o dia da greve unificada. Defendemos que isso seja construído com assembleias democráticas, em que todas e todos possam ser ouvidos; reuniões por locais de trabalho; comandos de greve com trabalhadores de base e piquetes. Além disso, a construção de uma assembleia unificada para organizar a greve será imprescindível. Exigimos que a CUT, CTB, UGT, Força Sindical e demais movimentos convoquem um dia de luta com atrasos, paralisações e protestos do conjunto da classe trabalhadora nesse mesmo dia em SP.

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Siria: solidariedade aos protestos populares contra Al Assad http://www.cstuit.com/home/index.php/2023/10/01/siria-solidariedade-aos-protestos-populares-contra-al-assad/ http://www.cstuit.com/home/index.php/2023/10/01/siria-solidariedade-aos-protestos-populares-contra-al-assad/#respond Sun, 01 Oct 2023 23:01:30 +0000 http://www.cstuit.com/home/?p=10830 UIT-CI, 25/09/2023

Declaração unitária UIT-CI/CCRI

Em 16/09 completou-se um mês dos atuais protestos na Síria, iniciados na cidade de Al Sueida, no sul do país, como reaçao popular à piora das condições de vida resultante do corte de subsídios para os combustíveis, principalmente a gasolina.

O estopim foi uma desvalorização de 50% da moeda nacional, que levou a cotação do dólar no paralelo a 15000 libras sírias por 1, ao mesmo tempo em que o corte dos subsídios fez o litro da gasolina pular de 3000 para 8000 libras. Junto com os constantes cortes de eletricidade, esses foram os fatores detonantes dos protestos que assumem um caráter político e passam a contestar abertamente a ditadura.

O foco inicial dos protestos contra o custo de vida é Al Sueida, de onde se estenderam para outras cidades e aldeias, com manifestações quase diárias. Segundo informe de um grupo de especialistas reunidos no Instituto para o Estudo da Guerra (ISW), organização estadunidense, os protestos se estenderam a oito províncias em todo o país. Um órgão de mídia local, Sueida 24, informou que alcançaram as cidades de Daraa, no sul, e Jableh, próxima de Latakia, além de Idlib, no noroeste, capital da província homônima onde se situa o maior bastião da oposição ao ditador.

Entretanto, não durou muito para que esses protestos começassem a ter, para além dos objetivos econômicos, uma dimensão política e passassem a pedir o fim do regime de Assad. As pessoas voltam a gritar as palavras de ordem que se tornaram conhecidas desde o começo da Revolução Síria, em 2011, ao mesmo tempo em que levantam as bandeiras de “Síria Livre”. Em 14 de setembro se ouviam, numa praça da zona central de Al Sueida, lemas como “A Síria quer liberdade” ou “Fora Bashir, inimigo da humanidade”. O governo ditatorial de Bashir Al Assad responde com a repressão mas até agora não consegue impedir que os protestos continuem.

Em março de 2011, o povo sírio desatou uma mobilizou revolucionária com a palavra de ordem Abaixo Assad, na onda de mobilizações aberta dois meses antes em Tunis, a qual se estendeu pelo mundo árabe e levou à queda de vários ditadores. Apoiado por Putin (além da Turquia, Irão e EUA) e com ajuda de tropas russas, Bashir lançou uma repressão genocida com tanques e bombardeios, arrasando e destruindo cidades inteiras. Após anos de guerra civil e heroica resistência popular, o ditador conseguiu continuar no poder. Nesse período, 6,7 milhões de sírios se deslocaram para outras regiões no interior do país e outros 5,6 milhões se refugiaram nos países vizinhos e na Europa. 90 por cento da população síria está vivendo, hoje, abaixo do índice de pobreza.

Quando, meses atrás, ocorreu o terremoto que devastou, além da vizinha Turquia, a região rebelde de Idlib, o genocida Assad criou todo tipo de obstáculo à entrada da ajuda Internacional. Agora, amplos setores do povo sírio voltam a protestar, retomando as bandeiras da revolução iniciada em 2011.

Os militantes da Unidade Internacional de Trabalhadoras e Trabalhadores-Quarta Internacional UIT-QI, e da Corrente Comunista Revolucionária Internacional (CCRI), apoiamos incondicionalmente os protestos massivos do heroico povo sírio e suas reivindicações. Apoiamos esses protestos, na perspectiva de que o povo sírio possa retomar o caminho aberto com a revolução popular de 2011 para terminar com a ditadura, conquistar sua autodeterminação e lograr seu próprio governo. Como socialistas revolucionários, sabemos que a solução definitiva para a classe trabalhadora e os povos da Síria virá de um governo de trabalhadoras e trabalhadores, uma Síria socialista, que respeite os direitos nacionais e religiosos de todos os povos.

Mobilizados na UIT-QI e na CCRI, defendemos total solidariedade à luta do povo sírio contra o ajuste econômico e pelas liberdades: liberdade para os presos, justiça social e direitos dos oprimidos; pelo fim da ditadura de Al Assad, a retirada das potências imperialistas invasoras – Rússia, EUA – e das potências regionais como Turquia, Irão e Israel.

Convocamos as trabalhadoras e trabalhadores a unir forças com os partidos populares e organizações de esquerda numa campanha internacional de solidariedade com a luta do povo sírio. FORA BASHIR AL ASSAD! FIM DAS INTERVENCÕES IMPERIALISTAS E DA PRESENÇA DAS POTÊNCIAS REGIONAIS TURQUIA, IRÃO E ISRAEL!

Unidade Internacional de Trabalhadoras e Trabalhadores (UIT-QI)

Corrente Comunista Revolucionária Internacional (CCRI)

17 de setembro de 2023

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Todo apoio aos entregadores de aplicativos! http://www.cstuit.com/home/index.php/2023/09/29/todo-apoio-aos-entregadores-de-aplicativos/ http://www.cstuit.com/home/index.php/2023/09/29/todo-apoio-aos-entregadores-de-aplicativos/#respond Fri, 29 Sep 2023 20:46:52 +0000 http://www.cstuit.com/home/?p=10807 Em várias cidades os trabalhadores e trabalhadoras de aplicativos, que fazem entregas para as grandes empresas multinacionais, realizam protestos durante 3 dias (29 e 30 de setembro e 1 de outubro). Um movimento que merece apoio e que precisa ser fortalecido.

Além de melhores condições de trabalho, os trabalhadores e trabalhadoras reivindicam das empresas o pagamento pela hora logada no valor de R$ 35,76 para motoristas e motociclistas e de R$ 29,63 para ciclistas. A hora logada significa que o trabalhador começa a ganhar a partir do momento em que está logado no celular à disposição das empresas. As empresas só querem pagar R$ 17,00 por hora trabalhada para motoristas e motociclistas e R$ 7,00 para ciclistas.

Negociações no Grupo de Trabalho do governo Lula não avançam

Este novo breques dos apps, como denominam os ativistas desse movimento, ocorre porque as negociações do Grupo de Trabalho criado pelo governo Lula/Alckmin há quatro meses fracassaram. O governo da frente ampla ao invés de impor uma regulamentação contra as empresas lavou as mãos e deixou os trabalhadores sozinhos no embate contra as empresas patronais, principalmente contra a Amobitec (Associação Brasileira de Mobilidade e tecnologia) que reúune a Amazon, a Uber, a Ifood, Zé Delivery e 99, mas também contra a MID (Movimento Inovação Digital), que engloba mais de 100 empresas, como as Americanas, Loggi e Rappi. O governo Lula não quer nenhum tipo de atrito com as multinacionais e grandes empresas.

Todo apoio aos trabalhadores e trabalhadoras dos apps

Estamos do lado dos trabalhadores e damos todo o nosso apoio ao breque nacional contra as empresas. Apoiar essa luta é dever de todos os sindicatos federações, centrais. Exigimos que a CUT, CTB , Força, UGT e demais centrais coloquem seu peso a serviço dessa mobilização para que as pautas sejam atendidas. As multinacionais, as grandes empresas, tem lucros altíssimos e podem atender essas pautas já. Reivindicamos que o governo Lula/Alckmin atenda as reivindicações dos trabalhadores.
Defendemos a unidade do conjunto da classe trabalhadora e para isso temos de nós unificar numa só luta. O dia 3, com a greve de SP dos Metroviários, ferroviários e sabespianos, a luta estudantil da USP, e a paralisação de Servidores federais e atos dos petroleiros em várias cidades poderia ser essa data comum.

Todo apoio ao BREQUE! Lutar ATÉ A VITÓRIA!

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Eduardo Leite: governo sem virtudes, que apoia os escravocratas http://www.cstuit.com/home/index.php/2023/09/29/eduardo-leite-governo-sem-virtudes-que-apoia-os-escravocratas/ http://www.cstuit.com/home/index.php/2023/09/29/eduardo-leite-governo-sem-virtudes-que-apoia-os-escravocratas/#respond Fri, 29 Sep 2023 15:24:06 +0000 http://www.cstuit.com/home/?p=10801 Lucas de Andrade – Professor e Militante da CST

Na reta final deste mês de setembro de 2023, em meio a enormes enchentes que deixam milhares de desabrigados e dezenas de mortos, o povo trabalhador do Rio Grande do Sul se deparou com a notícia de que o governo estadual, chefiado por Eduardo Leite (PSDB), concedeu incentivos fiscais nos valores de 40 milhões de reais (valores que podem aumentar) para a vinícola Aurora, sediada em Bento Gonçalves. Trata-se da mesma empresa que gerou indignação por utilizar mão de obra de trabalhadores em situação análoga à escravidão no início deste ano. Os incentivos fiscais são uma prática comum dos governos burgueses, em que se diminui ou praticamente isenta do pagamento de impostos as grandes empresas capitalistas, com o argumento de que isso as incentivaria a abrir negócios no territórios e isso geraria empregos, beneficiando os trabalhadores. Uma grande balela. Na prática, é apenas mais uma maneira de utilizar o poder estatal para favorecer os negócios dos grandes empresários. O resultado é que o Estado deixa de arrecadar verbas de impostos que poderiam ser investidos em serviços públicos para o povo trabalhador e na prevenção de enchentes, enquanto as grandes empresas beneficiadas ficam livres para explorar de forma brutal a mão de obra dos trabalhadores.

O caso da vinícola Aurora é exemplar: como a classe trabalhadora será beneficiada com tais incentivos? Com mais escravidão? Além da Aurora, diversas outras empresas foram beneficiadas com os incentivos, com valores que situam-se na casa dos bilhões. Dentre elas, outras vinícolas envolvidas com trabalho escravo: Garibaldi (14 milhões) e Salton (17 milhões). Todas essas medidas nefastas contam com o apoio do poder legislativo do estado, recheado de partidos burgueses.

Nós, da Corrente Socialista de Trabalhadoras e Trabalhadores (CST), seção da UIT-QI no Brasil, que temos militantes socialistas revolucionários inseridos entre a classe trabalhadora gaúcha, repudiamos esses incentivos fiscais e exigimos a expropriação, sem indenização, de todas as empresas envolvidas com trabalho escravo, cuja gestão deve ser colocada sob comando de seus trabalhadores. Defendemos que, ao invés de isenções fiscais, as grandes empresas capitalistas devem ser fortemente taxadas, e seus trabalhadores devem ser apoiados para lutarem por melhores condições de trabalho e salário. Junto a isso, deve-se realizar uma campanha pelo não pagamento da dívida pública estadual com a União, exigindo que as verbas públicas sejam utilizadas para ajudar o povo atingido pelos desastres climáticos, para melhorar as condições de vida e trabalho dos servidores públicos e realizar um plano de obras públicas estaduais perspectivando a geração de empregos públicos e dignos para o povo desempregado.

Eduardo Leite e seu governo, em pleno mês da “Revolução Farroupilha”, demonstram que os tucanos do Rio Grande do Sul estão alinhados com a tradição dos escravocratas sul- rio-grandenses que acordaram com o Império do Brasil o Massacre de Porongos contra os Lanceiros Negros em 1844. Por isso, estamos contra esse governo e reforçamos a necessidade de construir uma forte oposição nas ruas contra seus ataques aos trabalhadores, defendendo a necessidade da construção de uma alternativa política dos explorados e oprimidos, visando conquistar um governo da classe trabalhadora e do povo, rumo a um Rio Grande do Sul e um Brasil socialistas.

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Barrar as privatizações em SP! http://www.cstuit.com/home/index.php/2023/09/29/barrar-as-privatizacoes-em-sp/ http://www.cstuit.com/home/index.php/2023/09/29/barrar-as-privatizacoes-em-sp/#respond Fri, 29 Sep 2023 14:53:32 +0000 http://www.cstuit.com/home/?p=10792 Barrar as privatizações em São Paulo

O governador de São Paulo (SP), Tarcísio de Freitas, quer privatizar o Metrô, a CPTM (trens) e a Sabesp (saneamento). Essas empresas públicas são importantes para a população trabalhadora. Não podem se transformar em negócio que só visa o lucro.

Apoiar o plebiscito contra a privatização

As trabalhadoras e trabalhadores dessas empresas estão em luta contra as privatizações (ver páginas centrais). Lançaram um plebiscito para consultar os usuários e usuárias desses serviços. Tarcísio deseja que executivos gringos e almofadinhas da Bolsa de Valores de SP decidam o futuro do transporte e do saneamento. Isso é inaceitável. A população trabalhadora é contra a privatização e dá seu recado nas feiras, fábricas, escolas etc.

Sindicatos lançaram indicativo de greve

Ocorrem assembleias para definir um indicativo de greve contra a privatização. Essa é a melhor forma de derrotar Tarcísio. Esse governador repressor, que defende as chacinas policiais, não vai recuar. Se ele quer guerra, então guerra terá. Mobilizados podemos impedir a privatização. Defendemos que o indicativo de greve seja construído na prática com assembleias democráticas, reuniões nos locais de trabalho e organização de piquetes, para garantir a greve de verdade. Além disso, precisamos buscar unidade com os estudantes da USP, que votaram uma greve estudantil contra a falta de professores e outras pautas.

É uma luta nacional e temos pautas para exigir de Lula/Alckmim

Essa luta de SP é nacional. E o governo central do país tem sua responsabilidade. Por isso, em primeiro lugar, exigimos que o governo Lula/Alckmin arquive o plano de “desestatização” do sistema ferroviário federal. Trata-se de um plano de privatizações do transporte federal formulado por Bolsonaro e que está mantido até hoje. Inclusive o atual governo da frente ampla assinou a fase final da privatização do Metrô de Belo Horizonte. Em segundo lugar, exigimos que o governo Lula/Alckmin reveja o “arcabouço fiscal”. Por que isso é necessário? Porque essa medida restringe o orçamento federal para as empresas estatais federais e os serviços públicos. O arcabouço fiscal coloca em risco os pisos constitucionais (os valores no orçamento previsto em lei) da saúde e educação públicas. Além de restringir as negociações salariais de ecetistas (Correios) e dos servidores federais. Em terceiro lugar, exigimos a revogação das medidas privatistas do governo Bolsonaro: a reforma da previdência e trabalhista, o Novo Ensino Médio, a privatização da Eletrobras etc.

Somos todos e todas metroviárias, ferroviárias e sabespianas

O ataque do governador Tarcísio de Freitas é geral. Em todos os lugares, precisamos apoiar a luta contra essas privatizações. A vitória das trabalhadoras e trabalhadores da ferrovia, Metrô e Sabesp será nossa vitória. É fundamental exigir que as centrais sindicais (CUT, CTB, Força, UGT etc.) coloquem sua força na unificação dessa luta. A realização de ações de solidariedade em todos os locais de trabalho e uma campanha nacional contra as privatizações. As federações dos Correios (FENTECT e FINDECT) e o FONASEFE (servidores federais), que estão em campanha salarial, poderiam coordenar suas lutas com as mobilizações de SP. Defendemos um Conselho de Entidades de Base da UNE para pautar as privatizações de Tarcísio, os ataques aos estudantes da USP, os problemas de infraestrutura das universidades. Unificar a juventude contra a privatização e pelas suas pautas numa luta nacional. A FENAMETRO (Sindicatos Metroviários) teria a tarefa de unificar uma luta unificada.

Metrô, CPTM e Sabesp 100% estatais e sob controle da classe trabalhadora

Estamos jogando todas as nossas forças nessa construção. Defendemos um Metro, CPTM e Sabesp 100% públicas, estatais e sob controle da classe trabalhadora. Nenhuma linha ou setor privatizado/terceirizado, revogação dos contratos e expropriação da CCR. Ampliação dos serviços de transporte, água e saneamento, principalmente nas periferias, com planos de serviço e expansão, organizado pelos trabalhadores e consultados com os usuários. Recomposição dos salários e garantia de direitos e concursos públicos para essas empresas. Fim do calote aos salários das trabalhadoras e trabalhadores terceirizados e sua incorporação como efetivos das empresas. Fim dos altos salários e mordomias da cúpula das empresas. Nomeação democrática dos chefes por eleição entre os próprios trabalhadores dos setores.

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28 de Setembro: Dia Internacional pela Legalização do Aborto http://www.cstuit.com/home/index.php/2023/09/26/28-de-setembro-dia-internacional-pela-legalizacao-do-aborto/ http://www.cstuit.com/home/index.php/2023/09/26/28-de-setembro-dia-internacional-pela-legalizacao-do-aborto/#respond Tue, 26 Sep 2023 20:55:40 +0000 http://www.cstuit.com/home/?p=10765 por Unidade Internacional de Trabalhadoras e Trabalhadores – Quarta Internacional (UIT-QI)

A luta das mulheres para decidir sobre seus corpos precisa seguir se dando nas ruas.

Em um contexto em que a crise capitalista e patriarcal condena cada vez mais pessoas à pobreza e violência pelos planos de ajuste dos governos e dos organismos imperialistas como o FMI, neste 28 de setembro, nós, mulheres, organizamo-nos e mobilizamo-nos para defender nossos direitos.
Desde a vitória histórica das companheiras da Argentina, que conseguiram a legalização do aborto em 2020, a Maré Verde segue percorrendo a América Latina. Recentemente, no México, conquistou-se a despenalização do aborto em todo o país, proporcionando que o serviço seja realizado nas instituições públicas. No ano passado foi a Colômbia que também conquistou esse direito.
No entanto, ainda falta muito para conseguir que o direito de decidir sobre seus corpos seja respeitado de maneira plena para todas as mulheres. Segundo a Organização Mundial da Saúde, são realizados 25 milhões de abortos inseguros anualmente, dos quais 39 mil mulheres morrem e milhões são hospitalizadas por complicações. A maior parte dessas mortes se concentram em países pobres da África (60%) e da Ásia (30%). O aborto segue sendo um problema de saúde pública que reflete a desigualdade social na maioria dos países, em que as mulheres mais pobres são as mais vulneráveis a morrer por abortos inseguros ou a ser criminalizadas.
Ainda que haja conquistas por parte do movimento, é constante a ameaça de que estas sejam arrancadas, já que há uma reação das Igrejas, das instituições religiosas e setores antidireitos. Governos e candidatos de direita constantemente defendem sua oposição aos direitos das mulheres e da comunidade LGBTTIQ+, como ocorreu nos Estados Unidos, quando a Suprema Corte anulou o caso Roe vs. Wade, que significou a anulação do direito constitucional ao aborto, o qual já durava mais de 50 anos. Agora esse direito é determinado pelos estados, mas, atualmente, em oito deles está proibido. Isso coloca os Estados Unidos em sentido contrário às conquistas alcançadas em outros países com o movimento da Maré Verde, sendo que chegou a ser um dos que estavam na vanguarda de ter esse direito. Na Argentina, Javier Milei, candidato da ultradireita favorito para as próximas eleições presidenciais, ameaça acabar com a legalização do aborto. Na maioria dos países da América Latina, o aborto está penalizado ou tem restrições. Há países em que está completamente proibido, como na República Dominicana, Nicarágua, Haiti e El Salvador. Inclusive os governos ditos “progressistas” ou de duplo discurso, como o do presidente Lula no Brasil, que mudou sua postura a favor do aborto para não perder o apoio de setores religiosos. Algo similar ocorre na Venezuela, onde se fortalecem vínculos institucionais entre Estado e as igrejas, o que tem significado um brutal retrocesso nas mesas de diálogo pela despenalização do aborto que haviam sido conquistadas com a força da mobilização. Na Turquia, ainda que o aborto seja legal formalmente, na prática há muitos obstáculos nos hospitais públicos que impedem que as mulheres acessem facilmente o direito ao aborto gratuito e seguro.
Não podemos confiar que os governos respeitarão o que conquistamos com a luta. Inclusive nos países em que se conquistou a despenalização do aborto, não se destinam os recursos necessários para que sejam oferecidos serviços universais e dignos para as mulheres e pessoas com capacidade de gestar; o aborto segue sendo discriminatório, já que é permitido o lucro através desse serviço para clínicas privadas, permitindo o acesso somente para quem possa pagar, precarizando o serviço público. No Estado espanhol, as últimas estatísticas evidenciaram que, apesar de mais de 10 anos desde a legalização do aborto, 11 províncias não registraram nenhum caso, violando direitos e provocando o deslocamento de mulheres e pessoas gestantes. E se estima que, aproximadamente, apenas 15% dos abortos são realizados na saúde pública. É necessário exigir de todos os governos que legalizem o aborto, garantindo-o de maneira gratuita, segura e universal nas clínicas e hospitais, assim como proporcionando anticoncepcionais gratuitos para preveni-lo. Para isso, faz-se necessário a destinação de investimentos que fortaleçam os sistemas de saúde públicos, deixando de pagar as dívidas externas aos organismos como o FMI.
O direito das mulheres e das pessoas com capacidade de gestar de decidir sobre seus próprios corpos, sexualidade e vida implica que seja ofertada uma educação sexual integral em todos os níveis educacionais, sem prejuízos sexistas. Também é necessário exigir o fim da criminalização e a liberdade de todas as mulheres presas por abortar, assim como o fim da violência obstétrica que estigmatiza aquelas que decidem abortar. Lutamos por maternidades livres e escolhidas, para que nenhuma menina seja obrigada a ser mãe. Para que haja maternidades plenas, exigimos dos Estados que se reconheça o trabalho reprodutivo, destinando recursos para a construção de refeitórios e creches públicas. Que as mães trabalhadoras tenham salários e direitos trabalhistas dignos.
Nesta jornada de 28 de setembro, Dia Internacional pela Legalização do Aborto, nós, da Unidade Internacional de Trabalhadoras e Trabalhadores – Quarta Internacional (UIT-QI), apresentamos essas exigências, mas somos conscientes de que elas não serão cumpridas plenamente neste sistema capitalista e patriarcal. É útil para a dominação burguesa e seus governos que nós, mulheres, sigamos confinadas no trabalho reprodutivo, e que sejamos oprimidas com o “destino” de sermos mães sem que importe nossa decisão; dessa maneira, eles possuem condições de nos explorar ainda mais. Por isso, consideramos que é necessário que a classe trabalhadora governe, para que se estabeleça serviços de saúde e educacionais públicos dignos para que todas possamos exercer nossa sexualidade e decidir sobre nosso corpo de maneira livre e plena.

Legalização do aborto seguro e gratuito em todo o mundo!

Nem uma morte a mais por abortos clandestinos!

Liberdade para todas as presas por abortar!

Anticoncepcionais para não abortar!

Educação Sexual para decidir!

Por maternidades livres e escolhidas!

Por maiores investimentos em saúde e educação!

Igrejas/Instituições religiosas e Estado, assuntos separados!

Unidade Internacional de Trabalhadoras e Trabalhadores – Quarta Internacional (UIT-QI)
Setembro de 2023

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Campanha salarial: Construir o Dia Nacional de Paralisação (03/10) dos servidores federais em cada local de trabalho. http://www.cstuit.com/home/index.php/2023/09/20/campanha-salarial-construir-o-dia-nacional-de-paralisacao-03-10-dos-servidores-federais-em-cada-local-de-trabalho/ http://www.cstuit.com/home/index.php/2023/09/20/campanha-salarial-construir-o-dia-nacional-de-paralisacao-03-10-dos-servidores-federais-em-cada-local-de-trabalho/#respond Wed, 20 Sep 2023 12:40:18 +0000 http://www.cstuit.com/home/?p=10747 No dia 16 de setembro ocorreu a Plenária Nacional do Fórum de entidades dos servidores federais(FONASEFE), que aprovou um calendário de mobilização da campanha salarial com o dia 03 de outubro como dia Nacional de Paralisação dos Servidores Federais. Nós da Combate Sindical acreditamos que é urgente construir e concretizar essa data pela base e em cada local de trabalho para que tenhamos um forte dia de luta e que também busquemos unificar essa data com outras categorias.

Por que devemos paralisar nossas atividades no dia 03/10?

A campanha salarial iniciou em julho. Já são mais de 2 meses sem nenhuma sinalização concreta quanto às reivindicações dos servidores. A categoria reivindica a reposição das perdas salariais desde 2010, o que significa cerca de 53% divididos nos próximos três anos (não é aumento, é reposição). No entanto, o Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) para 2024 enviado pelo governo Lula-Alckmin ao Congresso não contém nenhum centavo para reajuste salarial e nos auxílios (alimentação, auxílio-saúde, creche e transporte) dos (as) servidores (as) do executivo federal, nem para reestruturação de carreiras. O governo também se recusou a revogar o conjunto de Portarias, Decretos e Instruções normativas dos governos Temer e Bolsonaro que atacaram a categoria. Em vez de reajuste, Lula nos presenteou com ataques como a aprovação do Arcabouço Fiscal que prevê retirada de verbas das áreas sociais e possibilidade de congelamento salarial. Somado a isso, o governo negocia com Arthur Lira uma Reforma Administrativa. Tudo isso mostra que nossa postura não pode ser de apenas aguardar as mesas de negociação. É preciso fortalecer a campanha salarial com um calendário de lutas. Por isso a paralisação de 03 de outubro se torna tão importante para alavancar e dar visibilidade às nossas revindicações e pressionar o governo.

Exigimos da CUT e da CTB e das direções majoritárias das federações que concretizem o calendário de lutas votado na Plenária

Desde as primeiras reuniões das mesas de negociação temos alertado sobre as intenções do governo. Avaliamos que foi um erro ter adotado uma postura paciente frente a ausência de respostas. A própria Plenária do dia 16/9 poderia ter sido melhor mobilizada, mas ainda é tempo de corrigir o rumo. Para isso é fundamental que as direções concretizem as resoluções da Plenária, principalmente no que diz respeito a preparação do dia 03/10 e a discussão sobre a greve nas assembleias de base. É somente por esse caminho que poderemos conquistar a recomposição salarial, isonomia de benefícios, revogação das medidas bolsonaristas e do Arcabouço Fiscal e arquivamento da Reforma Administrativa.

Construir a greve dos servidores federais por reajuste salarial, contra a Reforma Administrativa e o Arcabouço fiscal

No dia 07 de outubro haverá uma nova Plenária Nacional do Fonasefe para definir os próximos passos da Campanha Salarial e a possibilidade de uma greve unificada do funcionalismo com indicativo para iniciar no final do mês de outubro, caso o governo não atenda as nossas pautas. Acreditamos que é fundamental que as assembleias de base debatam e deliberem sobre esse indicativo. Além disso é fundamental criar comandos locais e estaduais de mobilização para concretizar o calendário votado pela Plenária do dia 16/09.

Unificar as lutas em curso por salário e contra as privatizações

Em São Paulo, Ferroviários, Metroviários e trabalhadores da SABESP (Companhia de Abastecimento) se preparam para uma possível greve unificada contra as privatizações do Governo Tarcísio; Trabalhadores dos Correios e da Petrobrás estão em campanha salarial e enfrentam a negativa das direções dessas estatais em dar um reajuste digno. Servidores estaduais e municipais também encampam mobilizações por salário. Acreditamos ser importante construir ações unificadas que fortaleçam essas lutas e o dia 03/10 pode ser um uma data de unificação, daí a importância dos comandos locais e estaduais que possam coordenar e planejar essas ações.

Deliberações na íntegra da Plenária Nacional dos Servidores Públicos Federais de 16/9 (Fonte: CSP/Conlutas)

Fortalecer a semana de 2 a 7 de outubro como dia nacional de luta. Atividades:
02/10: Mobilização junto aos parlamentares durante o dia; às 19 horas – live híbrida, com transmissão a partir da sede do ANDES
03/10: Fortalecer o dia nacional de lutas com paralizações;
04/10: mobilização junto aos parlamentares, vigília no MGI exigindo negociação efetiva;
05/10: Vigília no MGI e ações junto aos parlamentares;
07/10: Plenária presencial para a avaliar a semana de luta e definir novos passos.
Promover atividades nos Estados para fortalecer o dia 3/10 com atividades nos Estados e em Brasília (assembleias, reuniões, encontros, etc);
Fortalecer os FÓRUNS EM DEFESA DO SERVIÇO PÚBLICO nos estados;
Centralidade da campanha salarial junto à luta contra a PEC 32 e qualquer Reforma Administrativa;
Construção de Carta ao governo cobrando mudança de postura dos representantes da mesa de negociação nacional;
Cobrar por uma nova reunião da mesa de negociação nacional;
Fortalecer a luta pelo REVOGAÇO;
Fortalecer a articulação das 3 esferas do SERVIÇO PÚBLICO na perspectiva de ações de paralisação e construção de greve do funcionalismo ainda este ano diante dos ataques ao serviço público;
Outdoors nos estados;
Apoiar a luta nos estados: Plebiscito em São Paulo (Tarcísio) e em Minas (Zema);
Apoiar a luta em defesa dos hospitais universitários e seus servidores;
Construir o Encontro nacional do serviço público em data a ser definida com entidades;
Construir Manifesto/Carta Aberta à população contra a PEC32;
Fazer alterações na carta a ser enviada ao MGI (analisar se terá outros destinatários) sobre a falta de efetivas negociações da MNNP;
Discutir a construir a Greve Geral dos Servidores Públicos Federais na plenária do dia 7/10

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Sem luta e pressão não teremos reajuste salarial: por um dia Nacional de paralisação em 3/10 http://www.cstuit.com/home/index.php/2023/09/15/sem-luta-e-pressao-nao-teremos-reajuste-salarial-por-um-dia-nacional-de-paralisacao-em-3-10/ http://www.cstuit.com/home/index.php/2023/09/15/sem-luta-e-pressao-nao-teremos-reajuste-salarial-por-um-dia-nacional-de-paralisacao-em-3-10/#respond Fri, 15 Sep 2023 22:57:03 +0000 http://www.cstuit.com/home/?p=10736 O Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) para 2024 do governo Lula-Alckmin não contém nenhum centavo para reajuste salarial e nos auxílios dos (as) servidores (as) do executivo federal, nem para reestruturação de carreiras. Em vez de reajuste, Lula apresenta um conjunto de ataques a nossa categoria” aprovação do Arcabouço Fiscal que prevê retirada de verbas das áreas sociais para fazer superávit primário, garantindo o pagamento da dívida pública aos banqueiros. Esse projeto já provocou retirada de verbas da saúde e educação e ameaça rever o piso constitucional das duas áreas, o que seria um ataque brutal. Somado a isso o governo negocia com Arthur Lira a votação da famigerada PEC 32, a reforma administrativa de Bolsonaro. É um verdadeiro pacote de ataques contra nossa categoria.

Esses ataques aos nossos direitos são a velha receita dos governos Lula e PT de um governo aliado do centrão e diversos partidos patronais, o que pode terminar voltando a fortalecer o bolsonarismo.

Precisamos lutar! Esperar pelas mesas de negociação sem mobilizações de rua, paralisações e greves ajudará o governo a nos enrolar.

Por isso exigimos das CUT e CTB, da direção majoritária da Fasubra e da Condsef, do Andes, Sinasefe, Fenasps e demais entidades do Fonasefe que transformem o dia 3 de outubro num grande dia de paralisação nacional para mostrar ao governo nossa insatisfação.

Essas direções sindicais majoritárias precisam mudar sua posição que tem blindado o governo Lula-Alckmin e apontar um calendário de lutas e mobilização por recomposição salarial, isonomia de benefícios, revogação das medidas bolsonaristas e do Arcabouço Fiscal e arquivamento da Reforma Administrativa apontando indicativo de greve na categoria caso o governo não atenda nossas pautas

Construir a greve dos servidores federais por reajuste salarial, contra a Reforma Administrativa e o Arcabouço fiscal

No 5° Congresso da CSP-CONLUTAS (Central sindical que nós da Combate Sindical construímos) ocorrido de 7 a 10 de setembro, em São Paulo, centenas de servidores (as) se reuniram e definiram batalhar conjuntamente pela paralisação no dia 3/10 e pela construção da greve do funcionalismo federal como única forma de garantirmos as nossas pautas.

É importante batalhar para que o 3/10 seja um dia unificado da classe trabalhadora, batalhando para incorporar também os trabalhadores dos Correios, da Petrobras, bancários, da enfermagem, da educação e várias categorias que lutam em suas campanhas salariais, pelo pagamento do piso e pela revogação do novo ensino médio.

PCCTAE: reestruturação só virá com luta e enfrentamento ao projeto neoliberal do governo.

A Plenária da Fasubra que ocorrerá em 30/9 e 01/10 irá votar propostas de reestruturação da carreira dos Taes. Como temos defendido desde o Congresso da Fasubra, propomos que o centro da nossa luta seja pelo piso de 3 salários mínimos e o step de 5%, primeiramente lutando agora com o Fonasefe pela recomposição salarial de 53% nos próximos três anos. Defendemos também redução dos tempos de interstício para progressões, aumento das porcentagens do IQ, RSC, aumento dos níveis de capacitação.

Acreditamos também que deve ser prioridade na reestruturação do PCCTAE lutar pela recuperação dos cargos terceirizados e pela implementação das 30h na nossa lei da Carreira.

Defendemos também o reposicionamento dos aposentados para fazer justiça ao setor que foi prejudicado na implantação do PCCTAE.

Gratificação é a saída para nossa carreira?

O principal debate na Plenária será a aplicação ou não de uma gratificação que agora está sendo chamada de IATAE (Incentivo à Atividade Técnico-Administrativa), proposta pelos coletivos Travessia e Taes na Luta.

Nós da Combate alertamos que as gratificações são elementos precários na remuneração, pois podem ser revogados mais facilmente e geralmente não são aplicadas aos servidores aposentados. Por isso avaliamos como necessário lutar pela nossa recomposição das nossas perdas históricas em conjunto com os servidores federais, além do piso de três salários mínimos e o step de 5%. Além disso, não podemos aceitar gratificações que sejam produtivistas, condicionadas a cumprimento de metas, que visem aumentar a exploração da nossa categoria, frente à terceirização e falta de servidores. Pensamos que qualquer tipo de gratificação ou incentivo só deveria ser aceito se valesse para ativos e aposentados, sem discriminações e com o compromisso do governo Lula de incorporá-la até o final do mandato.

Todo apoio à greve do HC-UFMG e ao Encontro Nacional dos HUs!

Nós da Combate prestamos todo nosso apoio à greve das Taes do HC-UFMG, que lutam pelos plantões de 12h por 60h. Atualmente os plantões estão ocorrendo em escala de 12×48 ou servidores estão optando por trabalhar de 19h às 01h ou de 01h às 07. Um absurdo que gera insegurança e muitas dificuldades para a categoria. Essa luta precisa de amplo apoio, porque também é uma luta contra a gestão assediadora e privatista da Ebserh.

Por isso apoiamos a iniciativa da Frente Unica dos HUs que está organizando um encontro nacional em 2 e 3 de outubro, em Brasília, apoiados pelo Sintfub, no qual nos faremos presentes. Infelizmente a direção majoritária da Fasubra foi contra a realização do encontr. Chamamos a direção da Fasubra a refletir, mudar de posição e participar do encontro.

Não à criminalização da luta dos TAEs da UFRA. Greve é um direito! Fora Erdjânia!

A Reitora interventora da UFRA, Herdjânia Lima, nomeada por Bolsonaro sem ser a mais votada nas eleições de 2021, entrou na justiça para impedir a greve dos (as) TAEs da UFRA por democracia na universidade. O desembargador Urbano Leal Berquó Neto atuou para impedir que a greve se concretizasse com uma liminar que dizia que o direito de greve não poderia se sobrepor ao direito à educação, obrigando que 100% da categoria trabalhasse. Se essa moda pega, o direito de greve está ameaçado no país. Por isso propomos à Fasubra e outras entidades a nível nacional que façam notas de repúdio e deem visibilidade a essa luta. Os servidores da UFra exigem a nomeação dos representes da categoria eleitos aos Conselhos superiores, a revogação das medidas tomadas pelos Conselhos sem a participação dos representantes Taes, entre elas a resolução do ponto eletrônico; e eleição democrática e paritária para os cargos eletivos, inclusive o de Reitora; chega de dirigentes pro-tempore.

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50 anos depois do Golpe de Estado: as lições deixadas pela “via pacífica para o socialismo” http://www.cstuit.com/home/index.php/2023/09/11/50-anos-depois-do-golpe-de-estado-as-licoes-deixadas-pela-via-pacifica-para-o-socialismo/ http://www.cstuit.com/home/index.php/2023/09/11/50-anos-depois-do-golpe-de-estado-as-licoes-deixadas-pela-via-pacifica-para-o-socialismo/#respond Tue, 12 Sep 2023 00:27:11 +0000 http://www.cstuit.com/home/?p=10727 Por Rainier Rios, dirigente do MST do Chile, seção da UIT-QI 

O Palácio de La Moneda (sede do governo) em chamas, bombardeado por aviões das forças armadas que, naquele mesmo momento, se deslocavam pela capital impondo o terror. Foram imagens que correram o mundo. Naquele dia, Allende foi deposto e centenas de companheiros e companheiras assassinados/as. Foi o trágico prólogo de 17 anos de ditadura militar, que custou a vida de milhares de pessoas, sem contar aquelas que foram torturadas, presas e exiladas. Todo balanço num dia como este deve começar com uma homenagem aos nossos/as mortos/as. Que todos, todas e todes sejam lembrados para sempre com honra e glória. 

Opomo-nos, no entanto, ao que o governo Boric está fazendo hoje em conjunto com o Partido Comunista, o Partido Socialista e a Frente Ampla. Vergonhosamente, atualmente o país está sendo comandado por uma aliança, reunindo os mesmos partidos que governaram com Allende na Unidade Popular, que está aproveitando esta data para fazer o discurso da “unidade nacional” junto com o criminoso ex-presidente Piñera, chamando inclusive a ultradireita pinochetista para se somar a essa união. Nada diz sobre os militares e civis responsáveis pelo golpe e pelos crimes da ditadura. Seu objetivo é claro. Com tal unidade “a partir do andar de cima” tentam fechar a crise aberta com o heróico levante popular de 2019 contra o regime político dos grandes grupos econômicos e contra a dominação imperialista, que tais setores querem perpetuar. 

Esta data, ao contrário do que propõe a política traidora do atual governo e de seus partidos, é um convite a todos/as os/as lutadores/as sociais e revolucionários/as do Chile e do mundo à reflexão, extraindo as conclusões corretas sobre a chamada, pelos protagonistas da época, “via chileno para o socialismo ou via pacífica para o socialismo.” 

Reflexões suscitadas nos 50 anos do Golpe de Estado no Chile 

A primeira reflexão – e mais importante – é que o ocorrido no Chile foi apenas mais um capítulo de uma longa lista de golpes de estado dirigidos pelo imperialismo ianque para manter o seu domínio sobre os nossos países. Mecanismos de controlo violentos – que incluem boicotes econômicos, ações de sabotagem, etc.- fazem parte do arsenal de medidas que a Casa Branca adota para evitar que os seus interesses no mundo sejam postos em causa. O caso de Allende demonstra que a mera intenção de renegociar aspectos dessa dominação provoca a ira e o ataque furioso do imperialismo. 

A segunda é uma questão tão básica quanto convenientemente esquecida por muitos setores da esquerda tradicional. Quando pretendemos enfrentar a dominação imperialista, devemos responder à pergunta: que posição têm os empresários nacionais, os donos do país, sobre tal dominação? Apelar a discursos “patrióticos e nacionalistas”, escondendo o fato de que os grandes capitalistas têm um acordo profundo com o imperialismo para extrair grandes lucros dessa dominação e de que ambos são inimigos mortais da classe trabalhadora e dos povos, é um “erro” com um forte cheiro de traição. 

Acreditar que podemos lutar pela soberania nacional com o apoio dos empresários – ou que devemos fazê-lo respeitando as mesmas instituições com as quais eles protegem os seus negócios com o imperialismo, tais como os parlamentos reacionários, as forças armadas e as leis – é um caminho seguro para a derrota. É incrível que, depois de quase dois séculos de grandes lutas operárias e de uma enorme tradição teórica e militante marxista, continue a existir uma imensa confusão sobre este ponto nodal da nossa luta: a serviço de quem e para fazer o quê funcionam as instituições em um país capitalista como o nosso. 

Isto só pode ser explicado pelo papel lamentável de grandes partidos e, sobretudo, de dirigentes que, disfarçando-se de esquerdistas e autodenominando-se socialistas, nada mais são do que agentes pagos pelos capitalistas – ou, como o PC da época do golpe, financiados pela burocracia grão russa, que comandava o Kremlin – para manter essa confusão nas cabeças de milhares de lutadores/as. 

A terceira é que não criticamos Allende por não ter tido uma política socialista e revolucionária para enfrentar o golpe e levar até o fim a luta contra o imperialismo. Não pretendemos tirar leite de pedra. Allende era um reformista confesso. Para além dos discursos e do palavreado “socialista”, o seu governo praticou um tímido nacionalismo, que buscou renegociar aspectos da dominação imperialista sobre o Chile. Algumas medidas, como a nacionalização de uma parte importante do cobre, dos bancos e de outros setores, demonstram esta política. A sua grande traição foi não ter sido consequente com o seu próprio programa reformista e levá-lo até ao fim. São muitos os casos de direções, mesmo burguesas, que confrontam abertamente (até com armas) o imperialismo para defender a sua própria posição. Esse não foi o caso de Allende, mesmo quando o golpe militar que lhe custou a vida estava sendo preparado diante dos olhos do mundo inteiro. Isso nos leva à última reflexão. Sem pretender derrotar o empresariado nacional e o imperialismo, mas ao contrário preservando suas instituições e atuando no quadro delas; travando o desenvolvimento e abrandando as organizações operárias e populares, como os cordões industriais; e contendo o aumento da sua consciência e de suas lutas, o governo abriu caminho para o Golpe de Estado, que poderia ter derrotado se tivesse encontrado em Allende uma atitude oposta àquela que realmente assumiu.

A história da Unidade Popular e de Allende serve como um lembrete das limitações dos nacionalismos pela metade, reafirmando que o único caminho efetivo para nos libertarmos da dominação imperialista e alcançarmos um futuro digno para a classe trabalhadora e os povos passa por governos dos/as. trabalhadores/as, em luta frontal contra o imperialismo e seus sócios capitalistas locais; pela construção de um verdadeiro partido revolucionário e de uma organização internacional na qual seja possível se apoiar, até alcançar o verdadeiro socialismo, com democracia real para os/as trabalhadores/as e o povo e internacionalista, em benefício de toda a humanidade e da natureza da qual fazemos parte.

 

Rainier Ríos – Membro do Comitê Executivo do MST do Chile, seção da UIT-QI.

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Ucrânia: convocatória de greve em Mariupol http://www.cstuit.com/home/index.php/2023/09/11/ucrania-convocatoria-de-greve-em-mariupol/ http://www.cstuit.com/home/index.php/2023/09/11/ucrania-convocatoria-de-greve-em-mariupol/#respond Mon, 11 Sep 2023 15:08:27 +0000 http://www.cstuit.com/home/?p=10724 Por Imprensa UIT-QI 

Mariupol é uma cidade costeira ucraniana, no Mar de Azov, conhecida pela sua resistência à invasão de Putin, antes de ser tomada pela Rússia. 

O comunicado oriundo de Mariupol que reproduzimos a seguir foi lançado pelo Comitê de Coordenação da Greve, uma estrutura clandestina, claro, por conta da repressão das forças de ocupação russas. 

A Rússia anunciou eleições locais nos territórios ucranianos ocupados para 10 de setembro. 

Ultimamente os russos não têm feito nada além de enganar os trabalhadores de Mariupol, privando-os do seu dinheiro! 

Decidimos lutar pelo nosso direito de reivindicar! 

Iniciaremos uma greve por tempo indeterminado a partir de 10 de setembro (dia das eleições)! 

Convençam seus companheiros a não irem trabalhar, se estiverem empregados nessas empresas! 

A greve é ​​uma ferramenta poderosa para chamar a atenção para as desigualdades e os fenômenos negativos da sociedade. É uma manifestação de solidariedade, vontade e desejo de mudar o status quo para melhor. Quando as pessoas se unem para proteger os seus direitos em caso de ocupação, a greve política contra o invasor torna-se uma necessidade. Dá-nos a oportunidade de expressar o nosso desacordo com a restrição injusta da nossa liberdade e autodeterminação. A greve dá voz àqueles que estão vivendo sob o jugo do invasor, privados de direitos humanos e de independência nacional. 

Não sejam testemunhas impotentes da ocupação e das violações dos direitos humanos. Juntem-se à greve política contra a ocupação e mostrem que estão dispostos a lutar pelos seus direitos e pelos direitos do povo. Juntos somos mais fortes! Juntos mudaremos o mundo para melhor! 

Eis a lista de empresas que entrarão em greve: 

– Construtora Ulyanovsk Premium LLC (dirigida por Vladimir Vnukov); 

– Kompaniya Arkhitektor, localizado na Rua Lunina 31 (diretor-geral Alexey Vladimirovich Dragilev); 

– A Construtora GAMAS; 

– Provedor Trinity; 

– Construtora Stroy Monolit; 

– Empresa Yumistroy; 

 – Empresa Technostroy (chefe Denis Titov). 

Pedimos a todos que não trabalham nas empresas mencionadas que nos escrevam. Suas empresas podem se juntar a nós mesmo que não tenham sido mencionadas! 

Apelamos também aos taxistas, motoristas de ônibus (por um dia) e trabalhadores dos serviços públicos a aderirem à greve de 10 de Setembro, dia das eleições fraudulentas.

 

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Lula governa com nossos inimigos e a serviço dos empresários e banqueiros http://www.cstuit.com/home/index.php/2023/09/04/lula-governa-com-nossos-inimigos-e-a-servico-dos-empresarios-e-banqueiros/ http://www.cstuit.com/home/index.php/2023/09/04/lula-governa-com-nossos-inimigos-e-a-servico-dos-empresarios-e-banqueiros/#respond Mon, 04 Sep 2023 22:13:53 +0000 http://www.cstuit.com/home/?p=10698 Sabemos que essa definição pode parecer muito radical a você que acaba de receber nosso jornal pela primeira vez. Provavelmente pode ser vista como exagerada por muitos trabalhadores, trabalhadoras e jovens que são leitores de nosso jornal há mais tempo. Compreendemos e respeitamos essa forma de pensar, mas discordamos dela. Temos outra opinião e explicaremos. Não fazemos isso para aborrecer ninguém. Porém, definir bem o governo, sua relação com a patronal, é fundamental. Dessa forma, podemos nos preparar melhor para lutar pelas pautas operárias e populares e para batalhar visando que essas mobilizações se unifiquem e terminem em vitórias. Vejamos, então, se estamos sendo muito radicais ou apressados ao definir o governo Lula/Alckmin.

Como foram os 9 meses de governo?

Chegamos a 9 meses de Lula/Alckmin e dois fatos chamam a atenção. Primeiramente, o governo vai ampliar ainda mais o setor da extrema direita dentro dos Ministérios (ver pág. 3). Não podemos esquecer que o golpista Múcio permanece no Ministério da Defesa e que o bolsonarista Campos Neto permanece no Banco Central, dentre outros personagens nefastos. Agora, amplia-se o pacto da governabilidade para mais partidos bolsonaristas. PP e Republicanos irão se somar por meio dos pactos com Arthur Lira. São duas siglas que sustentaram o governo da extrema direita. Por outro lado, é importante ressaltar que esses partidos, juntamente com outros do atual governo, estão todos envolvidos em maracutaias e negociatas no orçamento da CODEVASF (Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba). Desse modo, Lula está aliado aos governadores de SP e RJ, que estão realizando chacinas policiais contra o povo negro, assim como governadores do PT, que praticam a violência policial, como na Bahia. Isso para não falar da presença do agronegócio no governo e do apoio do Ministro Fávaro ao Marco Temporal, que massacra os povos indígenas (ver páginas centrais). O segundo fato é a sanção do presidente Lula ao Arcabouço Fiscal, projeto que regulamenta o teto de gastos na atual gestão, mantendo a lógica de austeridade contra as áreas sociais, algo que já significa cortes de verbas na saúde e na educação – dentre outros setores –, o aumento de apenas 18 reais no salário-mínimo e 1% aos SPFs no ano que vem, bem como o rebaixamento das propostas aos trabalhadores dos Correios (ver pág 8). O fato de que o FUNDEB não esteja incluído no Arcabouço não nega que inúmeros outros setores estão. Com o Arcabouço Fiscal é impossível “incluir o povo no orçamento” e a crise social que segue latente no país não será solucionada, pois irão faltar recursos para saúde, educação, moradia, agricultura familiar, meio ambiente, etc. Com esses aliados e essa política capitalista, não há como operar mudanças que resolvam os problemas do povo trabalhador nem atender nossas reivindicações. Por isso, não podemos aderir ao governo nem ser chapa-branca, como fazem a maioria dos partidos e direções, caso das majoritárias da CUT, CTB, UNE e UBES. Não ser independente inevitavelmente leva ao abandono das pautas operárias e populares.

Vamos lutar juntos pelas pautas operárias, estudantis e populares

Você, que está nos lendo neste momento, provavelmente não vai concordar com tudo que falamos aqui. Mas isso não é um problema. Não somos os “donos da verdade” e podemos seguir conversando. Enquanto dialogamos sobre o caráter do governo, não ficamos paralisados. Somos colegas de trabalho, estudo ou compartilhamos plenárias do 8M e temos muitas demandas pelas quais nos mobilizar. Vamos nos organizar juntos e lutar pelas nossas reivindicações, exigindo que o governo Lula/Alckmin nos dê nosso salário e emprego; acabe com os cortes de verbas das áreas sociais; legalize o aborto e imponha o fim das chacinas policiais. E vamos exigir da CUT, CTB, FONASEFE, CNTE, UNE e UBES uma jornada de lutas pelas nossas pautas. Concretamente, é preciso dar continuidade à luta após o Grito dos Excluídos, convocando uma Plenária das Lutas Populares para organizar uma pauta comum e um plano de lutas unitário com um programa que inclua a taxação dos bilionários e das multinacionais, o não pagamento da dívida, a duplicação do salário mínimo, direitos para trabalhadores de aplicativos, dentre outras medidas.

Construir uma frente eleitoral da esquerda independente

Mesmo estando muito longe das eleições municipais, o fato é que o PSOL, o PT e o governo já anteciparam esse debate. Eles lançaram a frente ampla de Boulos, em São Paulo, e só falam disso em assembleias e plenárias. Nós seguimos acreditando que nossa tarefa prioritária é a luta e a mobilização. Porém, não vamos ficar calados enquanto o governo Lula/Alckmin, governadores e partidos da frente ampla empurram os sindicatos e entidades populares para a frente ampla eleitoral nos municípios. Até porque setores da direita e do bolsonarismo também lançaram seus candidatos. Defendemos a independência política da classe trabalhadora e fazemos isso também nas eleições. Por isso, apresentamos uma proposta alternativa: construir uma frente eleitoral da esquerda independente do governo Lula/Alckmin e de seus governadores; uma frente sem qualquer partido patronal ou representantes dos patrões, totalmente diferente da colaboração de classes da frente ampla de Lula/Alckmin e Boulos. Uma frente eleitoral contra os governadores e prefeitos de direita e da extrema direita, que proponha a imediata prisão de Bolsonaro e confisco dos bens dos golpistas.

Propomos uma reunião da UP, PCB, PCB-RR, PSTU e MRT

A CST propõe uma reunião conjunta da UP, PCB, PCB-RR, PSTU, MRT e demais coletivos e dirigentes socialistas e comunistas para debater a possibilidade de organizar essa frente eleitoral. Apesar de nossas diferenças de programa ou estratégia, podemos apresentar uma opção com uma frente eleitoral, resguardando a independência de cada um dos partidos e organizações.

Por um governo da classe trabalhadora, sem patrões, e um Brasil Socialista

O que faz falta é uma esquerda classista, combativa e forte, que lute contra os ataques e não compactue com os patrões, diferente do que faz a frente ampla. Então, ao mesmo tempo que batalhamos pela luta unificada nas ruas, nos esforçamos para construir um governo da classe trabalhadora, sem patrões, que aplique um plano econômico alternativo, operário e popular, que rompa com o capitalismo e a exploração imperialista para satisfazer nossas necessidades. Venha debater essas propostas da CST, participe de nossas reuniões, ajude a divulgar nosso jornal e financiar nossa organização. Seja militante e fortaleça a unidade dos revolucionários na luta por um Brasil e uma América Latina socialistas.

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A luta deve continuar para democratizar o SNTE http://www.cstuit.com/home/index.php/2023/09/01/a-luta-deve-continuar-para-democratizar-o-snte/ http://www.cstuit.com/home/index.php/2023/09/01/a-luta-deve-continuar-para-democratizar-o-snte/#respond Fri, 01 Sep 2023 23:08:44 +0000 http://www.cstuit.com/home/?p=10692 As eleições do SNTE na Cidade do México: uma farsa para garantir a continuidade da cúpula pelega

Recentemente, os/as trabalhadores/as da educação da Cidade do México participaram de um evento inédito. Graças à reforma trabalhista de 2019, pela primeira vez os comitês seccionais foram eleitos pelo voto direto, livre e secreto. Dezenas de milhares de professores e de pessoal de apoio e assistência à educação (PAAE) fizeram parte de um exercício que deveria ter sido democrático. Mas que não foi.

Sem respeitar a reforma, o Sindicato Nacional dos Trabalhadores em Educação (SNTE) publicou um Regulamento para a eleição das direções seccionais que impôs proscrições e condições antidemocráticas, com as quais a cúpula pelega controlou o processo e, portanto, garantiu seu domínio.

O SNTE sempre teve um caráter corporativista e autoritário. Atualmente, a burocracia é liderada por Alfonso Cepeda, que levou o sindicato a se adaptar ao governo da 4T [governo da “Quarta Transformação”, como é chamado o governo de López Obrador]. Por sua vez, foi útil para López Obrador dar apoio a esta cúpula, respaldando os processos eleitorais nos comitês locais com o Regulamento que, na realidade, viola a sua própria reforma. Assim, tais processos acabaram sendo uma farsa para garantir a continuidade do corporativismo.

Nas seccionais 10 e 11 foi possível apresentar chapas independentes da CNTE

Nas seccionais 10 e 11, a Coordenação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE) apresentou chapas independentes. Na seccional 10, a chapa vermelha ficou em segundo lugar, obtendo cargos na direção. Porém, vale ressaltar que a abstenção atingiu mais de 50%, talvez devido à grande desconfiança dos professores. De todo modo, foi uma conquista que na seccional 10 a CNTE tenha obtido cargos, demonstrando que o combate ao peleguismo pode ser travado mesmo dentro de suas regras. E que tal combate serve para ampliar a organização e a participação democrática da base mesmo na Assembleia da Coordenação da CNTE na qual, é preciso dizer, muitas vezes existiram práticas burocráticas diante das críticas feitas aos dirigentes, algo que limitou seu crescimento. Agora, devemos trabalhar nas escolas para que os/as professores/as se motivem a participar, principalmente os mais jovens, e para que estejam dispostos a fortalecer uma alternativa democrática.

Na seccional 11 do SNTE venceu a chapa branca, encabeçada por Emilio Ortiz, ex-Secretário de Finanças do comitê local, junto com outras figuras pelegas que estão na direção há muitos anos. Ela se apresentou como “oposição” à chapa oficial, a azul. Foi uma tática utilizada pelos pelegos para cooptar e dividir a oposição, atraindo setores como o Bloco Democrático do IPN e outras lideranças dissidentes. Nesta disputa, em que pela primeira vez se deu a oportunidade de apresentar uma alternativa independente, tais setores preferiram aliar-se e conviver com os pelegos.

Mas o positivo foi que a chapa ouro se apresentou como uma alternativa independente, obtendo 10% dos votos. Corretamente, o Bloco Democrático da seccional 11 da CNTE buscou aliança com outros setores independentes, como a Frente de Delegações e Trabalhadores Democráticos, que chamou o voto na chapa ouro. Passada a eleição, é importante cuidar dessa aliança, impulsionar a democratização da seccional e agregar mais setores, sem sectarismo, para lutar contra o peleguismo.

Solidariedade com a seccional 9 da CNTE, em que se impôs o peleguismo

Na seccional 9, a espúria Comissão Eleitoral nomeada pelo SNTE publicou unilateralmente a convocatória das eleições, com apenas três dias para o registo das chapas, algo que foi denunciado pelo Comitê Democrático da CNTE, que rejeitou o referido processo. Expirado o prazo, foi tentado o registro da chapa vermelha, que não foi permitido, violando um acordo entre a Secretaria de Governo e o SNTE. Na seccional 9, a corrente democrática da CNTE tem maior presença na base.

Foi correto denunciar o caráter antidemocrático da convocatória. E teria sido muito valioso se a chapa fosse inscrita, pois havia grandes possibilidades de derrotar o peleguismo.

Fraternalmente – e reconhecendo que a seccional 9 da CNTE tem resistido às investidas do peleguismo, conquistando assim uma posição importante –, parece-nos que o mais adequado teria sido registar a chapa mesmo dentro dos prazos restritivos impostos pelos pelegos, denunciando as regras antidemocráticas do processo. Isso porque, ao contrário de como antes ocorria a disputa, agora as eleições são feitas com a participação de toda a base trabalhadora.

A possibilidade da CNTE vencer em uma das seccionais da capital era muito perigosa para a cúpula sindical. Por isso, eles ignoraram o acordo e, com o aval do governo, realizaram as eleições com a proibição da participação da chapa vermelha.

A seccional 9 da CNTE anunciou que continuará a luta para que essas eleições fraudulentas sejam ignoradas e que a representação democrática seja respeitada. É fundamental que todo o movimento democrático da educação, o sindicalismo independente e as organizações combativas se solidarizem com esta luta.

Novos desafios para o movimento democrático no SNTE

Para a CNTE, é essencial uma política unitária e contundente, que permita que nas diferentes seccionais seja dada uma responda a estes novos processos. Falta a eleição do Comitê Executivo Nacional. Será fundamental um plano de ação da CNTE, para apresentar-se como alternativa em cada um dos estados do país. Será uma disputa histórica. É necessária uma estratégia para derrubar o Regulamento do SNTE e exigir regras democráticas.

Da mesma forma, é necessário que sejam formadas chapas independentes ao peleguismo, para oferecer uma alternativa aos/às trabalhadores/as e alcançar aquilo pelo qual a CNTE tem lutado historicamente: a democratização do SNTE. Porém, isso não se conseguirá apenas nas urnas. É preciso que em cada local de trabalho e em cada delegação sejam eleitos representantes. E que a organização e mobilização sejam permanentes, para que nos processos seguintes haja confiança e força para votar por uma alternativa combativa, independente e democrática.

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Diante da fraude escandalosa no SNTE: Exigimos que o governo de López Obrador rompa com o sindicalismo amarelo http://www.cstuit.com/home/index.php/2023/09/01/diante-da-fraude-escandalosa-no-snte-exigimos-que-o-governo-de-lopez-obrador-rompa-com-o-sindicalismo-amarelo/ http://www.cstuit.com/home/index.php/2023/09/01/diante-da-fraude-escandalosa-no-snte-exigimos-que-o-governo-de-lopez-obrador-rompa-com-o-sindicalismo-amarelo/#respond Fri, 01 Sep 2023 23:05:49 +0000 http://www.cstuit.com/home/?p=10689 O cenário político nacional está sendo dominado pela super antecipada sucessão presidencial. Todas as atenções estão voltadas para este processo ilegal. Enquanto isso, o país afunda em uma onda de violência incontrolável, que mostra o poder dos cartéis do crime organizado, que ampliam seus domínios em todo o território nacional e diversificam suas ações criminosas contra migrantes e comerciantes, bem como com o tráfico de mulheres. O feminicídio cresce sem parar, apesar dos compromissos governamentais, inclusive do governo de Claudia Sheinbaum na Cidade do México.

Entretanto, esses não são os únicos problemas que se agravam, sem encontrar uma resposta oficial. Basta apontar o problema da água, que ameaça se tornar uma catástrofe social, ou as enormes dificuldades que afligem as comunidades indígenas, devido à contaminação ou à destruição da natureza, em prol de um suposto desenvolvimento, como acontece com o chamado trem maia ou com as grandes minas.

Porém, nesta edição abordaremos outra grande questão: a justiça e a democracia sindical prometidas pela Reforma Trabalhista e, especialmente, a ausência de ambas entre os trabalhadores a serviço do Estado. Não podemos deixar de citar o caso mais emblemático disso: a greve de mais de 3 anos na Notimex [Agência de Notícias do Estado Mexicano], que teve como única resposta sua ocultação do noticiário da agência.

E, longe de acabar com o corporativismo e com os contratos favoráveis aos patrões, o atual governo mantém uma aliança estratégica com os principais sindicatos amarelos, como no caso do petróleo, deixando Romero Deschamps, um dos dirigentes sindicais mais corruptos da história do país, seguir impune e sustentando a sucessão de Ricardo Aldana, nada menos do que aquele que orquestrou o desvio de recursos milionários para o PRI, quando era tesoureiro do sindicato.

O processo eleitoral no maior sindicato da América Latina confirma isso. O governo permitiu que a direção do Sindicato Nacional dos Trabalhadores em Educação (SNTE) realizasse eleições em várias Seções de forma antidemocrática. Foi imposto um Regulamento absurdo, que não permite a participação da base, pois exige que a pessoa tenha sido representante sindical para isso, algo que contraria a Lei Federal do Trabalho. Além disso, divulgaram convocatórias com apenas três dias de prazo para o registro de candidatos e com normas rasuradas, etc. As piores práticas do velho sindicalismo amarelo.

Tudo isso com o aval do governo, que lhes permite atropelar os direitos dos/as trabalhadores/as da educação, como analisaremos nesta edição de El Socialista. E, por isso, expressamos nossa mais ampla solidariedade aos/às companheiros/as da Seção IX da Coordenação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), que estão travando uma luta muito importante contra esta fraude escandalosa. Exigimos que o governo de López Obrador deixe de apoiar o peleguismo, que em troca de tal apoio fará a campanha de seus apadrinhados, como nos velhos tempos do PRI, hoje vergonhosamente reciclados pelo Morena e seu caudilho.

A CNTE terá que analisar esta nova ofensiva do peleguismo, munindo-se de uma política adequada para enfrentá-la, com o apoio do sindicalismo democrático e independente. Também deverá aprofundar e alargar a luta para erradicar o peleguismo do SNTE, recuperando o grande sindicato e colocando-o a serviço da classe trabalhadora. E, como a CNTE estabeleceu há muitos anos, a luta deve seguir sendo pelo socialismo, rompendo drasticamente com o governo de “centro-esquerda”, que os traiu descaradamente.

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Governo Lula oferece menos de 1% de reajuste salarial aos SPFs. Nova paralisação nacional já! http://www.cstuit.com/home/index.php/2023/08/30/governo-lula-oferece-menos-de-1-de-reajuste-salarial-nova-paralisacao-nacional-ja/ http://www.cstuit.com/home/index.php/2023/08/30/governo-lula-oferece-menos-de-1-de-reajuste-salarial-nova-paralisacao-nacional-ja/#respond Wed, 30 Aug 2023 23:48:31 +0000 http://www.cstuit.com/home/?p=10685 Que o Fonasefe convoque paralisação de 48h e assembleias de base que debatam a greve na categoria

Depois de condicionar o reajuste salarial dos SPFs à aprovação do Arcabouço Fiscal (PLP 93/2023) ( o famigerado projeto que contém dispositivos de congelamento salarial e proibição de reestruturação de carreira.) , o governo Lula-Alckmin, em mesa de negociação realizada nessa terça-feira (29/8), informou às entidades sindicais que só tem reservado para as despesas com pessoal o vergonhoso montante de R$ 1,5 bilhões, para serem divididos também em possíveis reajustes nos auxílios, nos salários e na reestruturação das carreiras. Se todo o montante for aplicado somente nos salários, significará uma reajuste de somente 1% aproximadamente.

Nós da Combate Sindical consideramos essa “proposta” do governo uma falta de respeito com os (as) servidores (as) federais e avaliamos que o Fonasefe, a Fasubra, a Condsef, o Andes, o Sinasefe, a Fenasps, a CUT, a CTB e demais entidades sindicais precisam urgentemente convocar e construir uma jornada de mobilização que inclua uma paralisação nacional de 48h, atos, atrasos de turno, uma plenária nacional do Fonasefe com delegados eleitos nas bases e assembleias de base para ajudar na preparação de uma forte greve do serviço público federal caso o governo não faça uma proposta de reajuste digno.

Chega de paralisia! As centrais sindicais e federações precisam fortalecer a campanha salarial com um calendário de lutas.

Nós da Combate Sindical temos alertado desde o início do ano que a política do governo Lula-Alckmin é de manter o ajuste fiscal que privilegia o pagamento da dívida pública aos bancos e grandes empresários; por isso cobramos um reajuste maior que os 9% garantido no primeiro semestre.
Erroneamente a ampla maioria das direções sindicais indicou às bases que aceitasse o valor sem nenhum tipo de mobilização, porque supostamente com o orçamento do novo governo tudo seria melhor.
Agora na campanha salarial para 2024 o papel que vem cumprindo as cúpulas da CUT, CTB, Condsef, majoritária da Fasubra, dentre outras, tem ajudado o governo a passar com tranquilidade sua política.  Frente à chantagem do governo, os dirigentes lançaram discursos dúbios, insinuando que não havia outro caminho que não esperar a aprovação do PLP 93, como fez a coordenadora da Fasubra, que disse que “infelizmente estamos dependendo do Arcabouço Fiscal ser aprovado para termos algum índice”. Como se o arcabouço fiscal não significasse exatamente menos verbas para garantir salário digno para nossa categoria.
O governo vem enrolando a categoria na pauta do revogaço, há articulações sobre uma reforma administrativa e agora nos apresenta um valor irrisório de reajuste sem que nesse período todo tenha havido grandes mobilizações ou sequer uma forte paralisação nacional de todos os servidores públicos.
É preciso mudar esse rumo. Exigimos da CUT, CTB que dirigem as principais organizações dos servidores que construam já a mobilização nas bases

Arcabouço fiscal na prática: menos de 1% de reajuste aos servidores e trilhões aos banqueiros.

A proposta vergonhosa do governo Lula-Alckmin visa atender a política de superávit primário prevista no Arcabouço Fiscal. Eles retiram verbas das áreas sociais para garantir um suposto déficit zero, enquanto seguem pagando religiosamente bilhões todos os dias em juros e amortizações da dívida pública aos banqueiros.
Mais corte de verbas e sucateamento é o que espera os servidores e serviços públicos e a população trabalhadora que mais precisa destes serviços.
Temos que seguir a luta pelos nossos reajustes, pela reestruturação das nossas carreiras, pelo revogaço e pela equiparação dos auxílios dos trabalhadores do executivo aos do judiciário, ao mesmo tempo que lutamos por um projeto econômico alternativo, da classe trabalhadora e do povo pobre, que garanta reajuste salarial digno para os servidores, duplicação do salário mínimo até chegar ao mínimo proposto pelo Dieese, além de serviços públicos de qualidade para todo o povo trabalhador. Para isso é preciso taxar os bilionários, os bancos e as multinacionais, deixar de pagar a divida pública, reduzir e congelar os juros, além de demitir Campos Neto e acabar com a independência do Banco Central.

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Seguir mobilizando pela revogação do Arcabouço Fiscal! http://www.cstuit.com/home/index.php/2023/08/26/seguir-mobilizando-pela-revogacao-do-arcabouco-fiscal/ http://www.cstuit.com/home/index.php/2023/08/26/seguir-mobilizando-pela-revogacao-do-arcabouco-fiscal/#respond Sun, 27 Aug 2023 01:53:12 +0000 http://www.cstuit.com/home/?p=10680 A Câmara dos Deputados aprovou nesta terça-feira (22/08/2023) o Arcabouço Fiscal do governo Lula/Alckmin. Esse conjunto de regras fiscais, feito para agradar o mercado financeiro, grandes empresas e as multinacionais, é um ataque ao conjunto das áreas sociais. A retirada do Fundeb e do Fundo do DF do novo teto de gastos é comemorada pelas direções majoritárias da CUT, CTB e UNE, mas isso não esconde que todos os demais setores estão amarrados pelo novo arcabouço fiscal. Com validade de dez anos, esse projeto limita investimentos em áreas básicas, como saúde e educação, que podem sofrer cortes caso o governo não atinja as metas.

É um projeto feito para agradar o grande capital e deixar explícito que o país seguirá com o pagamento da dívida pública, que de acordo com os camaradas da Auditoria Cidadã da Dívida consome metade do orçamento federal. Não por acaso, já tivemos cortes do atual governo Lula/Alckmin nas áreas sociais, prejudicando a saúde, as universidades e as negociações salariais com Servidores Federais ou ocasionando propostas rebaixadas por parte do governo nas campanhas salariais dos Ecetistas.

Seguir mobilizando!

É urgente a convocação de um calendário de luta unificada para dizer não ao arcabouço fiscal do governo Lula/Alckmin e do Congresso Nacional. Exigimos da CUT, CTB, Fonasefe, Fentect, UNE e UBES um calendário de lutas com assembleias para debater o arcabouço e nossas pautas de reivindicações comuns. Exigimos que se fortaleçam calendários como os dos povos indígenas contra o marco temporal no próximo dia 30 e que joguem seu peso na construção do grito dos excluídos. Exigimos a convocação extraordinária de uma nova plenária de organização das lutas populares para debater um plano de luta que unifique o conjunto da classe trabalhadora, as juventudes, indígenas e setores populares numa única e mesma mobilização por nossos salários, investimentos sociais na saúde e educação, por concursos públicos e contra as chacinas policiais. Em vez de arcabouço fiscal, devemos lutar para taxar os bilionários, as multinacionais e impor o não pagamento da dívida externa e interna aos banqueiros num programa alternativo.

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A Frente de Izquierda repudia desvalorização e o novo reajuste do governo e faz um chamado para impor uma resposta nas ruas, exigindo uma greve geral das centrais sindicais. http://www.cstuit.com/home/index.php/2023/08/25/a-frente-de-izquierda-repudia-desvalorizacao-e-o-novo-reajuste-do-governo-e-faz-um-chamado-para-impor-uma-resposta-nas-ruas-exigindo-uma-greve-geral-das-centrais-sindicais/ http://www.cstuit.com/home/index.php/2023/08/25/a-frente-de-izquierda-repudia-desvalorizacao-e-o-novo-reajuste-do-governo-e-faz-um-chamado-para-impor-uma-resposta-nas-ruas-exigindo-uma-greve-geral-das-centrais-sindicais/#respond Fri, 25 Aug 2023 18:39:09 +0000 http://www.cstuit.com/home/?p=10675 O ministro e candidato presidencial pela Unión por la pátria (UP) Sérgio Massa (Ministro da economia), decretou um salto de desvalorização de 22% na manhã de segunda-feira após a eleição, como parte do acordo com FMI, algo que foi ocultado deliberadamente frente a todos os seus eleitores. Essa desvalorização já está impactando em cheio os preços de produtos básicos, com aumentos que chegam até 25% nos três primeiros dias da semana. Estamos assistindo um salto na pulverização dos salários, nas aposentadorias e planos sociais, enquantos os beneficiados diretos são os investidores da dívida ilegítima e fraudulenta e dos grandes grupos exportadores.

Este novo golpe no nível de vida do povo trabalhador implementado por Massa (Ministro da economia) e apoiado por todas as alas da burocracia, desde Alberto Fernándes até Cristina Kirchner, passando pelos governadores peronistas e por Juan Grabois (Fundador do movimento dos trabalhadores excluídos que ocupa o departamento de governo da igreja católica pelo Vaticano) que o avalia com seu silêncio e dando apoio político ao candidato presidencial da U.P (Coalizão partidos Unión por la pátria) e também é apoiada por todas as aulas de Juntos por el Cambio (outra frente) e pelo candidato ultradireitista Javier Milei, o mesmo que disse que não tem problemas com FMI porque seus planos são para aplicar um ajuste ainda mais duro. A Frente de Izquierda Unidad, seus presidenciáveis, todos os outros candidatos e juntamente com sua militância em todo o país são a única alternativa política nacional que se manifesta contra esse novo saque ao bolso do trabalhador e que decididamente propõe romper com FMI e seus desígnios, convocando a milhares de trabalhadores e a juventude a ser parte dessa luta política e social.
O governo de Massa (Ministro da economia), Alberto e Cristina terminam seu ciclo mantendo e aprofundando todas políticas de ajuste e rebaixamento salariais do macrismo, e aplicando de forma obediente as políticas impostas pelo FMI que incluem a desvalorização, aumentos de tarifas e rebaixamento salariais para os servidores públicos, aposentados e beneficiários de planos sociais.
Com esta desvalorização pactuada de forma secreta com o Fundo Monetário, o governo de Fernandes e Massa (Ministro da economia) fazem grande favor a Millei e a Bullrich (também candidata direitista presidencial) próximo a outubro, por um lado, desmentindo que não há nenhum conteúdo progressista em um governo a serviço do Fundo Monetário, e por outro lado, fazendo trabalho sujo do ajuste da mesma forma que idealizam os opositores que aspiram a assumir após outubro.
Aqueles que acusam que “direita quer arrancar seus direitos”, aplicam o ajuste e agora uma desvalorização no mesmo sentido que anunciam seus concorrentes eleitorais: que o povo trabalhador seja o que pague pelo ajuste, enquanto os grandes grupos econômicos lucram em quantos dólares escapam.

Repudiamos que a burocracia sindical da CGT e da CTA, e da mesma forma burocracia das organizações sociais da UTEP, por apoiarem Massa (Ministro da economia)e suas políticas de ajuste. Na contramão, a FIT-U defende que temos que exigir que todos saiam a luta já, em defesa do salário e por todas as reivindicações da classe trabalhadora, a única que tem a força para parar a mão dos ajustadores e seus políticos.
Chamamos a convocar assembléias nos locais de trabalho, escolas, universidades e bairros para discutir ações para exigir das centrais uma greve geral, que seja o início de um plano de luta nacional, para organizar pela base ações entre o sindicalismo combativo e o ativismo de base antiburocrático, até derrotarmos os ajustes do FMI implementados pelo governo, apoiada por Bullrich e o ultradireitista Milei, que propõe aprofundar ainda mais o ajuste.
Cobramos para um aumento de emergência para todos os trabalhadores e aposentados que atenda ao valor da cesta básica exigindo que se reabram todas as paritarias (negociações setoriais coletivas), e que todos os salários se indexem automaticamente todos os meses segundo ao custo da cesta básica. Cobramos por um aumento significativo da ajuda social aos desabrigados e pelo comprimento da entrega de comida em restaurantes populares. Por comitês de trabalhadores e consumidores para garantir um controle efetivo dos preços dos lugares de produção e comercialização dos alimentos. Redução da jornada de trabalho para gerar trabalho para todos sem redução salarial, com plenos direitos, sem flexibilização e com salário mínimo igualável a cesta básica. Dinheiro para salário, trabalho, habitação, saúde e educação pública, não á dívida externa e FMI.

Todas estas reivindicações imediatas deverão ser parte de um plano econômico operário e popular como o que apresentamos desde a FIT Unidad, que parte do desconhecimento total e não pagamento da dívida externa e da ruptura com FMI, junto à medidas de autodefesa Nacional como a nacionalização do Banco central da República Argentina e do comércio exterior, criando um banco único e que evite as fugas de capital, garantindo créditos baratos e resguardo das poupanças e dos pequenos e dos pequenos investidores da poupança.
Nós da Frente de Izquierda Unidad sustentamos que a organização da luta da classe trabalhadora é a única ferramenta eficaz para derrotar o maior ajuste do governo e do FMI que é apoiada pelos ultra Milei e Patricia Bullrich.

Frente de Izquierda Unidad
PTS-PO-Izquierda Socialista-MS
16/08/2023

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Argentina: PO-MST e a derrota do divisionismo na Frente de Izquierda http://www.cstuit.com/home/index.php/2023/08/25/argentina-po-mst-e-a-derrota-do-divisionismo-na-frente-de-izquierda/ http://www.cstuit.com/home/index.php/2023/08/25/argentina-po-mst-e-a-derrota-do-divisionismo-na-frente-de-izquierda/#respond Fri, 25 Aug 2023 18:33:31 +0000 http://www.cstuit.com/home/?p=10672 Por Miguel Sorans, dirigente da Izquierda Socialista e da UIT-QI

Passadas as eleições primárias, é muito importante fazer um balanço dos resultados da Frente de Izquierda Unidad (FITU), tanto para os/as lutadores/as dos sindicatos, da juventude, do movimento de mulheres, das dissidências, das pautas socioambientais e da esquerda de nosso país quanto para a esquerda revolucionária mundial, que acompanha com expectativa esta experiência inédita de unidade dos trotskistas.

Nós, da Izquierda Socialista e da UIT-QI, sempre valorizamos a importância desta unidade. Desde o início, promovemos a unidade da esquerda e, por isso, fomos entusiastas fundadores, junto com o Partido de los Trabajadores Socialistas (PTS) e o Partido Obrero (PO), da FIT em 2011. Para nós, tem sido e é prioridade defender essa unidade, estando sempre abertos a ampliar essa coalizão com outros setores da esquerda não reformista, colocando como centro a participação nas lutas operárias e populares e não as eleições (claro que sabemos que está pendente conseguir uma atuação unificada nos conflitos operários e populares, de modo que continuamos lutando por isso). É neste marco que sempre nos opusemos à divisão da FITU em questões eleitorais, disputando as PASO (primárias) com diferentes listas.

Dito isso, é preciso avaliar o que aconteceu nas eleições primárias de 13 de agosto e como a Frente de Izquierda continuará daqui para frente, tanto nas eleições de outubro quanto no futuro. E ainda mais tendo em vista que tudo isso está acontecendo ao mesmo tempo em que emerge o lamentável e perigoso fenômeno do triunfo eleitoral de uma expressão de ultradireita, como Javier Milei.

Uma vitória contundente da lista do PTS-Izquierda Socialista, encabeçada por Myriam Bregman

Poderíamos sintetizar as principais conclusões de um primeiro balanço em: 1) Houve uma vitória contundente da lista presidencial de Myriam Bregman-Nicolás del Caño, acompanhada do triunfo de candidatos/as da Izquierda Socialista como “Pollo” Sobrero, Mônica Schlolthauer , Juan Carlos Giordano, Jorge Adaro, Mercedes Trimarchi, Graciela Calderón, Liliana Olivero e Angélica Lagunas, entre outros/as. Foi obtida uma diferença de 70% a 30% em relação à lista do PO-MST.

2) A FITU realizou uma boa eleição, obtendo 628.893 votos, apenas um pouco abaixo do resultado obtido nas primárias de 2019. Isso apesar do giro do eleitorado à direita que ocorreu nas PASO e da lamentável divisão da própria FITU em duas listas.

3) A divisão em duas listas enfraqueceu a difícil luta eleitoral contra os candidatos e listas patronais. Nós, da Izquierda Socialista, defendemos, desde o início de 2023, a formação de uma lista unitária com Myrian Bregman (PTS) e Gabriel Solano (PO) e a manutenção dos acordos pré-existentes para a composição de uma fórmula comum. Infelizmente, a atitude divisionista e auto-proclamatória do PO e do MST impediu isso. Eles acabaram pagando um preço por tal atitude, amargando uma enorme derrota eleitoral.

4) Dadas as dúvidas que possam existir entre os/s apoiadores/as da FITU, afirmamos que a unidade da frente está garantida. Para as eleições de outubro, as duas listas serão integradas em uma única para combater o fascistóide Milei e os demais candidatos do sistema.

A campanha e a guinada política do PO e do MST

Nesse balanço, não podemos deixar de destacar o “vale tudo” da campanha da lista do PO-MST, com a fórmula presidencial de Gabriel Solano (PO) e Vilma Ripoll (MST). Em seu desespero eleitoral, lançaram todo tipo de falsas acusações políticas contra Myrian Bregman, o PTS e os/as candidatos/as da Izquierda Socialista. Inclusive ataques de caráter pessoal, como o realizado contra nossa companheira Liliana Olivero de Córdoba.

Desde o início, a lista PO-MST tentou justificar seu divisionismo dizendo que “não se tratava de uma disputa por cargos”, mas da “defesa da FITU”: “a esquerda tem que ter uma política independente do kirchnerismo […] Bregman e Del Caño representam uma esquerda que se adapta a essas variantes […] capitula às variantes do regime” (Declaração PO-MST, 20/05/2023).

Nós, da Izquierda Socialista, rechaçamos essas denúncias na época, explicando que eram uma invenção: uma mentira do PO, entusiasticamente apoiada de modo oportunista pelo MST. É uma “cortina de fumaça para justificar a apresentação de uma lista própria para as PASO, para ver se assim conseguem obter mais cargos parlamentares e encabeçar a lista de qualquer maneira” (Declaração da Direção Nacional da Izquierda Socialista, 23/05/2023).

A guinada de denúncias da lista do PO-MST não parou por aí. Foi piorando cada vez mais. Assim, chegaram ao extremo de acusar Myrian Bregman de ser “racista”. A candidata Vanina Biassi, do PO em CABA, defendeu que: “O partido de Bregman e Del Caño decidiu educar a militância num rumo absolutamente racista contra o movimento piquetero” (Entrevista em El Grito del Sur e Feminacida, 01/08/2023).

Um ataque gravíssimo e absolutamente falso, desmentido pela realidade, pois tanto o PTS quanto a Izquierda Socialista sempre foram solidários com o movimento piquetero e suas reivindicações. Acusar dirigentes da esquerda trotskista de racismo, como fez o PO com a conivência do MST, é vergonhoso. Cabe perguntar: como eles podem então continuar numa frente junto com “racistas”?

Mas as calúnias e mentiras não pararam por aí. Tanto o PO quanto o MST fizeram sua propaganda, programas de TV e panfletos afirmando que a lista PTS-Izquierda Socialista “não apoia a luta nos bairros” e “não se posiciona” diante dos poderosos. Solano chegou a dizer, em diversas entrevistas, que a companheira Bregman e a lista PTS-Izquierda Socialista eram “uma esquerda que expressa uma classe média intelectual, que não põe os pés na lama, nos bairros e nas fábricas”, como eles fizeram em “150 bairros de La Matanza”.

As palavras de Solano são a expressão de uma guinada política incrível e lamentável. Ele ultrapassou todos os limites, que esperamos que sejam reconstituídos. Tudo isso desacredita a esquerda revolucionária no combate a setores patronais e de direita, que sempre a acusam de ser “marginal” ou “inexistente”. As palavras de Solano foram tão mentirosas e graves que o PO e o MST se voltaram contra ele, por conta do repúdio geral que acarretaram. Isso porque sustentar tal afirmação significa negar a história de décadas de luta do trotskismo na Argentina dentro do movimento operário.

Como Solano, o PO e o MST ousam dizer que não estamos nas lutas? Negam a existência do companheiro Vilca e do nosso companheiro Iván Blacutt, preso na rebelião de Jujuy. E a atuação de “Pollo” Sobrero liderando a combativa seção ferroviária de Haedo. Desconhecem os/as companheiros/as professores/as da Izquierda Socialista e do PTS que estão em todas as lutas do país. É brutal.

Como se não bastasse tudo isso, em Córdoba o PO e o MST se uniram para atacar nossa camarada Liliana Olivero. A candidata do MST, Luciana Echevarría, disse: “não sou candidata ‘eterna’ como Liliana Olivero” e que “É preciso renovar a esquerda” (entrevista na Crónica Matinal). Soledad Diaz, do PO, destacou por sua vez que: “o caso mais extremo desse eleitoralismo é Liliana Olivero, que é candidata há 30 anos” (La Voz, 06/08/2023), querendo assim manchar a grande trajetória de luta de nossa companheira. Echevarría parece esquecer que Vilma Ripoll, de seu próprio partido, o MST, é candidata há quase 25 anos. E no caso de Soledad Díaz (PO), seria bom lembrar que Néstor Pitrola (PO) deve ser o recordista em candidaturas. Queremos deixar claro que isso não é um problema em si. Jamais diríamos que é ruim a repetição das candidaturas de Pitrola ou de Ripoll. A própria Luciana Echevarría é candidata há vários anos. Não cabe crítica a isso, mas sim ao fato de que ela foi inicialmente candidata a deputada em 2011, quando acabou sendo eleita, pela aliança formada pelo MST e então chefiada pelo liberal macrista Luis Juez. Apesar disso, a Izquierda Socialista nunca questionou a candidatura de Echevarría pela FITU, quando anos depois o MST se juntou à nossa aliança.

A lista PO-MST pagou seu divisionismo com uma dura derrota política

A lista Solano (PO)-Ripoll (MST) colheu o que plantou. Por isso, sofreu uma grande derrota eleitoral. Ao nível das fórmulas presidenciais, perderam de 70% a 30%. A fórmula encabeçada por Bregman triunfou em 21 das 24 províncias. A lista PO-MST só venceu em Catamarca, Chaco e Salta, e também em CABA para Chefe da Cidade. Em Córdoba, a lista de deputadas nacionais, encabeçada por Liliana Olivero, triunfou por 64% a 36% frente à lista de Soledad Diaz e Luciana Echevarría. Em Neuquén, a lista de deputados nacionais encabeçada pela dirigente sindical dos professores Angélica Lagunas, nossa camarada da Izquierda Socialista, triunfou por 72% a 28%. Em La Matanza, o distrito mais operário e popular dos subúrbios de Buenos Aires – em que, segundo Solano, a lista PO-MST estava presente em 150 bairros -, a lista de prefeitos e vereadores do PTS-Izquierda Socialista conseguiu triunfar com 20.061 votos contra 12.174 votos da lista do PO-MST.

A partir de agora, esperamos que o ocorrido possa ajudar os dirigentes do PO e do MST a refletir e a mudar de postura. As diferenças e os debates políticos continuarão, sem dúvida, a existir. Não há problema nisso. Mas devem ser feitos de maneira respeitosa e organizada.

A FITU deve se apresentar unificada nas eleições de outubro, para atacar em conjunto e ampliar a unidade para o resto da esquerda, enfrentando a luta eleitoral contra o ultra-direitista Milei e todas as variantes patronais. Tudo isso sabendo que a solução para o drama social vivido pela classe trabalhadora, pela juventude e pelos setores populares não passará pelo processo eleitoral, mas pelas lutas operárias e populares contra este governo e o próximo que vier a tomar posse.

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Equador: as eleições antecipadas e a crise permanente http://www.cstuit.com/home/index.php/2023/08/25/equador-as-eleicoes-antecipadas-e-a-crise-permanente/ http://www.cstuit.com/home/index.php/2023/08/25/equador-as-eleicoes-antecipadas-e-a-crise-permanente/#respond Fri, 25 Aug 2023 18:28:27 +0000 http://www.cstuit.com/home/?p=10669 Por Miguel Lamas, dirigente da UIT-QI

24/08/2023. A candidata correista Luisa González obteve a maioria dos votos no primeiro turno das eleições antecipadas, alcançando 33,25% do total de votos. A surpresa veio do candidato e grande empresário Daniel Noboa, do Movimento ADN, de centro-direita, que ficou em segundo lugar com 23,73%. Isso faz de Noboa um possível vencedor no segundo turno, que só acontecerá no dia 15 de outubro, já que poderá agregar os votos anti-correistas.

Numa votação bastante dispersa, Christian Zurita, substituto de um candidato recentemente assassinado, ficou em terceiro lugar, com 16,51%. E o direitista Jan Topic ficou em quarto lugar, com 14,68%. O ambientalista de centro-esquerda e representante das organizações indígenas e camponesas, Yaku Pérez, obteve 3,9% (obteve 19% nas eleições de dois anos atrás, em fevereiro de 2021).

Além das eleições presidenciais e legislativas antecipadas, também foram realizadas duas consultas populares. Uma sobre a exploração petrolífera no Parque Nacional Yasuní, em que saiu triunfante o SIM, com 60% dos votos, para parar a exploração petrolífera. E outra sobre o Chocó Andino, em que ganhou a opção de proibir a mineração de metais. Paradoxalmente, estas votações pela preservação da natureza vão totalmente na contra-mão das propostas dos candidatos mais votados nas eleições e dos últimos governos, inclusive o de Correa, que promoveu a exploração de petróleo com uma empresa chinesa em Yasuní.

Yaku Pérez foi o único candidato que defendeu as propostas que triunfaram nas consultas. Apesar disso, a maioria dos que votaram em tais propostas não votou em Yaku Pérez, mostrando a grande confusão política existente. Yaku Pérez, com seu movimento Somos Agua, contou com o apoio eleitoral de Pachakuti, a maior organização política indígena do Equador. Mas, infelizmente, o movimento Somos Agua de Yaku Pérez também não apresentou propostas claras diante do conjunto de necessidades populares, contra as multinacionais, os banqueiros e as oligarquias, que saqueiam o país. Isso contribuiu para a confusão. Muitos dos que votaram nele em 2021, das bases do mesmo movimento camponês indígena, votaram agora em Noboa ou nos demais candidatos de direita.

A crise permanente do Equador

As recentes eleições “antecipadas” foram o produto da crise política, que deixou o governo de direita do banqueiro Lasso – eleito em fevereiro de 2021, capitalizando o voto anti-correista – à beira do colapso. Mas o seu governo, a serviço das transnacionais e dos bancos, aprofundou enormemente a crise econômica e social.

Em 2022, houve uma rebelião popular contra Lasso e, embora ele não tenha caído, a crise se aprofundou. Ele acabou sendo destituído pelo parlamento, em que estava em minoria, e decidiu dissolvê-lo. Isso deu origem às eleições antecipadas. Os candidatos eleitos terão apenas um ano e meio de mandato. Em 2025, haverá novas eleições.

Nos últimos anos, surgiu um novo fenômeno no Equador: as máfias do tráfico de drogas (com o transporte da cocaína produzida na Colômbia e no Peru), que empregam milhares de jovens desempregados. Isso provocou uma escalada da violência, com centenas de mortes, incluindo um prefeito de uma cidade portuária (usada no trânsito das drogas) e um candidato presidencial.

Desde 1997, o Equador enfrenta uma crise econômica, experimentando sucessivas rebeliões do povo trabalhador e de indígenas, que derrubaram vários governos. Em 2000, a economia foi dolarizada, com a eliminação da moeda nacional, o sucre (a “solução” que Milei propõe hoje na Argentina). Isso aprofundou a pobreza e a crise, dando origem ao governo de Rafael Correa, que inicialmente contou com muito apoio popular e durou de 2007 a 2017. Porém, como outros governos de centro-esquerda na América Latina, ele traiu as reivindicações populares e não resolveu a crise. Continuou com a dolarização e fez negócios com transnacionais, entre elas as petrolíferas chinesas, que não trouxeram progresso ao país.

O sucessor de Correa, Lenin Moreno, do seu próprio partido, rompeu com ele. Entretanto, liderou outro governo desastroso. E também enfrentou uma rebelião popular em 2019.

E agora?

O resultado eleitoral confuso indica que a crise deverá se aprofundar. A campanha eleitoral não levou em conta as necessidades populares mais urgentes. Apenas a questão da insegurança, por conta das máfias do narcotráfico, foi discutida, com propostas da direita para fortalecer a polícia e o exército, e até imitar Bukele de El Salvador. Mas sem soluções econômicas de fundo.

A crise econômica do Equador se aprofundou durante o governo de Lasso, que cumpriu as determinações do FMI, com o aumento dos preços dos produtos de primeira necessidade, o impacto da pilhagem da mineração e a poluição do meio-ambiente, provocada pelas transnacionais, que estão destruindo as florestas e as fontes de água. Além disso, houve o aumento da pobreza; o descaso com a saúde e a educação; o crescimento do desemprego, da flexibilidade e da informalidade do trabalho; e salários miseráveis, num país que já não tem moeda própria e em que os preços e os vencimentos são cotados em dólares.

O dois candidatos, independentemente de quem que seja o vencedor do segundo turno, continuarão com essa política. Além disso, poderão aplicar uma política ainda mais repressiva em relação ao movimento popular.

Nas rebeliões de 2019 e 2021, além de se exigir a redução do preço dos combustíveis, foi demandada a redução dos preços dos alimentos; o fim da mineração das multinacionais, que destrói a natureza (ou seja, implementar e ampliar o que acaba de ser votado para Yasuní); a não privatização das empresas estatais; a moratória de um ano no sistema financeiro, para que as famílias paguem as suas dívidas; uma política de preços justos nos produtos agrícolas; a ampliação de empregos e direitos trabalhistas; a não privatização de setores estratégicos; a ampliação urgente do orçamento para a saúde e a educação; a oferta de vagas para todos nas universidades públicas; a supressão do endividamento; a anulação do pagamento da dívida externa. Também foi reivindicado o fim das leis repressivas. Todas essas demandas seguem válidas. E devem andar de mãos dadas com a expulsão das multinacionais, que saqueiam e envenenam os rios e o país; a nacionalização dos bancos; o fim da dolarização; a ruptura com o FMI; e o controle do comércio exterior, através do qual escapam os capitais produzidos pelo saque do país.

É claro que esta luta não pode avançar com o voto em nenhum dos dois candidatos, Luisa González ou Daniel Noboa, ambos lacaios de banqueiros, de grandes empresários e das multinacionais. Nem se pode acreditar no novo parlamento de direita e nos correistas eleitos. Com razão, o movimento Somos Agua, liderado por Yaku Pérez, está chamando voto nulo no segundo turno.

Além do voto nulo nas eleições presidenciais, com o qual concordamos, é preciso reconstruir todo o poder do movimento do povo trabalhador equatoriano, que em cada crise criou o chamado Parlamento dos Povos – com representantes das organizações camponesas, indígenas, operárias e de professores – para unificar as lutas, as reivindicações e buscar uma saída de fundo, a serviço do povo trabalhador, para o país.

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Chega de chacinas policiais nas periferias e favelas http://www.cstuit.com/home/index.php/2023/08/22/chega-de-chacinas-policiais-nas-periferias-e-favelas/ http://www.cstuit.com/home/index.php/2023/08/22/chega-de-chacinas-policiais-nas-periferias-e-favelas/#respond Tue, 22 Aug 2023 03:29:49 +0000 http://www.cstuit.com/home/?p=10666 A brutalidade policial, movida pelo aparelho repressivo do Estado, é uma política que vitima milhares de jovens e famílias negras e periféricas no Brasil. Nos últimos dias, vimos diversas chacinas em periferias de diferentes cidades e estados: no Guarujá, litoral de SP; na Cidade de Deus, no RJ, e na Bahia. É algo recorrente, fruto da própria lógica policial que sempre trata o povo negro e da periferia como o “marginal” e inimigo a ser abatido, do mesmo modo como eles enxergam as greves e manifestações de rua. Os militares que cometem esses crimes devem ser punidos e junto com eles toda a cúpula militar, os chefes supremos das forças policiais estaduais, bem como os responsáveis civis, secretários de segurança e os governadores.

Os governadores estaduais são comandantes dessas tropas assassinas

O governador de São Paulo, Tarcísio Freitas, político da extrema direita, disse que os assassinatos cometidos pela PM são mero efeito colateral e avaliou como correta a chacina realizada pela PM e Polícia Civil. Ele é assessorado por Guilherme Derrite, secretário de segurança pública que foi afastado da ROTA, a equipe de elite da PM paulista, por número excessivo de mortes. Derrite foi indicado ao cargo pelo deputado federal Eduardo Bolsonaro. A ROTA, que tem em seu passado massacres em Canudos, contra os opositores da ditadura militar, atuando no cerco a Lamarca, e berço de grupos de extermínio na periferia de SP, protagonizando mais recentemente o massacre do Carandiru na casa de detenção em SP.

O governador do RJ, Cláudio Castro, se elegeu primeiramente como vice de Witzel, na onda eleitoral bolsonarista de 2018, quando falavam em “atirar na cabecinha” do povo negro e favelado. Desde então, mantém uma política de segurança ultrarreacionária, comandando as maiores chacinas da história do RJ, nas chamadas “operações”, seja PM ou Polícia Civil (algumas com a PRF, outra tropa cuja cúpula está cheia de golpistas bolsonaristas). Além disso, a extrema direita no Rio de Janeiro é diretamente ligada às milícias.

Jerônimo Rodrigues, governador da Bahia, foi eleito pelo PT, partido que controla o estado há 20 anos. E a Bahia é líder nacional em números absolutos de pessoas mortas pelas polícias, de acordo com dados do Fórum de Segurança Pública. Foram 1.464 óbitos no ano passado; quase todos os mortos eram pessoas pretas. Além disso, não houve nenhum repúdio à chacina cometida pelos policiais; pelo contrário, o governo baiano emitiu uma nota vergonhosa tentando justificar o indefensável: dizendo que todos os mortos eram criminosos.

Fim da guerra ao povo negro e do extermínio da juventude nas favelas

Os governadores e a cúpula militar se escondem num discurso de combate “ao crime” e numa cruzada contra as “drogas”. Tudo mentira, pois os maiores criminosos, os milicianos que controlam territórios, os grandes barões do tráfico de armas e drogas convivem muito bem nos governos e nos espaços de poder. Lembremos que até em aviões da FAB, no governo Bolsonaro, transportava-se cocaína para tráfico internacional.

A chamada “guerra às drogas” é a desculpa para assassinar crianças, jovens, mulheres e idosos pretos das periferias. Vivemos a criminalização da pobreza e um processo de naturalização da violência e desumanização desses corpos e territórios. São décadas e décadas de “operações” invadindo o morro, ocupação militar das favelas, tropas aterrorizando as baixadas e vielas e só quem perde é o povo trabalhador e a juventude negra. E tudo isso foi aprofundado pela Lei de Drogas, sancionada nos governos anteriores do PT, que somente ampliaram o encarceramento do povo negro.

Nós defendemos a legalização das drogas, tal como já ocorre com o álcool e o tabaco. Isso significa reconhecer o uso dessas substâncias sem necessidade de repressão policial e tratar a dependência das substâncias psicotrópicas como parte da saúde pública. E o primeiro passo para isso é a revogação da Lei de Drogas de 2006, do segundo governo Lula.

Mobilizar nas ruas!

É urgente construirmos uma jornada de luta contra a violência policial e essas chacinas criminosas, que não são novidade e continuam acontecendo com a conivência dos governos. O dia 24 de agosto está sendo construído pelo movimento negro como um dia de luta contra a violência policial para gritarmos que vidas negras importam.
Pelo fim das operações policiais nas favelas e bairros populares! Punição aos policiais e responsáveis civis por todos os assassinatos e chacinas! Pela destruição de todo aparelho repressivo usado nas favelas e contra os movimentos sociais. Fim da PM e da PRF! Instalar uma comissão formada pela Coalizão Negra por Direitos, UNEGRO, UNEAFRO, Associações de Moradores, OAB, ABI e Centrais Sindicais para apurar de forma independente esses crimes e evitar a impunidade.

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Após o 11 de agosto: Exigimos da UNE e UBES a continuidade da luta numa nova manifestação nacional http://www.cstuit.com/home/index.php/2023/08/20/apos-o-11-de-agosto-exigimos-da-une-e-ubes-a-continuidade-da-luta-numa-nova-manifestacao-nacional/ http://www.cstuit.com/home/index.php/2023/08/20/apos-o-11-de-agosto-exigimos-da-une-e-ubes-a-continuidade-da-luta-numa-nova-manifestacao-nacional/#respond Sun, 20 Aug 2023 15:22:48 +0000 http://www.cstuit.com/home/?p=10662 11 de agosto, Dia do Estudante, é historicamente um dia de mobilizações. Em 2022, por exemplo, estivemos nas ruas para denunciar o governo antidemocrático e golpista de Bolsonaro. No governo Lula/Alckmin, nós, estudantes, temos necessidade de ir para a rua pela revogação do Novo Ensino Médio (NEM), que precariza o ensino básico e causa desemprego para os cursos de licenciatura, por uma recomposição orçamentária para a educação que supra os cortes dos governos anteriores e contra os cortes de verba na educação realizados pelo governo Lula/Alckmin, sendo o mais recente de 332 milhões, que afeta o pagamento de bolsas nas universidades, transporte escolar e projetos de alfabetização.

Por uma UNE independente do governo Lula/Alckmin, que construa na base os próximos calendários

No Congresso da UNE, colocávamos a importância dessa data para a mobilização dos estudantes. Infelizmente, a postura que vemos por parte da majoritária da UNE (UJS/JPT/LPJ) é a de blindar o governo de qualquer crítica e evitar mobilizações, com a falsa justificativa de “fortalecimento do bolsonarismo”. E a Juventude Sem Medo, ao propor uma “chapa branca” no CONUNE, referenda a política de apoio e imobilismo frente ao governo de conciliação de classes.

Com muita luta e unidade dos setores que se mantiveram à esquerda da majoritária, conseguimos encaminhar essa data como um dia nacional em alguns locais em unidade com os servidores e servidoras federais, caso do ato do RJ. Precisamos de continuidade da luta, e de maior construção das mobilizações nas bases das universidades e escolas.
Em primeiro lugar, achamos importante exigir nossas pautas do governo Lula/Alckmin, que é quem ocupa hoje o governo federal e é responsável pelos cortes recentes sofridos pela educação e pelo andamento do Arcabouço Fiscal. Não acreditamos que esse posicionamento contradiga a luta que seguimos travando contra o bolsonarismo, contra o qual sempre lutamos e lutaremos. Pelo contrário: acreditamos que é a conciliação de classes, seus pactos com setores da direita e extrema direita (muitos esses, inclusive, que compõem os ministérios de Lula, como é o caso de Múcio na Defesa) bem como medidas como o corte de verbas na saúde e educação, que abrem espaço para a extrema direita se postular.

Por isso, discordamos da consigna proposta pela majoritária da UNE, “pela reconstrução da educação”, em abstrato, pois ela não cita o Arcabouço Fiscal do governo ou os cortes aplicados. Para reconstruir a educação e avançar num projeto de universidade para os filhos da classe trabalhadora, devemos primeiro denunciar quem aplica ataques e exigir de quem é responsável pela revogação das políticas já aplicadas. E acreditamos que é com a força dos estudantes e a unidade com os trabalhadores da educação e outros setores em luta que podemos avançar rumo às nossas vitórias, pois é nas ruas que sempre garantimos as vitórias do movimento estudantil. Não basta convocar uma data sem uma construção, é necessário construir a data na base, com assembleias democráticas e plenárias gerais de unidade com a classe trabalhadora.

Essa política adotada é reflexo de uma UNE que não tem independência em relação ao governo e, por isso, não serve enquanto impulsionadora da luta dos estudantes pelas suas demandas. Pelo contrário, vende a ilusão de que é possível confiar no governo que hoje aplica ataques à educação e freia as lutas em curso. Nesse sentido, seguimos colocando que é fundamental uma UNE independente em relação ao governo da frente ampla de Lula/Alckmin. A partir daí é que podemos mobilizar nas ruas pelas nossas reivindicações.

Travar a luta já contra o arcabouço fiscal. Essa luta é nossa!

A justificativa para o bloqueio de verbas recém realizado é o cumprimento do teto de gastos, que serve para garantir o pagamento da dívida pública, que é a verdadeira prioridade orçamentária do governo, e que suga 5 bilhões do nosso orçamento todos os dias. Não podemos ser enrolados com a conversa fiada de que “contingenciamento não é corte” e nem com o papo furado de que os “bloqueios atingem o supérfluo e não o essencial das políticas públicas”. As universidades e serviços públicos não podem ter nenhum tipo de contingenciamento ou bloqueio, pois esse corte das verbas aprofunda ainda mais o sucateamento. A frente ampla se elegeu com forte votação da juventude estudantil e da comunidade universitária, pois criticava os “contingenciamentos” e “bloqueios” de Bolsonaro. Agora a frente ampla aplica o contrário do discurso de campanha. Isso é inadmissível. É um reflexo de um governo capitalista que governa com e para os banqueiros e empresários. A questão é que as universidades já estão imersas numa profunda crise orçamentária. As bolsas de assistência já são insuficientes e com valores baixos. Para os estudantes, essencial é aumentar a permanência pelo crescimento da assistência estudantil, implementação de cotas para pessoas trans, passe livre estudantil, etc. E, para isso, precisamos é de mais dinheiro, derrotando o Arcabouço Fiscal, parando de pagar a Dívida Pública e taxando as grandes fortunas.
Infelizmente, até agora a direção majoritária da UNE não incorporou a derrubada do Arcabouço como eixo da luta estudantil. Temos dado essa batalha e exigimos que os próximos calendários pautem a necessidade de derrubar o Arcabouço Fiscal, que segue a mesma lógica do teto de gastos. Exigimos uma nova jornada de lutas da UNE e UBES, e a unidade com os servidores do FONASEFE e demais entidades da classe trabalhadora. E, caso a majoritária da UNE não encampe essa proposta de luta, as forças mais à esquerda do movimento estudantil devem chamar para si a responsabilidade e mobilizar nas bases.

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83 anos do assassinato de Leon Trotsky: Seu legado segue vivo http://www.cstuit.com/home/index.php/2023/08/18/83-anos-do-assassinato-de-leon-trotsky-seu-legado-segue-vivo/ http://www.cstuit.com/home/index.php/2023/08/18/83-anos-do-assassinato-de-leon-trotsky-seu-legado-segue-vivo/#respond Fri, 18 Aug 2023 22:43:54 +0000 http://www.cstuit.com/home/?p=10654 Gabe, juventude Vamos à Luta / SP

No dia 21 de agosto de 1940, o mundo testemunhava um dos eventos mais marcantes e trágicos do movimento comunista internacional e do século XX: o assassinato de Leon Trotsky a mando de um agente secreto de Joseph Stalin. Principal figura, depois de Lênin, da Revolução Russa de 1917 e fundador do Exército Vermelho, Trotsky foi um dos revolucionários mais proeminentes e influentes da União Soviética nas primeiras décadas de sua existência. No entanto, a partir de suas críticas e confrontos contra a burocratização e a falta de democracia interna em curso na URSS e no Partido Bolchevique, já sob liderança de Joseph Stalin, passou a sofrer perseguições e censura, que culminaram no exílio forçado de Trotsky e, finalmente, em seu assassinato no México, onde havia se refugiado.

As disputas entre Trotsky e Stalin, que se intensificaram após a morte de Vladimir Lênin em 1924, e é fundamental para entender as razões de seu assassinato. Enquanto Trotsky defendia a “Revolução Permanente” e a expansão da revolução socialista para além das fronteiras nacionais como Marx e Lênin, a democracia operária, Stalin priorizava a construção do socialismo em um único país, consolidando seu poder dentro da União Soviética, tudo isso para seguir mantendo seus privilégios burocráticos.

O exílio de Trotsky não significou o fim de sua oposição a Stalin e ao regime que ele personificava. Mesmo de longe, ele continuou a criticar as políticas de Stalin e a alertar para os perigos da burocracia crescente e da degeneração da revolução. Seu compromisso com suas convicções permaneceu inabalável, e ele usou sua habilidade como escritor e orador para denunciar o que via como traição ao marxismo revolucionário e a revolução de 1917.

No entanto, a perseguição implacável de Stalin não conhecia limites, e os tentáculos da NKVD (polícia secreta soviética) finalmente o alcançaram no exílio mexicano. Em 20 de agosto de 1940, Trotsky foi brutalmente atacado em sua própria casa por um agente da NKVD, resultando em ferimentos fatais. Sua morte marcou o fim físico de uma das vozes mais proeminentes da última liderança bolchevique viva que participara da revolução de 1917 ao lado de Lênin.

O assassinato de Leon Trotsky continua a gerar debates e análises profundas sobre seu papel na história e o legado. Sua contribuição revolucionária, seu papel na Revolução Russa e sua luta incansável contra o stalinismo seguem vivos, mesmo sem sua presença física, Trotsky continuou e continua a inspirar milhares de revolucionários ao redor do mundo.

Por que Stalin mantou matar Trotsky?

Desde o triunfo da Revolução de Outubro, uma das principais preocupações de Lênin e Trotsky consistia na expansão da revolução pela Europa, particularmente na Alemanha, que se encontrava em uma conjuntura revolucionária devido à Primeira Guerra Mundial. Ambos apenas visualizavam a possibilidade de desenvolver e consolidar o socialismo através da derrota do capitalismo e do imperialismo em nível global. Isso se dava em virtude das transações comerciais ocorrerem sob o regime capitalista e uma única república soviética isolada não seria capaz de construir o socialismo de forma plena, podendo até conduzir a uma derrota completa.
Após a derrota da revolução europeia, Lênin travou sua última batalha contra a burocracia que surgia no seio do Partido Bolchevique. Lênin uniu-se a Trotsky nessa luta, entretanto, já era tarde demais. Em janeiro de 1924, veio a falecer devido a três derrames. Com a morte de Lênin, o líder mais influente do Partido, Trotsky fundou a Oposição de Esquerda, uma fração interna que lutava pela restauração da democracia interna e contra a crescente burocratização do partido. Isso era personificado principalmente por Stalin. Além disso, lutava contra a recém-criada teoria do “socialismo em um só país”, desenvolvida em 1924 por Bukharin e Stalin. Com a contrarrevolução em pleno andamento na URSS e o poder consolidado da burocracia sob Stalin, a Oposição de Esquerda foi finalmente derrotada em 1927. Trotsky foi expulso do partido, exilado na Sibéria e, em 1929, banido definitivamente da URSS.
No exílio, Trotsky continuou a organizar a Oposição de Esquerda internacionalmente e a denunciar os crimes de Stalin e da casta burocrática que tomou controle da liderança da URSS e da Internacional Comunista. Essa casta conduziu o proletariado de diversos países, como China, Espanha, Hungria, Alemanha e Itália, a uma série de derrotas, levando os Partidos Comunistas ao redor do mundo a adotar uma política de ampla coalizão com a “burguesia nacional” e a busca por uma coexistência pacífica com o imperialismo.

Trotsky se opôs fortemente a essa concepção, que representava uma ruptura com os princípios revolucionários do marxismo. Ele se posicionou contra qualquer forma de aliança com a burguesia, defendendo vigorosamente o internacionalismo proletário e a independência política da classe trabalhadora em relação aos governos de ampla coalizão e nacionalistas.

Para consolidar completamente seu poder na URSS, Stalin e sua casta precisavam eliminar seus opositores, incluindo os membros da antiga guarda bolchevique que haviam liderado a Revolução de 1917 junto com Lênin e Trotsky. Por isso, em 1936, Stalin iniciou os Processos de Moscou, que envolviam a execução de todos os opositores políticos de Stalin. Isso incluía principalmente os membros da Oposição de Esquerda fundada por Trotsky. Mesmo estando no exílio, Trotsky foi julgado e condenado como traidor do povo soviético e agente de Hitler. Mesmo com seus inimigos internos derrotados, Trotsky, a principal figura de oposição ao stalinismo permanecia vivo e denunciando suas políticas, no final das contas, Trotsky era o último líder bolchevique da revolução de 1917 ainda vivo e que seguia combatendo a burocracia, mesmo em exilio. Com a fundação da IV Internacional em 1938, a fúria de Stalin contra Trotsky ultrapassou todos limites.
Stalin, juntamente com a NKVD, passou a coordenar pessoalmente o assassinato de Trotsky, que se encontrava exilado no México. Com uma equipe formada, Ramon Mercader foi recrutado e em 24 de maio de 1940 ocorreu a primeira tentativa de assassinato de Trotsky. Um grupo de agentes contratados pela NKVD disparou cerca de 240 tiros contra a residência em que Trotsky estava, porém, ele estava escondido em um local seguro, resultando na falha da tentativa de assassinato.

Após essa tentativa malsucedida, Stalin ordenou a infiltração de Mercader na casa de Trotsky. Uma vez infiltrado, Mercader se aproximou de Trotsky através do relacionamento que mantinha com a tradutora que trabalhava com ele. No dia 20 de agosto de 1940, Mercader, sob o pretexto de que Trotsky lesse um artigo escrito por ele, esperou até que Trotsky se distraísse para então tirar uma picareta de gelo de dentro de seu casaco e golpeá-lo na cabeça, resultando na morte do último líder bolchevique sobrevivente.

Stalin sentiu a necessidade de assassinar Trotsky como forma de romper o último elo de continuidade do marxismo revolucionário, como expressado na revolução de 1917, além de eliminar o seu principal opositor. Trotsky foi um oponente incansável da burocracia soviética e Stalin não podia permitir que ele continuasse vivo, influenciando os trabalhadores ao redor do mundo. Isso era particularmente preocupante devido ao início da Segunda Guerra Mundial, momento em que Stalin temia que o trotskismo se espalhasse e desencadeasse uma nova onda revolucionária na Europa.

Apesar de ter eliminado fisicamente Trotsky, o stalinismo não conseguiu eliminar o seu legado revolucionário. Após a morte de Trotsky, o trotskismo continuou vivo internacionalmente e novas lideranças emergiram para dar continuidade ao seu legado, como o argentino Nahuel Moreno. O trotskismo continua sendo uma força, representando aqueles que lutam pela emancipação dos trabalhadores e pela derrubada do sistema capitalista. Em contraste, o stalinismo continua a levar a classe trabalhadora a novas derrotas, ao se aliar e formar governos de coalizão, buscando a colaboração com a suposta “burguesia progressista” e formando frentes amplas em conjunto com ela. O trotskismo, sem dúvida alguma, representa a continuação revolucionária das ideias de Marx, Engels e Lênin.

Diga aos nossos amigos que eu tenho a certeza da vitória da Quarta Internacional – vá em frente!
– Leon Trotsky

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Repudiamos a intervenção que põe na ilegalidade o PCV (Partido Comunista Venezuelano) por parte do governo http://www.cstuit.com/home/index.php/2023/08/16/repudiamos-a-intervencao-que-poe-na-ilegalidade-o-pcv-partido-comunista-venezuelano-por-parte-do-governo/ http://www.cstuit.com/home/index.php/2023/08/16/repudiamos-a-intervencao-que-poe-na-ilegalidade-o-pcv-partido-comunista-venezuelano-por-parte-do-governo/#respond Wed, 16 Aug 2023 20:14:02 +0000 http://www.cstuit.com/home/?p=10643 Partido Socialismo y libertad (socialismo e liberdade – Venezuela)

O partido socialismo e liberdade repudia categoricamente a sentença do Tribunal Supremo de Justiça (TSJ), mediante a qual se impõe, de maneira arbitrária e ilegal, uma nova junta diretiva ao partido comunista da Venezuela.

Desta forma, o governo de Maduro, através do TSJ, intervém no dito partido para retirar sua legalidade e proibir sua legenda, com objetivo de impedir que possa participar nas eleições do próximo ano e negar a possibilidade de apresentar uma candidatura presidencial, desta maneira trata de se encobrir o vácuo da esquerda, e evitar o descontentamento já que ainda é importante em setores do chavismo e do PSUV que se expressam eleitoralmente votando pelo PCV.

Esta ação é parte das retiradas dos direitos políticos e das liberdades democráticas, que o atual governo vem executando sistematicamente cada vez com mais força, a partir do seu giro ditatorial no ano de 2016, quando proibiu a Assembleia Nacional (Legislativo) e interviu militarmente na Fiscalía General (Ministério Público).

O início das repressões coincide com a aplicação de um pacote de ajustes capitalistas contra o povo venezuelano. Nesse contexto o governo criminaliza o protesto e restringe as liberdades democráticas com o objetivo de se implementar o ajuste sobre os ombros do povo trabalhador, e desta maneira tentar desestimular o protesto operário popular. Chama muita atenção o silêncio cúmplice de vários partidos comunistas do mundo particularmente o governante do Partido Comunista cubano.

O PSL (Partido Socialismo e Liberdade) rechaça as restrições das liberdades democráticas e políticas do povo trabalhador venezuelano. Qualquer limitação a esses direitos sempre termina convertendo-se contra o povo trabalhador, a juventude qualquer setor popular que lute por suas demandas sociais e políticas, a exemplo disso está a prisão dos trabalhadores sidoristas (Siderúrgica Sidor) Leonardo Azócar e Daniel Romer, e a recente condenação de 16 anos de prisão a seis lutadores sociais e dirigentes sindicais.

Ratificamos Nossa solidariedade com PCV e toda a sua militância, e chamamos a mais ampla unidade para rechaçar essas medidas.

Caracas, 12 de agosto de 2023

Traduções e equivalências em parênteses após a palavra.

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Contribuição da Corrente Sindical Combate ao V Congresso da CSP-Conlutas http://www.cstuit.com/home/index.php/2023/08/15/contribuicao-da-corrente-sindical-combate-ao-v-congresso-da-csp-conlutas/ http://www.cstuit.com/home/index.php/2023/08/15/contribuicao-da-corrente-sindical-combate-ao-v-congresso-da-csp-conlutas/#respond Wed, 16 Aug 2023 00:20:14 +0000 http://www.cstuit.com/home/?p=10640 Introdução

Chegamos ao V Congresso de nossa central. Manter uma central sindical e popular com independência de classe frente a governos e patrões é por si só de imensa importância e positivo, mas vemos também debilidades e contradições na central das quais falaremos mais adiante.

Em um cenário onde todas as outras centrais sindicais apoiam o atual governo de conciliação de classes Lula-Alckmin, é e será um desafio resistir as enormes pressões que a burocracia sindical exerce no dia a dia sobre a CSP-Conlutas.

Nossa classe passou nos últimos anos por duros ataques contra seus direitos. De fato, retrocessos enormes foram impostos pela burguesia contra os trabalhadores. Dois dos mais importantes foram a Reforma Trabalhista e da Previdência. Passamos ainda por uma pandemia que matou sobretudo pessoas da classe trabalhadora e do povo pobre. Apesar disso, lutas seguiram, seja por emprego, direitos e salário, seja contra o projeto nefasto da extrema-direita bolsonarista. Podemos dizer que em diversas dessas lutas as organizações, sindicatos, minorias, oposições e movimentos que fazem parte da nossa central cumpriram um papel importante e, às vezes, dirigente.

Pensar o futuro, em um país em crise e com medidas já sendo tomadas pelo governo federal contra a classe trabalhadora será o principal desafio do nosso Congresso.

Governo Lula-Alckmin mantém a política econômica neoliberal

Não demorou nem meio ano para o governo encabeçado pelo PT começar sua política de ataques contra nossa classe. O Arcabouço Fiscal, apoiado pelos capitalistas, pelo governo e pela burocracia sindical, foi a sinalização de que Lula e Haddad querem seguir com o plano neoliberal na sua essência como o norte da política econômica. Toda essa medida gira em torno do pagamento da dívida pública, mecanismo que drena recursos públicos para garantir rentabilidades absurdas pros banqueiros e o capital internacional. Além de assegurar que os investimentos públicos em áreas como saúde, educação, saneamento básico e moradia, não possam crescer quase nada (máximo de 2,5% ao ano), o governo ainda ameaça os servidores públicos com congelamento de salários e paralisia de concursos públicos caso as metas fiscais para o pagamento da ilegítima dívida pública não sejam atingidos.

Após o Arcabouço, veio a proposta de Reforma Tributária. Articulada centralmente por Haddad, Lira e o governador bolsonarista de São Paulo, Tarcísio, a medida mantém toda a desigualdade tributária brasileira, onde os pobres pagam muito mais impostos que os ricos. Para exemplificar, de acordo com dados do ILAESE, em 2021 a classe trabalhadora, somente através do imposto de renda, pagou R$583,5 bi de impostos. Enquanto isso as 72 maiores empresas que atuam no Brasil pagaram R$112 bi. Para piorar a situação, os impostos indiretos pagos pelos trabalhadores e pela classe média até para comer, somaram mais de R$1,2 tri. Além do apoio de uma parte expressiva do bolsonarismo, a Reforma conta com o aval do mercado financeiro e da grande mídia capitalista, que ficaram eufóricos após sua apresentação.

Seguir a luta contra a extrema-direita bolsonarista

Após a tentativa frustrada de golpe no dia 8 de janeiro, o bolsonarismo não conseguiu retomar a ofensiva política. Isso não significa que esteja “morto” ou tenha deixado de existir e ter força na realidade. Até o momento, pouco mais de 200 pessoas seguem presas pela participação na tentativa de golpe e Bolsonaro foi declarado inelegível por 8 anos. Não temos dúvidas de que ainda é muito pouco. Primeiramente é preciso que se prendam os empresários que financiaram a intentona golpista. Até o momento, nenhum deles está preso. Além disso, a prisão de Bolsonaro segue sendo fundamental para que avancemos contra a extrema-direita.

A política do governo Lula-Alckmin tem sido mais de pactos com setores da extrema-direita, como no caso de Tarcísio na Reforma Tributária, do que de enfrentamento. Tanto o governo federal quanto as direções majoritárias do movimento sindical e estudantil, dão carta branca para o STF encabeçar a “luta” contra a extrema-direita. A recente aparição do Ministro Barroso no Congresso da UNE, ou então o apoio declarado de setores da esquerda institucional ao Ministro Alexandre de Moraes, mostram o caminho que estão tomando.

O fato é que a punição que a extrema-direita merece não virá do STF, nem de nenhuma das instituições do atual regime político. É fundamental que a nossa central siga levantando a necessidade de mobilização para derrotar nas ruas a extrema-direita, prender Bolsonaro e os golpistas do 8J.

O papel da burocracia sindical

Se formos fazer uma breve balanço do papel das maiores centrais sindicais (CUT, Força, CTB e UGT) nos últimos anos, veremos seu papel funcional para que os ataques da classe dominante e dos governos contra a classe trabalhadora e o povo pobre passassem. Lembramos que após a poderosa greve geral de 28 de abril de 2017 (a maior já registrada na história do Brasil), as centrais majoritárias se empenharam em desmontar todo o calendário de lutas que culminaria em uma nova greve em junho do mesmo ano. Temer tinha 3% de popularidade e estava na berlinda. Só não caiu um ano e meio antes de completar seu mandato, pelo papel jogado pelas centrais majoritárias. Jogaram toda a confiança em que nas eleições de 2018 os problemas do Brasil se resolveriam com a volta do PT ao governo. Em outubro daquele ano, vimos no que deu. Durante o governo Bolsonaro cumpriram um papel determinante para que os atos pelo “Fora Bolsonaro” parassem antes do final de 2021. No seu início, estiveram completamente ausentes. Ao ver que os atos, impulsionados inicialmente pela frente Povo na Rua, moveram centenas de milhares por todo o Brasil, a burocracia se relocalizou e desmontou os atos poucos meses depois. Afinal, o fim do bolsonarismo estava próximo, em outubro de 2022. Como vemos na realidade atual, o bolsonarismo está longe de acabar e suas medidas nefastas seguem vigentes com Lula se negando a revogar qualquer medida econômica do governo de extrema-direita.

Porém, nos próximos anos o papel da burocracia será ainda pior. Diferentemente dos governos de Temer e Bolsonaro, agora os dirigentes das maiores centrais fazem parte do governo. O Ministério do Trabalho está nas mãos de um ex-presidente da CUT. O papel da burocracia nos próximos anos será de conter qualquer luta, seja contra o governo federal, mas também contra os governos estaduais, inclusive os comandados por bolsonaristas. Nas recentes greves da educação no DF e RJ, que enfrentaram bravamente os governadores da extrema-direita Ibaneis e Cláudio Castro, vimos esse papel. Deixaram as greves isoladas, sem apoio nem da CNTE e manobraram para terminá-las o quanto antes. Enquanto a CUT e a CTB desmontavam a greve da educação do RJ, por exemplo, Haddad pousava ao lado do bolsonarista Tarcísio sorridente com a articulação feita por ambos em defesa da Reforma Tributária. Além disso, apoiam e apoiarão medidas diretamente medidas de ataque como o Arcabouço Fiscal e a Reforma Tributária.

Sobre as chapas sindicais com a burocracia e a atuação cotidiana da CSP-Conlutas

A necessidade de lutar por uma nova direção para o movimento sindical no Brasil é a principal razão de ser da nossa central. O papel nefasto da burocracia sindical na luta de classes seja frente a governos de extrema-direita ou de conciliação de classes está evidente. A batalha por uma nova direção deve se dar na disputa política geral do país, a partir de posições que expressem as necessidades da classe trabalhadora e sua independência política, mas também é imprescindível que se dê em cada categoria, em cada local de trabalho.

Nesse sentido vemos alguns equívocos políticos da nossa central, ou de setores dela, nos últimos anos. A primeira é que em muitos setores a central não atua de forma unitária. Não há fóruns onde nas categorias a central possa discutir suas posições. Além disso, em greves importantes, como a de metroviários esse ano, a maioria da central equivocadamente defendeu a saída da greve de forma antecipada. Para fortalecer nosso combate à burocracia, acreditamos que é preciso dar um passo à frente nesse ponto, onde a central tenha, em cada setor de atuação, reuniões para debater e buscar unificar posições políticas para apresentar na base.

No que diz respeito às chapas diretamente com a burocracia sindical, infelizmente, temos alguns exemplos. O chamado a votar na chapa da burocracia no SINDIUTE em MG. A composição, ao lado da ArtSind (corrente que dirige há 40 anos a CUT), de uma chapa em Bancários do RJ. A recente chapa com um setor da ArtSind na Federação dos Correios. Todas essas políticas foram levadas adiante pelo setor majoritário da nossa central, o PSTU. Recentemente tivemos também um setor de nossa central, Unidos pra Lutar, que no maior Sindicato do país (APEOESP) fechou chapa com a ArtSind em uma eleição marcada por fraudes brutais em centenas de urnas. Nesses casos acima estamos falando de setores da burocracia que estão há décadas a frente de sindicatos e federações traindo as lutas da classe trabalhadora. Não existe nenhuma ruptura progressiva no seio da burocracia em nenhum desses setores, pelo contrário. O que existe é uma política consciente da burocracia para evitar que surjam setores combativos que se coloquem frontalmente contra sua política e ganhem espaço em cima do descontentamento da base com as direções dos sindicatos. Para isso, a melhor forma para eles nesses casos, foi oferecer meia dúzia de cargos nos aparatos sindicais para evitar que a oposição ganhe peso. Ter consciência da forma como atua a burocracia é fundamental para postular em cada categoria a CSP-Conlutas como Alternativa.

Felizmente temos diversos exemplos positivos também na central. Dentre eles, citaremos dois: a chapa que apoiamos oficialmente nas eleições da APEOESP (chapa 2) foi um exemplo categórico de batalha por uma nova direção para as professoras e professores de São Paulo. Ou então a recente vitória que tivemos no SINTUFF (principal sindicato dirigido pela central no RJ), derrotando de forma acachapante as chapas da CUT e da CTB, também é um exemplo a ser seguido.

Lutar com independência por um Programa da Classe Trabalhadora

A independência política da CSP-Conlutas frente ao novo governo de conciliação de classes é com certeza o grande trunfo político que temos. Resistir as enormes pressões em uma conjuntura onde todas as demais centrais e a ampla maioria das organizações que se reivindicam de esquerda e até revolucionárias apoiam e compõe o governo, é algo a ser muito valorizado.

Mantendo nossa total independência de classe, devemos também levantar nesse congresso medidas emergenciais para tirar o país da crise:

– Revogação da Reforma Trabalhista, da Previdência e do Novo Ensino Médio!

– Pela reestatização de todas as empresas que foram privatizadas!

– Pelo fim das terceirizações!

– Direitos trabalhistas para os trabalhadores e trabalhadoras de aplicativo!

– Não ao pagamento da dívida pública aos banqueiros! Reforma tributária para taxar os super ricos e as multinacionais!

– Dinheiro para saúde, educação e salário! Dobrar imediatamente o salário mínimo (R$2.640,00), rumo ao salário mínimo do DIEESE (R$6.676,11)!

– Por um Governo da classe trabalhadora e do povo pobre! Por um Brasil Socialista!

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